Ação da Marfrig sobe 1% com Credit prevendo 2º tri positivo; Vale e Petrobras caem mais de 2% com commodities

Confira os destaques do noticiário corporativo na sessão desta quinta-feira (16)

Lara Rizério

Preço da carne bovina foi destaque de alta no mês

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SÃO PAULO – A sessão foi de queda para o Ibovespa, acompanhando o exterior em meio aos dados mistos da economia chinesa e o temor por novas quarentenas em grandes economias do mundo. Apesar disso, o índice manteve o nível acima de 100 mil pontos.

Com isso, o dia também foi de queda para ações de blue chips, caso da Vale (VALE3, R$ 60,12, -2,70%), com baixa de mais de 2%, apesar da notícia sobre a possível volta de pagamento de dividendos. Nesta sessão, o minério de ferro negociado em Qingdao com pureza de 62% teve baixa de 2,1%, a US$ 110,35 a tonelada.

A Petrobras (PETR3, R$ 23,63, -2,36%; PETR4, R$ 22,62, -3,08%) também viu seus papéis caírem mais de 2%, seguindo a baixa de 1,15% do petróleo WTI e de 0,75% do brent. A Opep+ confirmou que começará a diminuir os cortes na produção a partir do próximo mês.

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Na ponta positiva, atenção para a Marfrig (MRFG3, R$ 13,44, +0,90%), que reduziu os ganhos após abrir com alta de mais de 4%, com o Credit Suisse prevendo um resultado do segundo trimestre positivo para a companhia, fazendo com que o preço-alvo seja elevado de R$ 16 para R$ 20 e mantendo recomendação outperform.

Confira os destaques do noticiário corporativo na sessão desta quinta-feira (16):

Marfrig (MRFG3, R$ 13,44, +0,90%)

Os analistas do Credit Suisse soltaram a prévia para os resultados da Marfrig no segundo trimestre do ano. A expectativa é de um aumento de 44% e Ebitda de R$ 3,3 bilhões, crescimento de 194% na mesma base de comparação, representando uma margem Ebitda de 18,5%.

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“Temos destacado que 2020 certamente marcaria o melhor ano da história da empresa, mas não poderíamos prever que a Marfrig superaria expectativas já otimistas”, avaliaram os analistas.

Com a expectativa de um resultado mais forte no segundo trimestre, o Credit Suisse revisou a projeção de Marfrig para o ano. O Ebitda deve atingir R$ 7,457 bilhões, o maior da história e 60,3% superior ao registrado em 2010.

Um dos motivos para o otimismo está atralada à desvalorização do real, que impulsiona o resultado das operações internacionais, e o menor preço de rebanho. A Marfrig tem recomendação de “outperform” pelo Credito Suisse e preço-alvo de R$ 20, ante R$ 16.

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Entre os riscos para a companhia, os analistas destacaram uma eventual parada nos Estados Unidos em consequência da pandemia da Covid-19, retorno rápido da produção suína na China, aumento dos preços e valorização do real.

Vale (VALE3, R$ 60,12, -2,70%)

O Conselho da Vale deve discutir retomada de dividendos, destaca o Valor Econômico. A retomada do pagamento de dividendos aos acionistas está em discussão em comitê ligado ao conselho de administração da Vale, destacou o jornal, citando uma fonte não identificada próxima aos sócios da empresa.

Se houver consenso no comitê, assunto deverá ser discutido pelo conselho na próxima semana. A política de remuneração aos acionistas continuará sendo calculada da mesma forma.

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A remuneração foi suspensa após a tragédia de Brumadinho (MG), em janeiro de 2019. A ideia é que retome a fórmula que estava em uso até então: pagamento de 30% do lucro antes do Ebitda, menos o investimento em manutenção.

Em 2018, a Vale pagou R$ 7,694 bilhões em dividendos e juros sobre o capital próprio (JCP).

Na avaliação do Bradesco BBI, a empresa pode anunciar a volta dos dividendos já no release de resultados do segundo trimestre (previsto para ser divulgado em 20 de julho).

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“Em nossa opinião, isso seria um grande gatilho positivo para as ações. Dada a enorme geração de fluxo de caixa livre da Vale, de aproximadamente US$ 5 bilhões em 2020, e a baixa alavancagem, prevemos que a empresa poderá distribuir dividendos totais de US$ 5 bilhões em 2020. (8% de rendimento)”, avaliaram os analistas do Bradesco BBI em relatório a clientes.

Em nota de esclarecimento sobre a matéria do Valor, a Vale informou que assuntos financeiros e sobre alocação de capital são constantemente discutidos nos órgãos de governança da Companhia e que, até o momento, não há deliberação sobre a retomada da Política de Remuneração aos Acionistas.

Petrobras (PETR3, R$ 23,63, -2,36%; PETR4, R$ 22,62, -3,08%)

A Petrobras informou que finalizou nesta quarta-feira a venda da totalidade da sua participação em dois campos de produção terrestres (Ponta do Mel e Redonda), localizados na Bacia Potiguar, no estado do Rio Grande do Norte, para a Central Resources do Brasil Produção de Petróleo.

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Após o cumprimento de todas as condições precedentes e considerando outras condições posteriormente acordadas, a operação foi concluída totalizando US$ 7,2 milhões para a Petrobras, com pagamento a ser realizado ao longo de 18 meses.

Os campos de Ponta de Mel e Redonda estão localizados no município de Areia Branca, no estado do Rio Grande do Norte. A produção média de petróleo dos campos, no primeiro semestre de 2020, foi de cerca de 493 bbl/dia.

A empresa Central Resources já detinha direitos decorrentes dos contratos de prestação de serviços para exploração de petróleo com cláusula de risco, vinculados aos campos de Ponta do Mel e Redonda, assinados com a Petrobras no ano de 1982.

Em comunicado, a estatal lembra que a operação está alinhada à estratégia de otimização de portfólio e à melhoria de alocação do capital da companhia, passando a concentrar cada vez mais os seus recursos em águas profundas e ultraprofundas, onde a Petrobras tem demonstrado grande diferencial competitivo ao longo dos anos.

Oi (OIBR3, R$ 1,19, -0,83%; OIBR4, R$ 1,50, +2,74%)

A Oi apresentou suas contas referente ao mês de maio, procedimento que é necessário dentro do processo de recuperação judicial.

As empresas da Oi em fase de recuperação apresentaram uma geração de caixa operação líquida negativa de R$ 113 milhões em maio. Já os investimentos atingiram o patamar de R$ 591 milhões em maio.

O saldo final do caixa financeira das recuperandas teve redução de R$ 105 milhões no período, chegando a R$ 4,754 bilhões.

TIM (TIMP3, R$ 15,55, +2,57%)

A TIM contratou o banco UBS para ser seu assessor financeiro na busca de sócios para ativos de infraestrutura de conexão, segundo reportagem do jornal “Valor Econômico”.

A princípio, a ideia da companhia é criar um veículo, como um fundo, que reúna seus ativos secundários de última milha e instalação, ou seja, sua estrutura física que permite prestar o serviço de conexão contratado pelo cliente. Esse modelo ajudaria no aumento da implementação da rede de fibra óptica, conhecida como FTTH (Fiber to the Home).

Sobre a intenção da TIM negociar a compra dos ativos de telefonia móvel da Oi, os analistas do Bradesco BBI avaliaram como positiva. Eles esperam que uma oferta formal ocorra até o final do mês.

“Acreditamos que essa potencial oferta seria positiva para a Oi levar a sua assembleia de credores, que deve ser realizada até o dia 17 de agosto”, disseram, em relatório a clientes, acrescentando que esperam que a oferta seja conjunta com a Vivo.

No cenário traçado pelo Bradesco BBI, a TIM ficaria com 70% e a Vivo, com 30%.

Aéreas

O Senado aprovou a Medida Provisória 925, que socorre o setor aéreo durante a pandemia de covid-19. Como foi alterada, dependerá de sanção do presidente Jair Bolsonaro para virar lei. A proposta flexibiliza uma série de regras para empresas e passageiros após o impacto nos voos em função do novo coronavírus.

De acordo com a medida, as companhias aéreas terão um prazo de até 12 meses para devolver aos consumidores o valor das passagens compradas entre 19 de março e 31 de dezembro de 2020 e canceladas em razão do agravamento da pandemia.

A proposta traz também outras ações emergenciais ao setor de aviação civil para mitigar os efeitos da crise.

Se o consumidor não quiser o reembolso em 12 meses, o texto prevê que o passageiro terá a opção de receber um crédito, ao invés do valor em dinheiro, a ser utilizado por 18 meses.

Ainda no noticiário do setor, segundo fontes disseram para a Bloomberg, a ajuda financeira prometida pelo governo para as companhias aéreas pode chegar apenas em setembro.

As negociações com Gol e Azul estão em andamento, disseram as fontes. Uma delas afirmou que a maior probabilidade é que a operação saia só depois da segunda metade de agosto, quando as empresas tiverem divulgado seus balanços do segundo trimestre.

Enquanto o BNDES tem pedido mais garantias nas negociações, as empresas têm pedido taxas menores, o que tem atrasado as negociações. Ao contrário das empresas americanas e europeias, que foram resgatadas logo que a pandemia do novo coronavírus atingiu o setor no fim de fevereiro, as brasileiras ainda estão em conversas com o BNDES e outros bancos comerciais para obter auxílio.

JHSF (JHSF3, R$ 10,07, -4,19%)

Já a JHSF levantou R$ 433 milhões em seu follow-on, com a preço da ação fixado em R$ 9,75.

Os recursos serão utilizados para reforçar a estrutura de capital da companhia, para realização da expansão da sua estratégia digital, projetos de expansão do segmento de incorporação e renda recorrente (shopping center).

Sabesp (SBSP3, R$ 59,79, -2,59%), Copasa (CSMG3, R$ 56,76, -3,76%) e Sanepar (SAPR11, R$ 31,60, -2,71%)

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) recebeu autorização para reajustar as tarifas em de 3,4026%. A medida entra em vigor 30 dias após publicação no “Diário Oficial” do estado.

A autorização foi dada pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) e leva em conta dois fatores: reajuste anual de 2,4924% reajuste anual e ajuste compensatório de 0,8881% pela postergação do reajuste tarifário anual.

Essa compensação não contempla a isenção de pagamento das categorias “Residencial Social” e “Residencial Favela”, que entrará em uma terceira revisão tarifária.

Ainda no radar, ao assinar a sanção do novo marco legal do saneamento e vetar o trecho que garantia a renovação dos contratos das empresas estaduais do setor por mais 30 anos, o presidente Jair Bolsonaro conseguiu, em um único gesto, impor uma derrota aos governadores e pavimentar uma nova crise na relação do Executivo com o Congresso.

O dispositivo barrado por Bolsonaro – negociado pelo próprio governo durante a tramitação do marco – causou imediata reação dos Estados e de parlamentares, que prometeram empenho para derrubar o veto e retomar a proposta original.

O trecho suprimido por Bolsonaro foi crucial para derrubar resistências à nova lei do saneamento no Congresso. O Senado avalizou a proposta no último dia 24. O marco proíbe que os municípios fechem, a partir de agora, contratos sem licitação com as empresas estatais de saneamento, prática que dominou o mercado nas últimas décadas. Com isso, a iniciativa privada poderá entrar com força no segmento e trazer os investimentos necessários para a universalização, na avaliação do governo.

Copel (CPLE6, R$ 61,35, -0,74%)

O Conselho de Administração da Copel, companhia de energia paranaense, aprovou a venda de 100% da participação da companhia em sua subsidiária integral Copel Telecomunicações. Também foi aprovado um programa de certificado de depósito de ações, as units. O objetivo é melhorar a liquidez e permitir o desdobramento das ações.

Com essa aprovação, terá início a abertura de um “data-room” virtual. É nesse ambiente que serão detalhadas as informações da empresa. O processo de venda também será analisado pelo Tribunal de Contas do Paraná.

Os analistas do Credit Suisse lembram que a venda da unidade de telefonia já era esperada. Sobre as units, viram a iniciativa como positiva. “A implementação de units deve ajudar na liquidez e governança, além de poder ser um “trigger” para a venda da participação do BNDES (24% do total)”, avaliaram.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.