3R Petroleum (RRRP3) salta 13,6% com mudança de patamar e expectativa de que ação suba mais de 100% em 2023

JP se uniu a outras casas e iniciou cobertura para RRRP3 vendo ação a R$ 100, além de ter visão positiva para PRIO; dado de produção anima ativos

Equipe InfoMoney

(Shutterstock)

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A sessão desta quarta-feira (11) foi de alta para as ações do setor de petróleo, em um dia positivo para o os preços do brent (com avanço de 3,5%, a US$ 82,87), mas também com o noticiário das empresas movimentando os ativos.

O destaque ficou para a 3R Petroleum (RRRP3), com as ações fechando com uma disparada de 13,64%, a R$ 44,41.

Duas notícias impulsionam os ativos da companhia: o início de cobertura das ações com visão positiva pelo JPMorgan (corroborando visão de diversos analistas de que as ações podem mais do que dobrar de valor) e os dados de produção de dezembro divulgados na noite da véspera indicando uma “mudança de patamar”.

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Os analistas do JPMorgan iniciaram a cobertura das ações da 3R Petroleum(RRRP3) com recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 100 para dezembro de 2023 (potencial de valorização de 156% frente o fechamento da véspera), conforme relatório enviado a clientes nesta quarta-feira. O banco também iniciou cobertura para as ações da PRIO (PRIO3) também com recomendação overweight e preço-alvo de R$ 56 (upside de 55%). As ações PRIO3 também subiram forte na sessão, 7,76%, a R$ 39,02.

“Continuamos otimistas em termos de fundamentos quanto às perspectivas para o petróleo cru no médio prazo e, apesar da visão de nossos economistas de um crescimento modesto na economia global em 2023, a equipe de Commodities do banco ainda espera uma demanda robusta de petróleo”, apontam os analistas.

Nesse contexto, Milene Clifford Carvalho e equipe afirmaram que são construtivos em relação às empresas petrolíferas da América Latina, especialmente as privadas PRIO e 3R Petroleum. “Vemos as ‘juniores’ como os melhores veículos para se beneficiar do superciclo do petróleo no Brasil.”

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Citando um histórico operacional já comprovado e uma gestão financeira robusta, eles avaliam que a PRIO está bem posicionada e seu crescimento se beneficiará do cenário de alta do petróleo, sendo reforçado pela implantação da segunda fase de revitalização de Frade, perfuração de Wahoo e fechamento da operação de Albacora Leste.

“A empresa forneceu medidas de eficiência de custo – registrando custos de extração em declínio – e aumento da produção nos ativos incorporados”, acrescentaram.

Em relação à 3R Petroleum, argumentam que a companhia oferece um portfólio de ativos mais diversificado, com exposição a campos onshore e offshore, bem como operações ‘mid’ e ‘downstream’.

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“Vemos um grande potencial na recuperação das concessões assinadas, mas sinalizamos que a empresa ainda está em estágios iniciais desse desenvolvimento. Além disso, destacamos que a 3R é mais sensível aos preços do Brent, beneficiando-se de um cenário de alta do petróleo.”

Para os analistas do banco norte-americano, as empresas petrolíferas juniores brasileiras privadas são uma interessante oportunidade de investimento e os investidores devem se posicionar tanto em PRIO quanto em 3R.

“Essas empresas oferecem diferentes perfis de risco-retorno, o que pode agregar valor ao portfólio; e mesmo que se prefira uma empresa à outra, saudamos a diversificação para mais regiões/ativos para mitigar os riscos concentrados de cada empresa”, afirmaram no relatório.

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Produção “mudando de patamar” corrobora visão positiva

Ainda sobre a 3R, a companhia divulgou que a sua produção em dezembro de 2022 foi de 25,3 mil barris por dia versus 13,1 mil em novembro de 2022, uma alta de 93%.

O principal impacto na produção foi devido a consolidação do Polo de Papa-Terra, produzindo 9,2 mil barris. Atenção também para o retorno da produção de Macau e  Polos Rio Ventura e Recôncavo.

“Os dados de produção de dezembro foram amplamente positivos e a empresa parece estar no caminho certo para entregar uma produção média de 45 mil barris de óleo equivalente por dia para 2023, como discutido pela gestão durante o terceiro trimestre. A produção deve atingir esse nível já no 1T23 com a consolidação do Polo Potiguar (+ 18 mil barris) e a consolidação integral do Papa Terra (+8 mil barris) considerando apenas 9 dias de produção em dezembro”, afirma o Bradesco BBI. O banco tem recomendação  outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para a ação, com preço-alvo de R$ 103, ou upside de 163% em relação ao fechamento de ontem.

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Os analistas do Itaú BBA veem como principais pontos positivo a conclusão das obras no cluster do Recôncavo, a  expectativa reafirmada pela empresa de concluir as intervenções do gasoduto em Macau durante o 1T23 e a incorporação bem-sucedida de Papa-Terra ao seu portfólio offshore.

“O aumento da produção em dezembro ajudou a preencher parcialmente a lacuna para o certificado de reservas provadas e prováveis (2P), fechando o ano 13% abaixo da previsão para 2022 (sem considerar a participação de Papa-Terra)”, aponta o banco. O BBA tem recomendação outperform com preço-alvo de R$ 105,18 para 2023, ou um potencial de valorização de 170% em relação ao fechamento da véspera.

A equipe de análise da Levante destaca que, com a a consolidação de Papa-Terra, a produção da 3R dá um novo salto e muda de patamar.

A produção de dezembro (25,3 mil boed) é 185% maior que a de janeiro (8,9 mil boed), impulsionada pelos ativos consolidados ao longo do ano. “Para o início de 2023, ainda esperamos a consolidação do Polo Potiguar, maior ativo adquirido pela companhia e que elevará substancialmente sua produção”, avaliam os analistas da casa.

Além disso, a recuperação na produção dos polos que vinham apresentando problemas também é positiva. O Polo Macau ainda está com desempenho abaixo do esperado, o que deve ser normalizado após as intervenções que vêm sendo realizadas em seus campos. No Polo Recôncavo, as intervenções foram concluídas no início de dezembro, que já apresentou a maior
produção desde que a companhia passou a operar o ativo.

Os analistas destacam ainda a troca ocorrida na diretoria da empresa no início deste ano, que  agora passa a focar totalmente na revitalização e redesenvolvimento dos ativos adquiridos e incorporados. As mudanças foram bem recebidas pelo mercado, com o papel RRRP3 apresentando alta de cerca de 20% desde o dia 4, quando foi feito o anúncio.

“Reiteramos nossa recomendação de compra no papel, que deve se beneficiar de um fluxo vindo da Petrobras (PETR3;PETR4), por conta de seu risco político, de uma tese estrutural no petróleo e de u ma menor percepção de risco operacional à medida que a companhia aumenta seu track record (histórico)”, aponta a Levante.

De acordo com o consenso Refinitiv, as onze casas de análise que cobrem o papel RRRP3 têm recomendação de compra para o ativo, com preço-alvo médio de R$ 89,87, o que corresponde a um potencial de alta de 130% em relação ao fechamento da véspera, com os analistas vendo a ação mais do que dobrando de valor.

(com Reuters)