Ação da Oi fecha abaixo de R$ 1 pelo trigésimo dia e B3 pode cobrar grupamento

Se a companhia receber a notificação da Bolsa, terá 15 dias para apresentar um plano para aumentar o valor de seus papéis

Anderson Figo

(Foto: Reprodução)

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SÃO PAULO — A ação da Oi (OIBR3) encerrou esta terça-feira (5) abaixo de R$ 1 pelo trigésimo pregão consecutivo. O papel teve queda de 3,09%, para R$ 0,94.

Quando isso acontece, a Bolsa deve notificar a companhia para que ela apresente um plano de recuperação do valor de suas ações no prazo de 15 dias.

Ainda segundo as regras da B3, as ações devem voltar ser negociadas acima de R$ 1 por um período mínimo de 6 meses.

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É obrigação da própria companhia avisar o mercado sobre quais medidas serão tomadas e o prazo de cumprimento para que o papel passe a valer mais de R$ 1 outra vez.

Se isso não for feito dentro do prazo de 15 dias, a empresa notificada fica sujeita à multa pela B3.

A última vez que a ação OIBR3 fechou acima de R$ 1 foi em 24 de setembro. Veja abaixo as cotações de fechamento do papel nos últimos 31 pregões.

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Data Preço da ação
24/09/2019 1,04
25/09/2019 0,98
26/09/2019 0,94
27/09/2019 0,97
30/09/2019 0,95
01/10/2019 0,95
02/10/2019 0,91
03/10/2019 0,97
04/10/2019 0,95
07/10/2019 0,94
08/10/2019 0,97
09/10/2019 0,97
10/10/2019 0,93
11/10/2019 0,95
14/10/2019 0,95
15/10/2019 0,93
16/10/2019 0,92
17/10/2019 0,98
18/10/2019 0,97
21/10/2019 0,96
22/10/2019 0,95
23/10/2019 0,95
24/10/2019 0,93
25/10/2019 0,93
28/10/2019 0,90
29/10/2019 0,93
30/10/2019 0,94
31/10/2019 0,95
01/11/2019 0,96
04/11/2019 0,97
05/11/2019 0,94

As regras da Bolsa visam proteger os acionistas da forte volatilidade das chamadas “penny stocks” — ações que custam menos de R$ 1.

Uma ação que custa R$ 0,50, por exemplo, e registra alta de R$ 0,25 no pregão (ou seja, termina o dia valendo R$ 0,75), na prática, apresenta uma oscilação diária de 50%. Se o papel custasse R$ 50,00 e ganhasse os mesmos R$ 0,25 no dia, a variação seria de 0,50%.

A Bolsa endureceu as regras para as penny stocks em 2013, após os papéis da OGX, então petroleira de Eike Batista, terem gerado bastante volatilidade para o Ibovespa.

Desde então, as ações que custam menos de R$ 1 são banidas do principal índice da Bolsa.

No caso da Oi, as ações da companhia não fazem parte da carteira teórica atual do Ibovespa. A empresa está em recuperação judicial desde junho de 2016.

Grupamento

Entre as possibilidades que uma companhia tem para aumentar o preço de suas ações está a apresentação de um programa de recompra dos papéis.

Também é possível que a própria empresa notificada vá a mercado para buscar um comprador — mas isso não seria fácil porque geralmente as empresas donas de penny stocks enfrentam dificuldades financeiras e/ou operacionais.

Sendo assim, a alternativa mais comum e que não envolve a troca de controle da companhia é o grupamento de ações. Nessa operação, a empresa diminui o número de ações disponíveis no mercado sem reduzir seu capital.

Por exemplo, um grupamento na proporção quatro para um significa que cada quatro ações da companhia passarão a ser um só papel. Ou seja, se antes eles custavam R$ 0,50 cada um, agora passarão a custar R$ 2.

Assim, se essa mesma empresa tinha 10 milhões de ações que valiam R$ 0,50 cada uma antes do grupamento, depois da operação ela vai passar a ter 2,5 milhões de ações que valem R$ 2 cada uma.

O seu valor de mercado (total de ações vezes o preço do papel) vai continuar sendo o mesmo — nesse caso, de R$ 5 milhões (2 x 2.500.000 ou 0,50 x 10.000.000).

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Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.