Ação da Americanas (AMER3) sobe 17,50% após decisões favoráveis na Justiça, mas fecha abaixo de R$ 1

Ontem, o Tribunal de Justiça do RJ suspendeu o bloqueio de cerca de R$ 1,2 bilhão da Americanas em poder do BTG; volatilidade dita negócios para ação

Equipe InfoMoney

Loja da Americanas (Divulgação)

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As ações da Americanas (AMER3) voltaram a ter uma alta percentual forte nesta quarta-feira (25), em um dia mais uma vez cheio de notícias para a varejista, em recuperação judicial. Os papéis chegaram a R$ 1,06 na máxima do dia, acima de R$ 1, ou alta de 32,50%, após operarem abaixo desse patamar desde o dia 20 (sua despedida do Ibovespa). Contudo, os papéis diminuíram as altas e fecharam com ganhos de 17,50%, a R$ 0,94. Vale destacar que, desde o fechamento do dia 11, quando foram reveladas as inconsistências contábeis que abriram a crise na empresa, os papéis já caíram 92,17%.

Na véspera, a companhia obteve algumas decisões favoráveis contra bancos, mas ao mesmo tempo a varejista segue tendo que enfrentar ofensivas em diversas frentes. Assim, a expectativa é de que a forte volatilidade observada nos últimos dias para os papéis continue.

Ontem, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro suspendeu o bloqueio de cerca de R$ 1,2 bilhão da Americanas em poder do BTG Pactual, que havia sido obtido via mandado de segurança impetrado pelo banco de investimentos. O BTG entrara na Justiça contra decisão que, entre outras matérias, concedia à varejista o direito de reaver valores compensados por credores no âmbito de decisão judicial de 13 de janeiro.

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A Americanas também conseguiu decisão favorável contra “arresto/sequestro dos valores reclamados pela companhia e que tinham sido bloqueados pelos Bancos Safra e Votorantim”. O dinheiro bloqueado voltará a ser de propriedade da companhia, no entanto, deverá ser mantido em depósito judicial.

Na véspera, Itaú Unibanco e Bradesco rejeitaram alegações de que os bancos têm responsabilidade na situação da Americanas.

“É leviana a tentativa de atribuir aos bancos qualquer responsabilidade sobre as práticas contábeis irregulares da empresa”, afirmou o Itaú em comunicado. O Bradesco disse em comunicado separado não compactuar “com alegações que buscam criar narrativas para atribuir aos bancos qualquer responsabilidade sobre as práticas contábeis irregulares da empresa”.

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As declarações de dois dos maiores bancos do país aconteceram dois dias após os acionistas de referência da Americanas –Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira– terem negado em nota que soubessem de qualquer manobra contábil na Americanas.

Além disso, afirmaram que a PwC, auditora independente na Americanas, fazia uso regular de cartas de circularização usadas para confirmar as informações contábeis da varejista com fontes externas, incluindo os bancos. “Nem essas instituições financeiras nem a PwC jamais denunciaram qualquer irregularidade”, escreveram os acionistas de referência da varejistas.

Segundo informações do Valor Econômico, o Bradesco e o Santander estão buscando na Justiça uma forma de responsabilizar os acionistas de referência da Americanas – Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira – pelo rombo na varejista. As instituições, segundo o jornal, teriam entrado com um pedido de auditoria forense para provar que houve fraude na companhia e, assim, solicitar a desconsideração de personalidade jurídica da varejista, o que permitiria chegar ao patrimônio pessoal dos sócios.

Na noite da véspera, foi divulgada a lista de credores da Americanas, com quase oito mil nomes. Entre as instituições financeiras de capital aberto, a Americanas tem R$ 4,8 bilhões a pagar para o Bradesco (BBDC4); R$ 3,7 bilhões ao Santander (SANB11); R$ 3,5 bilhões ao BTG Pactual (BPAC11). Na sequência, Itaú (ITUB4) aparece na lista tendo R$ 2,8 bilhões a receber, enquanto o Banco do Brasil (BBAS3) tem R$ 1,36 bilhão.

Já durante a tarde, a Americanas pediu nos Estados Unidos uma extensão dos efeitos de proteção assegurados em seu processo de recuperação judicial no Brasil, em um processo conhecido como “Chapter 15”, de acordo com um documento judicial.