A estratégia da Unipar para dobrar de tamanho e ter maior presença nos mercados externos

Para colocar em prática projetos de crescimento de forma orgânica ou inorgânica, a Unipar conta com caixa robusto, destacou o CEO no Melhores da Bolsa 2021

Ana Paula Ribeiro

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A empresa do setor químico Unipar (UNIP6) espera dobrar de tamanho nos próximos anos e, para isso, está de olho em aquisições no Brasil e no exterior. A fabricante de cloro, PVC e soda cáustica também não descarta explorar outros produtos químicos, segundo Mauricio Russomanno, CEO da empresa.

A empresa da área química foi a vencedora da categoria materiais básicos do prêmio “As melhores empresas da Bolsa”, realizado pelo InfoMoney com base em ranking exclusivo elaborado pela provedora de serviços financeiros Economatica e pela escola de negócios Ibmec.

“Para continuarmos crescendo e nos tornarmos uma petroquímica relevante precisamos ao menos dobrar de tamanho. Para isso, temos alguns caminhos. Um é fazer aquisições de empresas do mesmo setor no Brasil, na América Latina ou em outros lugares. Também podemos fazer projetos de expansão”, disse ele, durante painel extra do evento de premiação.

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Em paralelo aos projetos de expansão, a companhia está de olho em oportunidades de redução de custo ou melhora de eficiência. Como exemplo, Russomano citou a parceria feita com a AES Tietê – agora AES Brasil (AESB3) – para a construção de um parque de geração de energia eólica em Tucano (BA). Essa geração de energia será utilizada na produção de cloro da Unipar.

Atualmente, a Unipar tem três linhas de negócios principais: produção de cloro, que é utilizado para tratamento de água em redes de saneamento básico; PVC, que é uma matéria prima para tubos e conexões da indústria de construção civil e setores como o de produção de produtos médicos; e a linha de soda cáustica, item utilizado pelas indústrias de alimentos, papel e celulose e alumínio.

Com essa atuação, a Unipar registrou uma receita líquida de R$ 1,316 bilhão no primeiro trimestre de 2021, alta de 64,2% superior na comparação com igual período de 2020. No ano passado, a receita totalizou R$ 3,8 bilhões, um crescimento de 26,9%.

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Esse crescimento também se reflete da valorização das ações da companhia. Do final de 2019 até junho de 2021, a valorização das ações ordinárias UNIP3 foi de 223%. No caso das preferenciais, a valorização foi de 208%.

Parte dessa valorização, maior nas ordinárias, está atrelada ao fato do controlador da Unipar, a Vila Velha Participações, ter anunciado que analisa oportunidades de mercado para uma operação envolvendo a combinação de negócios da controlada. Nesse caso, o interesse dos investidores fica maior pelos papéis ordinários, que podem ser beneficiados pelo “tag along” em caso de mudança de controle, ou seja, fica garantido aos minoritários receber o mesmo valor por ação.

Para colocar em prática os projetos de crescimento, seja por via orgânica ou inorgânica, a Unipar conta com um caixa robusto.

O CEO lembra que, por ser uma indústria de capital intensivo, a empresa sempre prioriza uma liquidez mais elevada. Nos últimos anos, a maior geração de caixa foi utilizada para a redução da dívida. O resultado é que a companhia registrava, ao final de março de 2021, uma dívida líquida com saldo negativo de R$ 490,2 milhões, ou seja, a empresa tem caixa para quitar todos os seus compromissos financeiros e ainda fica com caixa.

“Estamos agora esperando a oportunidades de um ciclo favorável para fazer aquisições. Podemos fazer alavancando o nosso balanço ou usando a empresa alvo da aquisição para isso. Temos até a oportunidade de comprar uma empresa um pouco maior que a Unipar, desde que isso faça sentido econômico”, disse.

Russomano explica ainda que o cenário macroeconômico beneficia parte dos negócios da empresa. No caso do segmento de cloro, a aprovação do marco do saneamento básico dá uma perspectiva par ao setor nos próximos dez anos, com a aceleração dos leilões e novos investimentos. Já a produção de PVC cresce junto com o setor da construção civil. Já a demanda por soda cáustica depende do comportamento de outras indústrias, como a de papel e celulose e alumínio.

“Do ponto de vista de empresa, nossa ambição é continuar crescendo. Já somos líder desses produtos na América do Sul e por que não ser líder nas Américas? Mas somos uma indústria de capital intensivo então precisamos ter parcimônia e cuidado. São passos que vão acontecendo ao longo dos anos”, disse.

Para esse crescimento internacional, no entanto, o executivo afirma que é importante que o Brasil passe por reformas importantes que permitam maior competitividade às indústrias. Ele citou o marco regulatório do gás, aprovado neste ano, como importante para garantir maior competitividade às indústrias. No caso da Unipar, Russomano ressalta que é importante que ela seja mais competitiva para aumentar as exportações.

O ranking Melhores Empresas da Bolsa adotou critérios quantitativos e qualitativos para analisar as companhias de capital aberto. A análise considerou um período de três anos, de 31 de dezembro de 2017 a 31 de dezembro de 2020. Os dados quantitativos foram avaliados pela Economatica e os qualitativos, pelo Ibmec (veja a metodologia completa).

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Ana Paula Ribeiro

Jornalista colaboradora do InfoMoney