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A petrolífera 3R (RRRP3) anunciou nesta quarta-feira (4) uma reorganização da diretoria estatutária com o objetivo de suportar um novo ciclo de consolidação de portfólio e execução do plano estratégico.
A companhia disse que a estrutura passará a contar com três diretorias executivas, sendo um diretor presidente, um diretor de exploração e produção e um diretor financeiro e de relações com investidores.
Para o cargo de presidente-executivo, o conselho de administração da 3R elegeu Matheus Dias, que liderava na companhia as áreas de Suprimentos, Tecnologia da Informação, Jurídico e Regulatório, bem como os segmentos de Mid & Downstream.
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Para a cadeira de exploração e produção, foi eleito Maurício Diniz, que desde 2021 liderava a diretoria de operações offshore da 3R.
Já Rodrigo Pizarro permanecerá como diretor executivo financeiro e de relações com investidores.
Com a reorganização da diretoria, o conselho de administração deliberou pelo encerramento dos mandatos de Ricardo Savini, Jorge Lorenzon e Pedro Grijalba como diretores estatutários da 3R.
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O Itaú BBA destaca ver o anúncio como um passo em direção à intenção declarada da empresa de focar no desenvolvimento das operações e na integração de ativos.
Para o Bradesco BBI, a mensagem enviada pelo conselho é que ele deseja que a 3R se concentre na execução para cumprir seu plano de crescimento de produção. Isso é demonstrado ao colocar um gerente de projeto experiente como CEO e tirar um geólogo. Embora a empresa tenha avançado na consolidação de várias aquisições no ano passado, houve vários atrasos na execução de projetos no campo de Macau, que envolveram instalações de separação de águas e contratação de sondas.
“Outra mensagem importante que vemos é que o conselho quer uma estrutura mais enxuta”, aponta o BBI.
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Com Diniz como diretor de operações, Jorge Lorenzon e Pedro Grijalba foram dispensados, tornando a estrutura da 3R mais enxuta.
“A reação de curto prazo que o mercado provavelmente terá com as mudanças é que elas foram abruptas e significativas, podendo dar a impressão de que algo estava indo na direção errada dentro da empresa. Os nomes que estão saindo tinham uma experiência muito sólida em campos onshore e turnaround de campos maduros”, avaliam os analistas do BBI. Se a nova gestão entregar a execução, essa impressão deve desaparecer com o tempo, aponta o banco.
O BBI ainda ressalta ser importante mencionar que Savini, Grijalba e Lorenzon têm menos de 1% das ações da 3R e um período de lock-up (sem negociar ações) de 3 a 6 meses. Dado o giro médio de volume negociado da empresa de US$ 30 milhões, isso não deve trazer um overhang (excesso de ativos no mercado) para as ações.
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Enquanto isso, a 3R está prestes a fechar a aquisição da Potiguar, o que deve aumentar a produção total da empresa para cerca de 40 mil a 45 mil barris de petróleo diários (boepd), colocando a 3R entre os 10 maiores produtores brasileiros, com bastante geração de fluxo de caixa. “Este deve ser o próximo catalisador positivo chave”, avalia.
As ações da 3R caíam cerca de 3% no fim da manhã desta quarta-feira (4), em uma nova sessão de perdas do petróleo, com o brent chegando a ficar abaixo de US$ 80 o barril, sobrecarregado por preocupações com a demanda fraca devido ao estado da economia global e aos crescentes casos de Covid na China.
Contudo, o Itaú BBA e o Bradesco BBI estão otimistas com os papéis, ambos possuindo recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para os papéis. O BBA tem preço-alvo de R$ 105,18 para os ativos, ou um potencial de valorização (upside) de 203% frente o fechamento da véspera, enquanto o BBI tem preço-alvo de R$ 103, ou upside de 197%.
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(com Reuters)
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