A relação da Coreia do Norte com um “velho amigo” que promete dar muita dor de cabeça aos EUA

As relações entre Coreia do Norte e Síria estão cada vez mais estreitas - e preocupam os EUA

Lara Rizério

Pyongyang, 12 de setembro (ACNC) - Kim Jong Un, Presidente do Partido Trabalhista da Coreia e do Comitê Estadual da República Popular Democrática da Coréia e Comandante Supremo do Exército Popular da Coréia, reuniu-se com os professores que trabalham voluntariamente nas escolas encontradas em ilhotas, na área frontal avançada e nas regiões montanhosas e fotografadas com elas. Foto KCNA

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SÃO PAULO – Apesar do silêncio dos últimos dias, as tensões sobre a Coreia do Norte seguem no radar. 

E, desta vez, conforme aponta reportagem da CNBC, há mais uma fonte de “dor de cabeça” para os Estados Unidos: os laços mais estreitos entre o regime de Pyongyang com a Síria, dois barris de pólvora políticos, que estão suscitando receios de uma cooperação mais profunda entre eles em tecnologia de mísseis e armas químicas. 

O relacionamento bilateral de longa data, que remonta ao final da década de 1960, se estreitou este ano, mesmo que ambos os países enfrentem sanções internacionais. O ministro das relações sociais e de trabalho da Síria, Rima al-Qadiri, se reuniu na semana passada com o embaixador norte-coreano Jang Myong Ho para discutir o aumento dos laços bilaterais, informou a mídia estatal síria. Jang afirmou que seu país quer ajudar o regime do presidente Bashar al-Assad com os esforços de reconstrução da nação síria. 

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“O envolvimento maior da Coreia do Norte em uma nação atingida por uma guerra civil violenta, que inclui a brutalidade do Estado islâmico, não é um bom presságio para um governo dos EUA já preocupado com a aliança militar em andamento”, aponta a CNBC.

Jay Solomon, do think tank americano The Washington Institute, destacou em nota recente que o governo do presidente Donald Trump está cada vez mais preocupado com o fato de que  Kim Jong Un não estar apenas lucrando com a guerra de seis anos da Síria, mas também aprendendo com isso.

A expectativa é de que as exportações norte-coreanas de equipamentos militares para a nação árabe, incluindo propulsores para os mísseis balísticos Scud da Síria, roupas protetoras e respiradores, ocorram há anos. E com a receita cada vez mais apertada em meio às novas sanções, Pyongyang deve continuar promovendo novas vendas.

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Também há alegações de que conselheiros militares da Coreia do Norte estejam dentro da Síria – uma acusação que os dois países negaram. Também acredita-se que a Coreia do Norte esteja ajudando a desenvolver uma instalação nuclear síria, que foi destruída em um ataque aéreo israelense em 2007. 

A Casa Branca tem aumentado a pressão econômica sobre o governo de Kim, muitas vezes também fazendo ameaças militares para interromper o programa de armas nucleares da Coreia do Norte. Enquanto isso, na Síria, os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para atingir grupos extremistas desde o final de 2014, mas Trump disse que sua administração tinha “muito pouco a ver com a Síria” além de derrotar o Estado islâmico.

De qualquer forma, aponta Salomon, a Casa Branca precisará mobilizar todos os seus aliados do Oriente Médio e da Ásia para se proteger contra atos de proliferação potencialmente piores do que um reator da Coreia do Norte construído no leste da Síria. 

Vale ressaltar que as relações diplomáticas saudáveis ??há muito caracterizaram as relações entre a Coreia do Norte e a Síria. Os governos de ambos os países geralmente trocam mensagens de apoio e as duas nações, que eram clientes da União Soviética durante a Guerra Fria, também possuem uma profunda história de dinastias familiares autoritárias. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.