Ação da Cyrela salta com recomendação e faixa indicativa de IPO da Cury; Oi sobe 7,5% e Eletrobras avança 4%

Confira os destaques da B3 na sessão desta sexta-feira (28)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A sessão foi de ganhos para o Ibovespa, sendo o destaque de alta as ações da Cyrela (CYRE3, R$ 25,30, +7,39%). A Cury Construtora, controlada pela companhia, teve a faixa indicativa de preço de suas ações definida em IPO entre R$ 11 a R$ 14,30.

Além disso, os papéis da Cyrela tiveram a recomendação elevada de neutra para overweight (exposição acima da média do mercado) pelo JPMorgan.

Enquanto isso, a Eletrobras (ELET3, R$ 37,49, +3,97%; ELET6, R$ 37,56, +2,82%) viu suas ações voltarem a subir após duas sessões de queda, em meio ao noticiário movimentado sobre possíveis alternativas buscadas pelo governo para a sua aprovação.

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Na véspera, o Estadão informou que o governo quer ‘projeto clone’ de privatização da Eletrobras para fugir de resistência da Câmara. A ideia é que um senador apresente um ‘clone’ da proposta enviada pelo Executivo ao Congresso no ano passado, buscando inverter a ordem de tramitação do texto, começando pelo Senado. Contudo, pela Constituição, um projeto de lei de autoria do Executivo precisa, necessariamente, iniciar sua tramitação pela Câmara dos Deputados.

Em meio à queda do dólar, de cerca de 3% nesta sessão ainda repercutindo os sinais dados pelo Federal Reserve de política monetária mais frouxa por mais tempo, empresas exportadoras ficaram com as maiores quedas do Ibovespa, caso de Suzano (SUZB3, R$ 50,99, -0,84%).

A ação do IRB (IRBR3, R$ 7,50, -1,57%), que divulga resultado após o fechamento do mercado, também ficou entre os piores desempenhos do dia.

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Fora do índice, a Oi (OIBR3, R$ 1,72, +7,50%; OIBR4, R$ 2,36, +4,42%) viu suas ações subirem forte novamente. No noticiário, a Justiça voltou a negar o adiamento da Assembleia Geral de Credores da companhia, recusando pedido feito pela Procuradoria Federal Especializada e a Anatel.

A reunião marcada para o dia 8 deve decidir sobre um aditamento ao plano de recuperação judicial, dando prosseguimento ao processo de venda de dos ativos da empresa telefônica.

Confira os destaques:

Petrobras (PETR3, R$ 23,11, +2,03%; PETR4, R$ 22,54, +1,76%)

A Petrobras assinou contrato para venda de campos terrestres no Espírito Santo por US$ 115 milhões.

Segundo a empresa, o contrato foi assinado com a Karavan SPE Cricaré, uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), e envolve a venda da totalidade de sua participação em 27 concessões terrestres de exploração e produção, localizadas no Espírito Santo, denominados conjuntamente de Polo Cricaré.

O montante de US$ 11 milhões será pago na data atual; US$ 26 milhões no fechamento da transação e os US$ 118 milhões restantes em pagamentos contingentes previstos em contrato.

Segundo a estatal, a operação está alinhada à estratégia de otimização do portfólio e à melhoria de alocação do capital da companhia, que está concentrando seus recursos em águas profundas.

Pagseguro (PAGS)

A PagSeguro, empresa de meio de pagamentos do UOL e listada na NYSE, teve lucro líquido de R$ 296,3 milhões no segundo trimestre, queda de 8,2% em relação a igual trimestre do ano passado. Já o volume total transacionado no período por meio das maquininhas subiu 11,4% na mesma comparação, para R$ 29,8 bilhões.

As receitas totais, por sua vez, somaram R$ 1,357 bilhão no intervalo entre abril e junho, o período mais crítico da pandemia do novo coronavírus para a economia. O resultado representa retração de 2,3% ante igual trimestre de 2019.

O lucro líquido de R$ 296 milhões ficou abaixo da estimativa do Morgan Stanley, que era de R$ 345 milhões. Segundo o banco, o consenso de mercado era de R$ 303 milhões. Mesmo assim, o Morgan Stanley reiterou o rating Overweight. Em relatório, o banco disse estar otimista com o crescimento do e-commerce, que pode ajudar a empresa a se recuperar da baixa causada pela pandemia.

“Além disso, vemos ganhos de participação de mercado como um driver de crescimento”, destacou. Para a PagSeguro, o Morgan espera que o foco em micro vendedores dará resiliência em relação ao desaquecimento econômico. A empresa teve vendas recordes de POS em julho, enquanto o número de usuários ativos do PagBank chegou a 4,9 milhões, crescimento de 1,2 milhão no segundo trimestre de 2020.

Já o Bradesco BBI destacou que, embora a base de clientes bancários esteja crescendo, o negócio bancário ainda não está. “Observamos que a grande maioria das receitas veio de taxas ligadas a crédito e cartões pré-pagos, e não de empréstimos e outros produtos bancários”, afirmou em relatório.

Mesmo assim, o BBI avalia que a empresa está se movendo na direção correta, ao tentar impulsionar o engajamento dos clientes bancários via fusões e aquisições e parcerias. Devido aos riscos envolvidos, o banco manteve a ação com rating underperform, com preço alvo de R$ 26.

BrasilAgro (AGRO3, R$ 20,92, -0,81%)

A BrasilAgro informou uma queda de 8,2% no lucro líquido do quarto trimestre do ano-safra 2019/2020, para R$ 33,9 milhões. O Ebitda da empresa cresceu 222% para R$ 79,4 milhões. Já a receita líquida de vendas somou R$ 205,9 milhões, alta de 3,9%.

Eletrobras (ELET3, R$ 37,49, +3,97%; ELET6, R$ 37,56, +2,82%)

A Eletrobras adiou o cronograma de demissões sem justa causa para a partir de 2 de janeiro de 2021, citando preocupações da sociedade e de funcionários com a pandemia de coronavírus.

Segundo comunicado da elétrica, a economia estimada em R$ 251 milhões que seria gerada com o programa de desligamentos neste ano será capturada somente em 2021.

Camil (CAML3, R$ 12,89, +2,55%)

A Camil aprovou um novo programa de recompra de ações de até 4 milhões de ações ordinárias. O programa tem o prazo de 12 meses, contados a partir de 28 de agosto de 2020.

A companhia informou ainda o pagamento de juros sobre capital próprio de R$ 15 milhões, correspondente ao valor bruto unitário de R$ 0,0405405405 por ação ordinária. Terão direito ao JCP todos os acionistas detentores de ações ordinárias de emissão da companhia na data base de 1 de setembro de 2020. Os JCP serão pagos no dia 14 de setembro de 2020.

Oi (OIBR3, R$ 1,72, +7,50%; OIBR4, R$ 2,36, +4,42%)

A Justiça voltou a negar o adiamento da Assembleia Geral de Credores da Oi, recusando pedido feito pela Procuradoria Federal Especializada e a Anatel. A reunião marcada para o dia 8 deve decidir sobre um aditamento ao plano de recuperação judicial, dando prosseguimento ao processo de venda de dos ativos da empresa telefônica.

A Procuradoria e a Anatel pediram mais tempo para as negociações em torno de uma dívida de R$ 13 bilhões da Oi junto a órgãos públicos – valor fora do processo de recuperação judicial. A Oi solicitou em julho que a dívida fosse excluída do processo e enquadrada na lei 13.988/20. A tele era contra o pedido de adiamento porque poderia atrasar o cronograma, enquanto a procuradoria dizia que, com a postergação, haveria mais segurança jurídica.

JHSF (JHSF3, R$ 7,52, +1,90%)

A JHSF Participações informou que fará um programa de recompra de ações de até 28 milhões de ações, que representam 4,08% do total de ações da companhia. O programa vai se encerrar em 26 de fevereiro de 2022.

Cyrela (CYRE3, R$ 25,30, +7,39%)

A Cury Construtora, controlada pela Cyrela, teve avaliada a faixa indicativa de preço de suas ações em seu processo de abertura de capital, que ficaram entre R$ 11 a R$ 14,30. Caso a oferta saia no teto deste intervalo, a operação pode movimentar até R$ 1,7 bilhão.

Deste total, menos de 15% iriam para o caixa da Cury, pois a emissão de novas ações soma 18.181.818 papéis ON da companhia.

Já os vendedores que farão a oferta secundária, que incluem a Cyrela e os acionistas Fabio Elias Cury, Paulo Sergio Beyruti Curi, Leonardo Mesquita da Cruz e Ronaldo Cury de Capua, podem vender cerca de 104,5 milhões de ações da companhia, se conseguir colocar os lotes adicional e suplementar. Assim, eles embolsariam cerca de R$ 1,5 bilhão, em conjunto.

O BTG Pactual é o coordenador líder, e atua na oferta juntamente com o Itaú BBA, Bank of America e Caixa Econômica Federal.

Ainda em destaque, a companhia teve a recomendação elevada de neutra para overweight (exposição acima da média do mercado), elevando a estimativa para o lucro em 2021 em 10%, destacando que a companhia vai se beneficiar do cenário de juros mais baixos. Cabe destacar que o banco não incorporou o cenário com os IPOs das subsidiárias Lavvi, Cury e Plano & Plano. O preço-alvo foi elevado de R$ 27 para R$ 30.

Já a Tenda (TEND3) teve a recomendação reduzida para neutra; o JPMorgan aponta seguir gostando do segmento de baixa renda, mas vê espaço limitado para surpresas positivas no curto prazo e destaca desapontamento com as margens nos últimos trimestres.

A Direcional (DIRR3), por sua vez, é a principal escolha do JPMorgan entre as construtoras brasileiras;
a empresa tem exposição aos segmentos de baixa e média renda através de sua subsidiária Riva 9.

Havan

A varejista Havan protocolou na CVM um pedido de registro e o prospecto preliminar de sua oferta inicial de ações. A emissão será primária e secundária, e deve levantar até R$ 10 bilhões. Os recursos serão destinados para a expansão dos negócios e reforço no capital de giro.

A oferta será coordenada pelo Itaú BBA, XP Investimentos, BTG Pactual, Morgan Stanley, Bank of America, Bradesco BBI, Safra e Santander. Veja mais clicando aqui.

BV

O BV retomou os planos de listagem na bolsa paulista por meio de uma oferta inicial de recibos de ações (units), operação que havia sido cancelada em março, um mês depois de iniciada, devido aos efeitos da Covid-19.

O banco controlado pelo Grupo Votorantim e pelo Banco do Brasil informou nesta quinta-feira que pediu à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) registro de companhia aberta e para realizar uma oferta pública de primária e secundária de certificados de depósito de ações.

Os coordenadores da operação serão mesmos do pedido inicialmente feito em março: Goldman Sachs, JPMorgan, BB Investimentos, Itaú BBA, Morgan Stanley, Bank of America e UBS.

Banco Pan (BPAN4, R$ 8,67, +1,64%)

O Banco Pan informou que a venda de ações pertencentes à acionista Caixa Participações foi precificada em R$ 8,30 por ação, totalizando um montante total de R$ 743,67 milhões.

A oferta consistiu na distribuição pública secundária de 89.599.665 ações preferenciais de emissão do Banco e de titularidade exclusiva do acionista vendedor, com esforços restritos de colocação.

Afya

A Afya, grupo de educação voltado a cursos de medicina a compra da Faculdade de Ensino Superior da Amazônia Reunida (FESAR). A operação será feita pela subsidiária integral Afya Participações, pelo valor de R$ 260 milhões. O acordo inclui um ativo imobiliário avaliado em R$ 21 milhões.

Segundo o Morgan Stanley, a empresa espera uma receita de R$ 89 milhões e um múltiplo de EV/Ebitda de 4,7 vezes depois das sinergias. Isso representaria uma margem Ebitda de 57% em 2024, de acordo com o banco. O Morgan destacou que a empresa está entregando fusões e aquisições mais rápido que o esperado, mas está também pegando mais caro do que o antecipado.

O Credit Suisse também destacou que o preço da operação ficou acima das compras realizadas no primeiro semestre, mas avaliou que a operação é positiva para a Afya. Além da aquisição, a companhia divulgou números sobre o desempenho do segundo trimestre. As receitas líquidas somaram R$ 274 milhões no trimestre, 54% acima do mesmo período do ano anterior. Já o lucro líquido de R$ 64 milhões foi 200% maior.

Segundo o Credit, os números positivos da empresa contrastam com o resto do mercado de ensino superior. “ O crescimento da Afya se beneficia do excesso de demanda por treinamento médico em meio a uma oferta limitadas de vagas”, afirmou. Com isso, a empresa tem uma taxa alta de ocupação.

A companhia também divulgou um guidance para o segundo semestre de 2020. A expectativa é de uma receita líquida de R$ 600 milhões a R$ 640 milhões e uma margem Ebitda de 45,5% a 47%. O Credit manteve rating Neutro para a empresa.

Renova Energia (RNEW11, R$ 9,12, +0,55%)

A Renova Energia, que está em recuperação judicial, informou que recebeu duas novas ofertas de financiamento na modalidade “Debtor in Possession” para a conclusão das obras do Complexo Eólico Alto Sertão III Fase A. O financiamento também pode ser usado para despesas operacionais correntes do grupo econômico controlado pela companhia.

As ofertas foram feitas pela Quadra Gestão de Recursos e pelo sindicato constituído pela ARC Capital Ltda., da G5 Administradora de Recursos Ltda., e da XP Vista Asset Management Ltda. O conselho de administração vai avaliar as propostas.

Dimed (PNVL3, R$ 24,80, +7,13%)

A Dimed, dona da Panvel, divulgou ontem lucro líquido ajustado de R$ 7,06 milhões no segundo trimestre, queda de 64% ante o resultado de R$ 19,5 milhões no mesmo período do ano anterior.

O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 19,26 milhões , queda de 49% na comparação anual. Já a receita bruta somou R$ 662,48 milhões, queda de 3,4%.

Segundo o Bradesco BBI, o resultado da Dimed foi sólido, apesar do impacto da crise. Em relatório, o banco destacou que o canal digital representou 18% da receita do trimestre, ante uma fatia de 10% no primeiro trimestre de 2020. Para o próximo trimestre, o banco espera uma normalização das vendas da companhia, assim como uma postura mais agressiva da empresa em termos de expansão.

Além disso, a empresa deve começar as operações do centro de distribuição em São José dos Pinhais (PR), o que deve trazer ganhos de eficiência. Para hoje, o BBI prevê impacto positivo nas ações da empresa. O banco reiterou o rating Outperform e o preço alvo de R$ 39. Segundo o BBI, a relação preço/lucro da empresa é de 29 vezes, desconto de 40% em relação à concorrente RD.

Klabin (KLBN11, R$ 26,17, +0,35%)

A Klabin informou que pagou voluntariamente e de forma antecipada uma linha de pré-pagamento à exportação. Foram liquidados US$ 450 milhões, de um montante total desembolsado de US$ 600 milhões, com vencimento em dezembro de 2023. O prazo médio de vencimento, três anos e quatro meses, era inferior ao prazo médio de dívida da Klabin. Segundo empresa, a transação tem como objetivo aprimorar sua estrutura de capital.

PetroRio (PRIO3, R$ 42,99, -0,19%)

A petroleira PetroRio informou, em fato relevante, que o conselho de administração ratificou a contratação da Ernst & Young Auditores como auditoria externa, em substituição à Lopes, Machado Auditores. Além disso, foram refeitas as demonstrações financeiras de 2019 e 2018.

Com isso, foram refeitos os formulários de informações trimestrais referentes aos períodos de três e seis meses encerrados em 30 de junho de 2019 e 30 de junho de 2020, e período de três meses findo em 31 de março de 2020.

Segundo a empresa, o laudo utilizado na alocação do preço pago pela aquisição dos ativos do Campo de Frade continha um erro, pois considerava o passivo de abandono de forma duplicada. O laudo foi reemitido para correção do erro e o valor correto deve ser ajustado.

O documento citou várias outras correções, que causaram um impacto positivo de R$ 206,4 milhões no resultado de 2019. Com isso, o lucro líquido consolidado de 2019 alcançou R$ 842,3 milhões.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.