AB InBev pode comprar dona da cerveja Corona Extra por US$ 12 bilhões

Apesar de ser estrategicamente positivo, negócio pode atrasar aumento da distribuição de proventos da AB InBev, diz Citi

Mariana Mandrote

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SÃO PAULO – A Anheuser-Busch InBev, maior cervejaria do mundo e controladora da Ambev (AMBV4) no Brasil, negocia a compra dos 50% do grupo mexicano Modelo que ainda não possui, de acordo com matéria do Wall Street Journal publicada no domingo (24).

O acordo potencial pode alcançar US$ 12 bilhões e consolidar o controle da cervejaria belga sobre a Corona Extra, uma das maiores marcas de cerveja do mundo.

A AB InBev detém uma fatia 50% fora do bloco de controle da Modelo, que tem valor de mercado de cerca de US$ 23 bilhões. O prazo do possível negócio é incerto, mas as fontes afirmaram que o anúncio pode ser oficializado ainda esta semana.

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Ainda segundo o WSJ, autoridades antitrustes poderiam levantar bandeira vermelha para a operação, principalmente pela força de algumas marcas do grupo Modelo, como a Corona – a cerveja importada mais vendida nos EUA.

Os porta-vozes da AB InBev e do grupo Modelo não comentaram as especulações.

Dividendos podem ter que esperar
O Citigroup acredita que a aquisição tem potencial de atrasar o aumento da distribuição de proventos da AB InBev. Isso porque o negócio aumentaria a dívida líquida da empresa para quase US$ 45 bilhões, e, segundo o banco, levaria a relação dívida líquida sobre Ebitda (geração operacional de caixa) para cerca de 2,5 vezes, acima da meta da companhia de 2,0 vezes.

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“Vale notar, porém, que com a forte geração de caixa da empresa, a relação dívida líquida/Ebitda voltaria para cerca de 2 vezes já em 2013”, destaca a equipe de análise em relatório.

De qualquer forma, o Citi considera a transação estrategicamente “excelente” para a AB InBev, uma vez que daria total acesso ao mercado mexicano (que representam mais de 50% dos receitas do Modelo) e o quarto maior lucro do setor cervejeiro do mundo. Além disso, o banco estima que o negócio já geraria valor no primeiro ano (aproximadamente 1%), mesmo com o prêmio de controle de 30%, assumindo que o mesmo seria totalmente financiado por dívidas.