Ação da Petrobras cai mais de 3% e Rossi recua 7,7%; veja destaques

Ações de imobiliárias também sofreram no penúltimo pregão de 2012; na outra ponta, aparecem as empresas de consumo

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – A BM&FBovespa abriu pela penúltima vez no ano e viu seu principal índice, o Ibovespa, recuar 0,89%, terminando a quinta-feira (27) aos 60.415 pontos. Na ponta negativa, destaque para as ações da Rossi Residencial (RSID3), que fecharam o dia com queda de 7,66%, aos R$ 4,58, enquanto a Cielo (CIEL3) liderou os ganhos, com alta de 2,41%, aos R$ 56,33. 

Outras imobiliárias acompanharam a queda: PDG Realty (PDGR3), que caiu 4,35%, e atinge os R$ 3,30, ao passo que Brookfield (BISA3) recuaram 3,20%, para R$ 3,33, e a MRV Engenharia (MRVE3) vê suas ações perderem 1,34% de valor de mercado, aos R$ 11,75. Para Carlos Müller, analista-chefe da Geral Investimentos, esse movimento é amparado pela dinâmica atual do mercado, que começa a ficar nervoso com o desenrolar da crise fiscal norte-americana, levando os investidores a tomarem menos risco. Essa postura acaba afetando diretamente o desempenho das ações das imobiliárias, historicamente conhecidas por seu perfil volátil na bolsa.

Além disso, as duas empresas mais afetadas estavam entre as maiores altas do índice no mês, o que sinaliza um possível movimento de realização de lucros, aponta Müller.  Mesmo com a queda momentânea, a Rossi sobe mais de 13,5% em dezembro, enquanto a alta da PDG é de quase 11%.

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Müller também lembra que a Rossi sofreu um rebaixamento de recomendação recentemente por parte da equipe de análise do Morgan Stanley. Esse tipo de recomendação é bastante ouvido por parte dos investidores, sobretudo os estrangeiros, bastante importantes para o andamento da bolsa nacional, o que costuma trazer pressão negativa para os papéis da empresa revisada.

Um último fator é citado pelo analista. Há a expectativa de que as empresas do setor imobiliário continuem com o pé no freio no início de 2013. “Saiu recentemente uma notícia na imprensa citando nominalmente a Rossi como uma das empresas que deverão apresentar menos lançamentos no ano que vem”, finaliza o analista.

Pessimismo derruba Petrobras…
Pesou, porém, a forte queda dos ativos da Petrobras (PETR3; PETR4), uma das principais empresas do índice. Os papéis ordinários recuaram 3,42%, fechando aos R$ 19,50 enquanto as ações preferenciais tiveram queda de 3,24%, para R$ 19,41. “É um movimento acentuado, seguindo o índice, mostrando o desapontamento com o ano que a companhia teve”, acredita João Pedro Brugger, analista da Leme Investimentos.

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Ele destaca que nada específico causa esse movimento – mas que notícias da imprensa ajudam a pesar o movimento. Um estudo da consultoria Gas Energy apontou que a petrolífera acumula perdas com acionamento de usinas térmicas, conforme notícia publicada no Valor Econômico.

A operação plena das termelétricas para garantir a segurança do abastecimento do sistema brasileiro, enquanto os reservatórios hidrelétricos estão em níveis críticos, está gerando um prejuízo da ordem de R$ 240 milhões por mês à Petrobras, com base no volume e no preço de gás natural liquefeito importado pela estatal para complementar a oferta do insumo para as usinas brasileiras.

… e otimismo impulsiona empresas de consumo e varejo
Enquanto isso, as varejistas terminaram o dia entre as maiores altas: os papéis da Hypermarcas (HYPE3) subiram 1,91%, aos R$ 16,57 – e se encaminham para fechar o ano com alta de quase 100%, a maior alta do Ibovespa. Isso ocorre ao passo que as ações da Natura (NATU3) tiveram alta de 2,17%, fechando o dia aos R$ 57,98. No penúltimo pregão do ano, as ações estão na 5ª colocação de altas do Ibovespa. 

“Não vi nada de específico, mas o mercado ainda está animado com o setor de consumo para o ano que vem”, avisa Brugger. Ele destaca dois fatores que colaboram para que esses papéis subam nos últimos pregões: a perspectiva de que a taxa básica de juro, a Selic, permaneça em patamares baixos e a redução do endividamento por parte das famílias, o que abre espaço para mais consumo.