Ação da Cyrela salta 11% com recomendação; bancos sobem até 7%, Vale recua 2,6% e exportadoras caem com dólar

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (21)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A sessão foi de fortes ganhos para a bolsa brasileira, mesmo com o cenário de cautela em meio às tensões que impactam EUA e China e levaram à queda das ações da Vale (VALE3, R$ 51,13, -2,61%) após o presidente americano, Donald Trump, criticar novamente a forma como Pequim tem lidado com o coronavírus.

Também em destaque, o Senado americano aprovou na quarta projeto que poderia impedir que empresas chinesas como Alibaba e Baidu sejam listadas nas bolsas de valores dos EUA.

Já o petróleo engatou o sexto dia de rali, com WTI encostando em US$ 34 após queda de estoques americanos, o que chegou a impulsionar as ações da Petrobras (PETR3, R$ 19,95, +0,35%; PETR4, R$ 19,19, -0,57%) no início do pregão. Mas durante a tarde a cmomodity perdeu força, o que puxou também os papéis da estatal brasileira.

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Bancos registraram um dia de ânimo, com Bradesco (BBDC3, R$ 17,30, +6,13%; BBDC4, R$ 18,64, +5,55%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 29,26, +7,06%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 22,84, +5,74%) e Santander (SANB11, R$ 25,18, +5,93%) subindo entre 5% e 7% também em meio ao quadro de alívio na tensão política, também com maior ânimo do mercado após o presidente Jair Bolsonaro pedir apoio ao veto ao reajuste de servidores em reunião com governadores.

A fala do presidente ajudou a derrubar o dólar, que caiu cerca de 2% e fechou abaixo dos R$ 5,60, sendo que já estava em queda após as falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que o BC poderia atuar mais no câmbio se fosse necessário.

Nesse cenário, empresas exportadoras além de Vale, caso de frigoríficos e empresas de papel e celulose, registraram queda. Suzano (SUZB3), Klabin (KLBN11, R$ 19,07, -3,93%), Marfrig (MRFG3, R$ 12,51, -4,21%), JBS (JBSS3, R$ 20,40, -3,09%) e Minerva (BEEF3, R$ 12,68, -3,65%) têm baixa nesta sessão.

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Por outro lado, empresas que ganham com a queda do dólar (já que têm a dívida dolarizada) subiram, caso da Azul (AZUL4, R$ 15,43, +0,65%), que avançou com os investidores à espera do pacote de socorro ao setor. Ontem, Paulo Guedes, ministro da Economia, indicou que o modelo de socorro transformará o governo em sócio das empresas. Apesar de estar no mesmo setor a Gol (GOLL4, R$ 12,50, -1,42%) fechou em queda.

Também em destaque, o Valor informa que a Oi (OIBR3, R$ 0,65, +3,17%) receberá propostas pela Oi Móvel até final de julho: as ações registravam ganhos no início da sessão. Contudo, vale destacar que os papéis têm baixo valor de negociação na bolsa brasileira. Assim, qualquer variação leva a expressivas alta ou baixa percentuais.

Já entre as maiores altas do Ibovespa ficou a Cyrela (CYRE3, R$ 15,54, +11,00%), com ganhos de 11%, após ter a recomendação elevada para outperform pelo Itaú BBA. Confira os destaques:

Cyrela (CYRE3, R$ 15,54, +11,00%)

O Itaú BBA elevou os papéis da construtora Cyrela de neutro para recomendação de compra, com preço alvo de R$ 20,30. Esse valor representa um potencial de valorização de aproximadamente 50% para a ação.

Para os analistas, a empresa registra uma recuperação gradual das vendas e planeja, após o período de isolamento social, fazer lançamento de dois projetos voltados para o segmento de renda média.

A revisão do Itaú BBA já leva em conta o cenário da crise causada pela pandemia do coronavírus. Na avaliação dos analistas, a Cyrela está mais preparada para enfrentar um momento de crise, com uma atuação mais diversificada.

Oi (OIBR3, R$ 0,65, +3,17%)

A Oi receberá propostas pela Oi Móvel até final de julho, segundo o Valor Econômico. Apesar da crise, processo de venda da operação de telefonia móvel da Oi não foi suspensa e corre sem exclusividade, destacou o jornal.

As propostas vinculantes devem ser feitas no início do terceiro trimestre, talvez ainda no fim do segundo trimestre, destacou a fonte ouvida pela publicação. O valor discutido para o negócio oscila entre R$ 14 bilhões e R$ 19 bilhões.

O consórcio formado por Telefônica e Tim e a Claro individualmente já iniciaram diligências à distância, por infraestrutura tecnológica. Apesar de o consórcio ser considerado favorito, Claro está na
mesma fase de negociação, destacou o jornal Valor.

Via Varejo (VVAR3, R$ 9,49, +3,60%)

A Via Varejo divulgou, na quarta-feira à noite, fato relevante em que explica como se dará o repasse de crédito tributário a sua ex-controladora, a Companhia Brasileira de Distribuição, dona das marcas Extra e Pão de Açúcar. Essa compensação considera a apuração de tributos feitas até junho de 2010 e só será repassada à CDB após devida apuração pela varejista de eletroeletrônicos.

Na quarta-feira, a CDB informou que teria a receber R$ 500 milhões em créditos tributários fruto de uma ação já transitada em julgado, ou seja, sem possibilidade de recursos, que beneficia a Via Varejo. O crédito se refere à exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins.

Ainda segundo a Via Varejo, os valores do imposto apurados após junho de 2010 serão contabilizados unicamente pela Via Varejo, no valor aproximado de R$ 374 milhões. Essa contabilização deverá ser feita no segundo trimestre.

Hapvida (HAPV3, R$ 52,41, +2,97%)

A empresa de administração de serviços de saúde Hapvida registrou um lucro líquido de R$ 164,6 milhões no primeiro trimestre do ano, uma queda de 19,9% em relação a igual período de 2019. A queda é consequência das despesas financeiras e das provisões para ressarcimento ao SUS.

A expansão da rede, fruto de aquisições, levou ao crescimento da receita líquida em 65,4%, para R$ 2,08 bilhões. O Ebitda (um medida par ao resultado operacional) ficou em R$ 467,8 milhões, aumento de 55,7%. A margem Ebitda passou de 23,9% para 22,5%, um recuo de 1,4 ponto percentual.

Entre as medidas tomadas em meio à pandemia do coronavírus, a empresa afirmou que suspendeu o reajuste de mensalidade dos planos individuais e de empresas com até 29 vidas por 90 dias. Também foram contratados 1,4 profissionais para vagas temporárias. O caixa livre da empresa está em R$ 3 bilhões.

Os analistas do Bradesco BBI viram como positivo os números da Hapvida. “A Hapvida está mostrando uma importante eficiência operacional, reunindo sinergias superiores via os ativos adquiridos recentemente. E, apesar do ritmo lento dessas adições, acreditamos que ainda existem muitas oportunidades para o crescimento das fusões e aquisições em 2020”, disseram, em relatório a clientes.

Ecorodovias (ECOR3, R$ 12,29, +9,83%) e CCR (CCRO3, R$ 14,18, +11,65%)

Os projetos de concessão de infraestrutura sendo gestados pelo governo federal vão oferecer taxas de retorno maiores que em rodadas anteriores, aproveitando momento em que juros no mundo todo estão em mínimas históricas e investidores seguem em busca de fontes mais rentáveis para seus recursos, disse nesta quinta-feira o ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.

O ministro participou de transmissão do BNDES pela internet sobre projetos de concessão do governo federal que incluem um pacote de mais de 7 mil quilômetros de rodovias, milhares de quilômetros de ferrovias, além de aeroportos e portos que incluem o maior da América Latina, em Santos (SP).

“Trabalharemos com uma taxa de retorno maior. O mundo está encolhendo, mas a liquidez está aí e os investidores estão esperando por bons projetos”, disse Freitas. “Ofereceremos taxas de retorno de 9%, 10%, 11% ao ano real”, acrescentou.

Além disso, a Ecorodovias divulgou nesta manhã a prévia de seus resultados operacionais levando em conta o período da adoação das medidas de isolamento social. Foi considerado o tráfego no período de 16 de março a 19 de maio de 2020.

Nesse período, o tráfego de veículos leves e pesados ficou em 48,356 milhões, uma queda de 22,7% na comparação com o mesmo período do ano passado. O consolidado do ano, até 19 de maio, aponta para um tráfego de 125,852 milhões, uma queda de 4,8%.

Na Imigrantes, principal rota para o porto de Santos, a queda entre 16 de março a 19 de maio de 2020 foi de 26,6%. A queda foi ainda maior na Ecopistas, que administra as rodovias Ayrton Senna e Carvalho Pinto, 45,2%.

Os dados totais levam em conta as nove concessões de rodovias administradas pela empresa neste ano. Nessa comparação, foi considerada a Eco135, em Minas Gerais, que passou a cobrar pedágio só em 1º de abril de 2019. No caso da Eco050, que administra rodovias entre Minas e Goiás, o período de 2019 foi levado em conta o tráfego contabilizado pela concessionária anterior.

Petrobras (PETR3, R$ 19,95, +0,35%; PETR4, R$ 19,19, -0,57%)

A Petrobras espera que a fase vinculante da venda de seus ativos na Colômbia tenha início nas próximas semanas, segundo comunicado enviado nesta quinta-feira à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A estatal informou que a fase não-vinculante da participação da Petrobras na Petrobras Colombia Combustibles está em curso e que a fase vinculante deve se dar em breve.

“Os potenciais compradores habilitados para essa fase receberam memorando descritivo contendo informações mais detalhadas sobre os ativos em questão, além de instruções sobre o processo de desinvestimento, incluindo as orientações para elaboração e envio das propostas não vinculantes”, explicou.

A Petrobras na Colômbia atua no mercado de distribuição e comercialização de gasolina, diesel e lubrificantes, com uma rede de 124 estações de serviços e sete unidades de armazenamento.

Unidas (LCAM3, R$ 13,92, -0,36%)

O lucro líquido contábil da Unidas, empresa de locação e comercialização de veículos, subiu 7,8% no primeiro trimestre, para R$ 79,6 milhões. A receita líquida chegou a R$ 1,211 bilhões, aumento de 17,9%.

Apesar dos ganhos, os analistas do Itaú BBA reforçaram que a empresa tem sofrido com as consequências da pandemia de coronavírus. “Os aluguéis diários ainda aumentaram substancialmente (no trimestre), mas as taxas de ocupação, mix e tarifas médias foram afetadas no primeiro trimestre de 2020 e esses efeitos também foram observados nos dados de abril”, disseram em relatório a clientes.

No segmento de veículos para aluguel, a empresa registrou no primeiro trimestre do ano uma taxa média de ocupação de 76,8%, ante 81,6% entre janeiro e março de 2019. Essa queda é reflexo das medidas de isolamento social, que levaram a taxa de ocupação, no mês de março, para em torno de 60%. Em abril, ficou em 55,9%. Já a tarifa média passou de R$ 70,60 no primeiro trimestre para R$ 51,10 em abril, um indicativo de queda das receitas da empresa no segundo trimestre do ano.

Alliansce Sonae (ALSO3, R$ 26,60, +12,05%)

No caso da Alliansce Sonae, que administra shoppings, os resultados foram afetados pelo desconto dado nos aluguéis de março, além de um aumento da despesa com provisões, já vislumbrando o aumento da inadimplência.

A empresa registrou no primeiro trimestre de 2020 um lucro líquido de R$ 103,9 milhões, uma alta de 82% na comparação com igual período do ano passado.

Os resultados já contemplam uma maior provisão para inadimplência e os descontos concedidos, no mês de março, de 50% dos aluguéis, uma vez que várias regiões do país passaram a adotar medidas de isolamento social devido para coibir o avanço das infecções pelo coronavírus.

Para o Bradesco BBI, o efeito do isolamento deverá ser maior nos shoppings que atendem o público de menor renda. Esses teriam uma recuperação mais longo. No entanto, a empresa também possui empreendimentos que atendem clientes com menos restrição de renda. “A Aliansce Sonae assinou 71 novos contratos de leasing durante o primeiro trimestre e e 15 de abril, quando os shoppings já estavam fechados, apoiando nossa tese de que shoppings dominantes são resistentes a períodos mais difíceis”, avaliaram.

Lojas Americanas (LAME4, R$ 26,85, +0,04%)

As Lojas Americanas divulgou na noite de quarta-feira que o Conselho de Administração aprovou a emissão de R$ 500 milhões de debêntures com esforços restritos de distribuição. O prazo da oferta é de 3% ao ano e o custo planejado é de CDI mais 3% ao ano.

Os recursos serão utilizados para reforçar o caixa da varejista. “Os recursos líquidos captados por meio da integralização das debêntures serão utilizados para o reforço do caixa da emissora, no âmbito da gestão ordinária de seus negócios”, segundo comunicado enviado à CVM.

Braskem (BRKM5, R$ 26,39, +0,84%)

A Braskem informou na quarta-feira à noite que os contratos para fornecimento de nafta pela Petrobras para as unidades industriais na Bahia, Rio Grande do Sul e São Paulo tem vencimento ao final de dezembro de 2020. Já o contrato de fornecimento de etano e propano para sua unidade industrial no Rio de Janeiro vence em janeiro de 2021.

“Nesse contexto, a Braskem esclarece que vem mantendo diálogos com a Petrobras em busca de um acordo de longo prazo e que, até o momento, não foi celebrado nenhum novo acordo de fornecimento de nafta, etano e propano com a Petrobras para as suas unidades industriais”, informou em comunicado à CVM.

A Petrobras também informou que não há um compromisso vinculante até o momento.

Notre Dame (GNDI3, R$ 56,52, +1,89%)

A empresa do setor de saúde Notre Dame Intermédica anunciou, na quarta-feira à noite, a compra do Hospital do Coração de Balneário do Camboriú (SC) por R$ 65,7 milhões. O valor foi pago à vista, descontado o endividamento líquido do estabelecimento e uma reserva para contingências.

O Hospital do Coração possui 58 leitos, sendo dez UTIs, duas salas cirúrgicas e oito consultórios de pronto socorro, além de uma unidade de hemodinâmica, ala oncológica e laboratório de análises clínicas. O faturamento líquido, em 2019, foi de R$ 42,5 milhões. A transação não está sujeita à aprovação de órgãos reguladores.

“Com a conclusão da transação, a companhia demonstra a intenção em manter sua estratégia de crescimento no Sul do país sob o modelo de operação verticalizada, reforçando seu compromisso com a criação de valor para seus acionistas, clientes e sociedade”, destacou.

Iguatemi (IGTA3, R$ 33,44, +5,26%)

A Iguatemi anunciou a reabertura do Shopping Center Iguatemi Porto Alegre e do Praia de Belas Shopping Center, ambos na capital gaúcha, em 22 de maio, em meio ao cenário da retomada gradual das operações após suspensão total desde março devido às medidas de isolamento para conter a Covid-19.

Segundo a companhia, o funcionamento destas unidades será em horário reduzido, das 12h às 20h, com atendimento especial exclusivo para grupo de risco entre 11h30 às 12h.

A empresa já havia retomado as operações do I Fashion Outlet Santa Catarina, em 24 de abril e do I Fashion Outlet Novo Hamburgo, no último final de semana.

Os demais seguem fechados, autorizadas de funcionar apenas as atividades essenciais e operações de delivery.

IRB (IRBR3, R$ 7,05, -7,36%)

A Lazard Asset Management vendeu aproximadamente 14 milhões de ações do IRB desde 29 de abril de 2020 e, com isso, sua fatia na companhia passou de 5,28% para 3,78%, de acordo com comunicado ao mercado.

“Além da posição acionária destacada em sua correspondência, a Lazard informou não possuir debêntures conversíveis em ações, nem quaisquer outros valores mobiliários conversíveis em ações da companhia”, aponta o comunicado.

Além disso, segundo a agência de notícias Reuters, o IRB Brasil está em negociações avançadas para comprar carteiras de resseguros no Brasil e na América Latina. “O IRB está negociando a compra de carteiras e fazendo alianças com mais seguradoras”, disse uma fonte.

Embora haja cerca de uma centena de resseguradoras autorizadas a operarem no Brasil, esse mercado é bastante concentrado no país, com o IRB detendo cerca de 40%. Junto com Munich, Swiss Re e Chubb, o grupo tem mais da metade do mercado.

BMG (BMGB4, R$ 4,12, -1,20%)

Após o resultado do primeiro trimestre de 2020 vir abaixo do esperado, o BMG teve a recomendação cortada pelo Credit Suisse de outperform para neutra. O preço-alvo foi revisado de R$ 12,50 para R$ 4,70.

Os analistas do banco reduziram as projeções de lucro do banco para 2020, 2021 e 2022 em 37% após incorporar maiores despesas operacionais (maiores provisões e ações de clientes), menor expansão do crédito e juros cobrados nos cartões de crédito.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.