Ações da Eletrobras caem até 8% com desistência do governo em injeção de capital bilionária; Biotoscana dispara 11%

Confira os destaques da B3 na sessão desta segunda-feira (7)

Lara Rizério

(Eletrobras)
(Eletrobras)

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SÃO PAULO – A sessão foi de forte queda para o Ibovespa, acompanhando o cenário internacional com a relutância da China em um acordo comercial amplo com os EUA, o que aumenta a aversão ao risco dos mercados, a fala de major Olímpio, líder do PSL no Senado, de que a Previdência só deverá ser votada em segundo turno na Casa no dia 22, além do boato de que Paulo Guedes, ministro da Economia, poderia deixar o governo em fevereiro do ano que vem (veja mais clicando aqui).

Ações de bancos tiveram expressiva queda, com exceção para os ativos do Bradesco (BBDC4, R$ 32,36, -0,64%), que tiveram baixa menos expressiva após propor o pagamento de R$ 8 bilhões em dividendos extraordinários. CCR (CCRO3, R$ 16,55, -2,53%) e Ecorodovias (ECOR3, R$ 13,37, -3,33%) fecharam em queda com notícia de queda de até 12% em tarifas de pedágio por falta de obra em rodovias, segundo o Valor.

Contudo, a maior queda do índice ficou com a Eletrobras (ELET3, R$ 35,78, -7,90%; ELET6, R$ 38,28, -6,61%), com a notícia de que o governo deixou de lado os planos de injetar R$ 3,5 bilhões na estatal.

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Algumas ações, contudo, registraram ganhos expressivos fora do índice. É o caso da Biotoscana (GBIO33) que, fora do índice, viu as suas ações subirem 11,25% com a notícia do Brazil Journal de que Eurofarma e Knight Therapeutics disputam a companhia. Segundo a publicação, uma decisão deve ser tomada nas próximas semanas, segundo três fontes ouvidas pela reportagem Uma dessas fontes afirma que a Eurofarma está mais à frente no processo. Se confirmada, a transação deve desencadear uma oferta pública de aquisição (OPA) para as ações que estão no mercado.

Já a Oi (OIBR3, R$ 0,95, 0%, OIBR4, R$ 1,46, +2,82%) viu seus papéis subirem até 4% com a notícia do jornal espanhol Expansión de que a Telefónica estaria negociando um acordo com a América Móvil e a Telecom Italia para realizar conjuntamente a compra de ativos de telefonia móvel da  quarta operadora de telecomunicações no Brasil, que se encontra em recuperação judicial. O jornal, que cita suas informações em fontes próximas ao processo, indica que o plano é comprar em conjunto e dividir os ativos. A América Móvil, empresa controlada pelo magnata mexicano Carlos Slim, e a Telecom Italia são os dois principais concorrentes da Telefónica no mercado brasileiro. Contudo, durante a tarde, a América Móvil informou não ter negociado com a Telefónica e a TIM sobre acordo para comprar a Oi, mas não descarta essa possibilidade, disse o porta-voz da família Slim, Arturo Elias Ayub, em resposta a perguntas da Bloomberg. A empresa teria que analisar ativos, preços e áreas de atuação da Oi, complementou.

Confira mais destaques:

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Eletrobras (ELET3;ELET6)

A Folha traz que o governo enterrou de vez os plano de injetar R$ 3,5 bilhões na Eletrobras para tornar a estatal mais atraente para os investidores privados. A iniciativa fazia parte de uma MP editada em abril, que buscava ressarcir a estatal por despesas com combustíveis realizadas pelas distribuidoras.

Sem a medida, a estatal vai assumir as dívidas das subsidiárias, o que a torna menos interessante aos olhos dos investidores. O governo prevê arrecadar R$ 18 bilhões com a privatização pelo novo modelo.

Além disso, irá adotar uma estratégia de corpo a corpo com parlamentares para angaria apoio ao projeto de lei que abrirá caminho à privatização da empresa. Segundo a publicação, nas últimas semanas, o ministro Bento Albuquerque fez reuniões com partidos como PSL, Novo, DEM, PP, PL e MDB para apresentar a nova proposta de aumento de capital, que seria enviada ao Congresso via projeto de lei.

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Bradesco (BBDC3;BBDC4)

A diretoria do Bradesco decidiu submeter ao Conselho de Administração, que deliberará, em reunião a ser realizada em 17 de outubro proposta para pagamento de dividendos extraordinários, à conta de reservas de lucros existentes, no valor total de R$ 8 bilhões, sendo R$ 0,948654134 por ação ordinária e R$ 1,043519547 por ação preferencial.

Serão beneficiados os acionistas que estiverem inscritos em 17 de outubro, passando as ações a ser negociadas “ex-direito” aos dividendos extraordinários a partir de 18 de outubro. O pagamento ocorrerá em 23 de outubro pelo valor declarado, não havendo retenção de Imposto de Renda na Fonte, nos termos do Artigo 10 da Lei no 9.249/95, e não será computado no cálculo dos dividendos obrigatórios do exercício previstos no estatuto social.

“Os dividendos extraordinários serão pagos adicionalmente aos juros sobre o capital próprio mensais, intermediários e complementares a ser declarados no final do exercício; e o montante a ser pago corresponde a, aproximadamente, 65 vezes o valor dos juros sobre o capital próprio mensalmente pagos”, informou Bradesco em fato relevante.

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Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras informou que a Comisión Nacional de Valores (CNV), órgão regulador do mercado de capitais argentino, autorizou a retirada de suas ações do regime de oferta pública, dispensando a companhia de promover uma oferta pública de aquisição de ações de acordo com a Resolução Geral 779 da CNV.

De acordo com as normas vigentes na Argentina, a Petrobras estabeleceu que a retirada do regime de oferta pública ocorrerá em 04 de novembro. Assim, as ações da Petrobras deixarão de ter uma oferta pública na Argentina, sendo esse o seu último dia de negociação naquele mercado.

Após essa data os acionistas da Petrobras na Argentina poderão manter suas ações depositadas na Caja de Valores (agente de custódia do mercado argentino) ou vende-las nos mercados em que a ações da Petrobras continuam negociadas.
Durante os quatro meses após a deslistagem os acionistas argentinos poderão utilizar o BBVA Banco Francés S.A. (BBVA) para assessorá-los na venda de suas ações na bolsa brasileira (B3) com os custos de corretagem pagos pela Petrobras.
Após esse período, a assessoria do BBVA continuará disponível aos acionistas argentinos por um período adicional de 6 meses, porém o custo de corretagem, de 0,40% do valor de venda das ações, deverá ser pago pelo próprio investidor.

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Caixa

A Caixa vislumbra para o início do próximo ano, possivelmente em fevereiro, para tentar executar o plano abertura de capital da Caixa Seguridade. A operação seria nos moldes da realizada pelo BB Seguridade, diz a Coluna do Broadcast.

Já o Globo informa que o governo quer quebrar o monopólio da Caixa como operadora do FGTS e dar esse direito a outros bancos. Assim instituição privadas poderiam financiar com esse recursos habitação, saneamento e infraestrutura.

JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3)

O Bradesco BBI elevou os preços- alvos para 2020 das ações da JBS, de R$ 28 para R$ 35. Em relação ao Marfrig, o preço-alvo foi elevado de R$ 8 para 12. A recomendação ao papéis, entretanto, permanece neutra. No último fechamento, os papeis da JBS fecharam cotados a 31,55 e da Marfrig em R$ 11.87.

“Acreditamos, no entanto, que no caso da JBS uma nova reavaliação poderia ser impulsionada por uma listagem nos EUA ou por fusões e aquisições em alimentos processados”, escreveram os analistas Leandro Fontanasi, Thiago Mello e João Grandi.

Segundo os analistas, a revisão reflete o melhor desempenho nos EUA, com margens mais altas para a carne bovina em 2019-21, dado um incêndio recente na fábrica da Tyson Foods e uma oferta mais robusta de gado até 2021. Além disso, 17 novas plantas de carne bovina foram aprovadas para exportação à China.

Burger King (BKBR3)

O Burger King fará a emissão de R$ 400 milhões em debêntures, restrita a investidores profissionais. Os recursos captados por meio da emissão serão destinados aos negócios de gestão ordinária da companhia, incluindo, sem limitação, fluxo de caixa e/ou despesas de capital ou investimento em bens de capital (Capex).

As debêntures da 1ª Série terão prazo de vencimento de cinco anos a contar da data de emissão, se emitidas, e as da 2ª Série terão prazo de vencimento de sete anos contados da data de emissão, se emitidas, ressalvadas, em ambos os casos, as hipóteses de vencimento antecipado e de resgate antecipado previstas na escritura de emissão.

Natura (NATU3)

A Natura informou que o conselho de administração aprovou a constituição de uma subsidiária controlada pela companhia localizada no Equador.

Já a Avon prevê que acordo com Natura seja finalizado no início 2020, destacou a Bloomberg.

Telefonica (VIVT4), TIM (TIM) e Oi (OIBR4)

O jornal espanhol Expansión informa que a Telefónica, a TIM e a América Móvil, dona da Claro, negociam realizar de forma conjunta uma oferta pela Oi. A intenção seria comprar as operações da tele brasileira, em recuperação judicial, e depois compartilhar os ativos.

Unidas (LCAM3)

A Unidas aprovou o desdobramento da totalidade de suas ações, sem diluição das participações acionárias, com cada ação ordinária sendo desdobrada em três. O capital social permanecerá no montante de R$ 2,006 bilhões, divididos em 447.729.411 ações.

A empresa aumentou ainda o limite do capital autorizado de R$ 1,5 bilhão para até R$ 4 bilhões, “visando dar maior flexibilidade para eventuais futuros aumentos do capital social”.

Tegma (TGMA3)

O Itaú BBA reafirmou em relatório o rating outperform para as ações da Tegma, com a introdução de um preço-alvo de R$ 43 para 2020, superior aos R$ 28,8 para 2019.

“Somos construtivos na divisão automotiva da Tegma, tanto em volumes quanto em maior eficiência operacional, o que deve aumentar as margens no futuro”, destacam os analistas Renata Faber, Thais Cascello e Julia Hupperich.

Segundo os especialistas espera-se que uma melhoria operacional contínua, com baixas necessidades de investimentos, proporcionando uma geração de caixa significativa e possibilitando uma posição financeira ainda mais saudável.

“Nosso preço-alvo implica um potencial positivo de 34,4%, e vemos a negociação de ações em 13,3x P / E e 8,1x EV / EBITDA em 2020. Também estimamos um rendimento de dividendos muito atraente e retornos sólidos”, destacaram.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.