Ação da OGX cai mais de 10% pelo 2º pregão seguido e renova mínima histórica

Nos últimos 12 meses, petrolífera de Eike Batista perdeu R$ 41,8 bilhões de valor de mercado

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SÃO PAULO – Pelo segundo pregão consecutivo, as ações da OGX Petróleo (OGXP3) caíram mais de 10% e, como já estavam no seu menor patamar da história na véspera, renovaram sua mínima ao fecharem esta sexta-feira (5) cotadas a R$ 1,71 – com desvalorização de 13,64%, a pior dentre os 69 ativos listados no Ibovespa. A queda, no entanto, não foi suficiente para impedir a recuperação do benchmark da bolsa brasileira, que fechou o dia com alta de 0,74%.

Dessa forma, os papéis da petrolífera de Eike Batista terminaram a semana com queda de 25,97%, liderando com folga a ponta vendedora do índice no período. No acumulado do ano, ela também ocupa o posto de pior ação do Ibovespa, com desvalorização de 60,96%. Nos últimos 12 meses, a perda já chega na casa dos 88,32%.

A realidade da empresa é bem diferente daquela vista a três anos atrás, quando ela terminou 2010 valendo R$ 20,00 por ação. Em linhas gerais, as empresas do Grupo EBX, presidido por Eike Batista, vêm sofrendo com uma crise de perda de confiança por parte dos investidores por conta do atraso e dos resultados aquém do previamente esperado em alguns dos projetos das companhias X.

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No caso da OGX, os motivos para desconfiança vão desde a capacidade produtiva da companhia, que foi anunciada em torno de 5 mil barris de óleo equivalente por dia – a projeção inicial do mercado era no mínimo três vezes maior -, até os níveis de endividamento da empresa, fato que fez a agência de classificação de risco S&P cortar nesta semana o rating da OGX de B para B-, atribuindo perspectiva negativa para a nota – ou seja, novos cortes podem ser anunciados nas próximas avaliações da agência.

Menos R$ 41,8 bilhões de valor de mercado em 12 meses
Em termos absolutos, a OGX perdeu R$ 873,7 milhões de valor de mercado apenas nesta sexta-feira, indo para R$ 5,534 bilhões. Na semana, a perda acumulada foi de R$ 1,941 bilhão, enquanto que no acumulado de 2013 ela já perdeu R$ 8,64 bilhões.

Olhando 12 meses atrás para o fechamento de hoje, o valor de mercado perdido pela empresa chega a R$ 41,84 bilhões.

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Outras empresas do grupo
Também sofrendo com o “risco X”, as outras empresas de Eike Batista listadas na Bovespa também vivem dias ruins. É o caso da OSX Brasil (OSBX3), que caiu 5,00% nesta sexta, renovando sua mínima histórica ao fechar a R$ 3,80 – no ano, a queda acumulada já chega a 64,32%.

A MMX Mineração (MMXM3), por sua vez, subiu 1,05% nesta sessão, fechando a R$ 1,92, contudo ela acumula perdas de 56,85% em 2013, o que a coloca no posto de 2ª maior queda do Ibovespa, a frente apenas da OGX. A LLX Logística (LLXL3), por sua vez, subiu 0,99% e terminou o dia valendo R$ 2,04, mas ainda recua 15,00% no ano. 

As ações da MPX Energia (MPXE3) fecharam praticamente estáveis nesta sessão, mas ainda recuam 16,14% no ano.

CCX fecha no seu menor patamar “pré-OPA”
Por fim, a CCX Carvão (CCXC3) soma a maior valorização dentre os papéis do grupo no ano (+68,29%), refletindo o anúncio feito em janeiro de que o Eike Batista – acionista controlador da empresa – fará uma OPA (Oferta Pública de Aquisição) para fechar o capital da companhia, pagando para os acionistas dela R$ 4,31 por ação, valor que será pago com ações das outras empresas do grupo X.

Contudo, nesta sexta-feira, os ativos CCXC3 caíram 2,54%, fechando a R$ 3,45, seu menor fechamento desde que a OPA foi anunciada pelo controlador, no dia 21 de janeiro. Do pregão pós-OPA pra cá, essas ações já caíram 9,92%.

Thiago Salomão

Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers