A CVM está trabalhando para aperfeiçoar a regulação que permite uma nova bolsa e a gente participa dessa discussão, diz CFO da B3

O executivo participou de uma live do InfoMoney nesta segunda e comentou sobre sofisticação do mercado, IPOs, dividendos, BDRs e nova política de tarifação

Anderson Figo

Publicidade

SÃO PAULO — A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão regulador do mercado de capitais no Brasil, está trabalhando para permitir que uma nova Bolsa de Valores possa operar no Brasil e estamos colaborando para isso, disse o CFO da B3 (B3SA3), Daniel Sonder. Segundo o executivo, é um processo “natural” que acontece a medida que o mercado de capitais se torna mais sofisticado.

“O que ainda não aconteceu até hoje é o estabelecimento de uma outra Bolsa de negociação no Brasil. Isso nos parece que é bastante motivado também pelas vantagens de você ter um ambiente comum, um ambiente único, desde que ele esteja funcionando bem e desde que ele tenha um tratamento que do ponto de vista dos clientes seja adequado. Nos parece que a B3 tem oferecido isso ao longo do tempo”, disse em live do InfoMoney.

A live faz parte da série Por dentro dos resultados, em que CEOs e CFOs de empresas abertas comentam os resultados do ano e respondem dúvidas de quem estiver assistindo. Nos próximos dias, haverá lives com Marisa, Hermes Pardini, d1000, Profarma e outras companhias (veja a agenda completa e como participar).

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

“A gente acha aqui na B3 que o momento vai chegar de a gente ter uma nova plataforma de negociação de ações no Brasil. Foi o movimento que a gente viu em diversos mercados quando eles se sofisticaram, e a gente está passando por isso. A gente trabalha para essa maior sofisticação aqui no Brasil. Então, nos parece um resultado natural que em algum momento o Brasil vai seguir o caminho que outros mercados seguiram”, completou o executivo.

“A gente quer ser a Bolsa escolhida pelos nossos clientes. Não temos nenhum tipo de direito a sermos o único player, temos que conquistar isso todos os dias através do nosso trabalho, da inovação de produtos e serviços, da robustez tecnológica. Esse momento deve vir [de uma nova Bolsa no Brasil], a CVM está trabalhando para facilitar isso e estamos colaborando, trazendo também nossas preocupações para que uma eventual fragmentação não traga fragilidade com isso.”

Sonder comentou que, mesmo sendo a única Bolsa atualmente no Brasil, a B3 já sofre concorrência nos mercados onde atua. “A listagem no exterior de companhias brasileiras nada mais é do que a gente perder essas oportunidades para os nossos concorrentes globais. A B3 trabalha numa indústria altamente globalizada e onde já existe bastante competição”, disse.

Continua depois da publicidade

Ele citou que há a negociação fora do Brasil de ADRs das empresas brasileiras — as principais empresas da B3 têm ações listadas nos EUA. As companhias brasileiras podem tomar posições em derivativos de ativos brasileiros, taxa de câmbio e câmbio em especial, na forma de transações de balcão fora do Brasil, lembrou.

“Isso já existe e existe há muito tempo. Tem o mercado de emissões de renda fixa, as empresas brasileiras podem emitir debêntures ou até bonds no exterior. Eles não estão usando a plataforma da B3 para fazer o seu funding. Então, a B3 convive em um ambiente global onde existe competição em várias linhas dos nosso serviços”, disse.

Sonder enfatizou que a B3 segue trabalhando para fazer a negociação ficar, na margem, cada vez mais barata. “Especialmente para aqueles investidores que trazem mais volumes, ou seja, o custo marginal ser cada vez menor, esse compromisso está absolutamente mantido e segue sendo um dos pilares da estratégia comercial da companhia”, disse o executivo.

O CFO da B3 comentou ainda sobre os investimentos previstos da companhia para este ano e a expectativa de pagamento de dividendos entre 120% e 150% do lucro neste ano, além da nova política de tarifação da administradora da Bolsa brasileira que foi adiada para janeiro por causa da Covid-19. Assista à live completa acima.

Curso gratuito do InfoMoney ensina como lucrar na Bolsa fazendo operações que podem durar poucos minutos ou até segundos: inscreva-se!

Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.