“A chance de mais uma fusão transformacional hoje é praticamente zero”, diz vice-presidente da Raia Drogasil

Executivos da rede de farmácias participaram de live do InfoMoney e comentaram sobre estratégias e perspectivas para a companhia em 2020 e 2021; assista

Anderson Figo

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SÃO PAULO — A chance de uma nova fusão “transformacional” da Raia Drogasil (RADL3) com outra rede de farmácias é “praticamente zero”, afirmou Eugênio de Zagottis, vice-presidente do grupo. Ele não descartou, no entanto, que a RD possa fazer aquisições pontuais menores, como fez no ano passado ao comprar a rede de farmácias Onofre.

“Estamos em uma posição privilegiada no setor porque nossas lojas são 94% ‘de rua’, fora de shoppings, o que nos ajudou na pandemia”, disse em live do InfoMoney. “Mesmo assim, dentro dos 6% das nossas lojas em shoppings estão unidades mais ‘nobres’, com receitas maiores, por isso nosso balanço do segundo trimestre foi prejudicado.”

A live faz parte da série Por dentro dos resultados, em que CEOs e CFOs de empresas abertas comentam os resultados do ano e respondem dúvidas de quem estiver assistindo. Nos próximos dias, haverá lives com Eletrobras, Via Varejo, B3 e outras companhias (veja a agenda completa e como participar).

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De Zagottis afirmou que a estratégia da RD na pandemia foi aproveitar sua baixa alavancagem para comprar estoque de medicamentos, especialmente itens importados, para garantir que não haveria falta no mercado brasileiro. Assim, a dívida da empresa saltou de R$ 990,8 milhões no segundo trimestre de 2019 para R$ 1,5 bilhão no mesmo período deste ano.

Ainda assim, a alavancagem (relação percentual entre a dívida líquida e o Ebitda) ficou em 1,2 vezes — nível considerado baixo por analistas. O executivo disse que a situação de caixa da companhia é confortável até mesmo para um cenário drástico em que haja uma segunda onda de coronavírus no país, obrigando o fechamento das lojas em shoppings outra vez.

Fernando Spinelli, diretor de relações com investidores da RD e que também participou da live, afirmou que a estrutura formada pela companhia para enfrentar a pandemia já ajudaria a sustentar as operações no caso de uma segunda onda de Covid. “Os canais digitais que a gente desenvolveu, todo esse modelo de negócio que a gente veio aprimorando ao longo do período, tudo isso não será perdido”, disse.

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Os executivos disseram que a estratégia da companhia de abrir 240 novas lojas físicas por ano não está ultrapassada e segue sendo mantida, inclusive para 2020. “Já estamos pensando nas lojas de 2021”, disse Zagottis. “Nossas lojas são estratégicas e vendem em média R$ 800 mil, muito acima da concorrência, considerando as lojas maduras [mais de três anos].”

Ele comentou ainda sobre a iniciativa da companhia de desdobrar as ações na proporção de 1 para 5 com o intuito de tornar os papéis mais baratos e, com isso, mais acessíveis aos investidores pessoas físicas, que estão entrando pesadamente na B3 nos últimos meses em busca de retornos maiores do que na renda fixa, em cenário de Selic baixa.

O executivo também falou sobre dividendos e JCP (juros sobre o capital próprio). Assista à live completa acima.

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Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.