Ação da Cielo (CIEL3), maior alta do Ibovespa no ano, tem recomendação elevada de venda para neutra por Goldman Sachs

Analistas veem que ação da Cielo ainda negocia a múltiplos mais baixos em relação aos seus pares brasileiros, mas ainda têm cautela com o setor

Felipe Moreira

Publicidade

As ações da operadora de maquininhas de cartão Cielo (CIEL3), que tem se destacado por registrar o melhor desempenho da Bolsa brasileira no acumulado do ano, com um aumento de 152,85% até o fechamento de sexta, tiveram a  recomendação elevada pelo Goldman Sachs.

O banco americano elevou a Cielo de venda para neutra, com preço-alvo indo de R$ 4,80 para R$ 5,70, o que representa potencial de valorização de 1% frente a cotação de fechamento de sexta-feira (4) de R$ 5,64.

Segundo analistas, apesar da alta, o valuation é mais descontado em relação a seus pares, com um múltiplo de P/L (preço/lucro) de 8,8 vezes para 2023 em relação aos seus concorrentes, que negociam a múltiplos médios de 18,4 vezes. No entanto, analistas continuam cautelosos com a indústria de pagamentos, dadas as pressões competitivas em curso.

Continua depois da publicidade

Acompanhe os destaques do mercado ao vivo

O Goldman Sachs aponta que o volume total de pagamentos (TPV, na sigla em inglês) deve continuar desacelerando, à medida que a inflação se normaliza, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) recua e a penetração de cartões aumenta em um ritmo mais lento.

Além disso, o banco pondera que a Cielo deve continuar perdendo participação de mercado, apesar de alguma estabilidade nos últimos trimestres.

Continua depois da publicidade

Goldman prevê lucros maiores para Cielo

Contudo, o time de análise do banco elevou sua estimativa de lucro líquido em 2022 em 5% para R$ 1,4 bilhão, seguindo resultados melhores do que o esperado no 3T22.

A estimativa de lucro líquido para 2023, por sua vez, aumentou em 11% para R$ 1,7 bilhão e, para 2024, subiu 15% para R$ 2,0 bilhões, após incorporar uma possível redução de cerca de R$ 500 milhões em custos anuais.

As estimativas de lucro líquido do banco agora são de 5%, 12% e 23% acima do consenso da Bloomberg em 2022, 2023 e 2024.