8 riscos para os mercados financeiros em 2021, segundo o Standard Chartered

Democratas conquistando maioria no Senado, uma trégua na relação EUA-China e petróleo desabando para US$ 20 estão entre os riscos

Bloomberg

(Getty Images)

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(Bloomberg) — O que pode dar errado para os investidores no ano que vem, após a pandemia de coronavírus?

Muito, a julgar pela lista do Standard Chartered de potenciais surpresas para os mercados financeiros em 2021.

Democratas conquistando maioria no Senado americano, uma trégua na relação EUA-China levando à valorização da moeda chinesa para 6 yuans por dólar ou o barril de petróleo desabando para US$ 20 por conta de uma ruptura da Opep. Estes estão entre os oito eventos “improváveis” que podem afetar os mercados, explicou o chefe global de pesquisa do banco, Eric Robertsen, no relatório anual de surpresas para os mercados financeiros.

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A possibilidade de pandemia não entrou em muitas listas de risco no ano passado, mas os mercados globais em grande parte se recuperaram do choque, ajudados por medidas fiscais e monetárias de emergência. Os investidores chegaram a alguns pontos de consenso sobre uma recuperação do crescimento e da inflação no ano que vem, o que deixou as curvas de juros mais inclinadas, valorizou os títulos corporativos e derrubou o dólar.

Neste contexto, o maior golpe seria um revés na distribuição das vacinas, acredita Robertsen.

Quanto aos eventos de “probabilidade diferente de zero” do ano passado, Robertsen acertou em cheio quando apontou para o corte na taxa básica de juros nos EUA e para o ouro atingindo US$ 2.000 a onça devido à prorrogação das compras de ativos pelos bancos centrais. Ele também esteve perto de acertar sobre um ganho de 20% no S&P 500.

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Este é o mais recente mapeamento dele de riscos insuficientemente contemplados para o próximo ano:

1. Democratas conquistam assentos da Geórgia e compõem maioria no Senado dos EUA

• Situação: Os democratas iniciam agenda legislativa para aumentar impostos e implementar mudanças regulatórias que visam o setor de tecnologia

• Impacto: Ações de tecnologia despencam e os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA aumentam devido a temores relacionados à oferta

2. EUA e China chegam a um entendimento

• Situação: A China concorda em permitir a valorização da moeda local, na tentativa de elevar o poder de compra de suas empresas e consumidores

• Impacto: Taxa de câmbio chega a 6,00 yuans por dólar

3. Estímulo monetário e fiscal impulsiona a mais forte recuperação em um século

• Situação: Na ânsia de capturar ganhos em ativos reais, investidores transferem quantidades crescentes de capital para mercados como o de cobre

• Impacto: Cobre sobe 50%

4. Rompimento da Opep

• Situação: Para sanar suas finanças, governos abandonam as cotas de oferta e a cooperação entre membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo acaba

• Impacto: Barril de petróleo cai para US$ 20

5. Morre a esperança de estímulo fiscal na Europa

• Situação: A capacidade do Banco Central Europeu de dar suporte à recuperação está em xeque em vista da taxa básica de juros zerada e do balanço patrimonial se aproximando de 100% do PIB

• Impacto: Moeda única se desvaloriza para 1,06 dólar por euro no meio do ano.

6. Secretária do Tesouro dos EUA abandona a política de dólar forte

• Situação: Quando o Congresso não coopera para a liberação de um pacote fiscal, Janet Yellen, escolhida para liderar o Departamento do Tesouro, mexe no tabuleiro para depreciar o dólar, a fim de flexibilizar as condições financeiras

• Impacto: Dólar cai 15%

7. Calotes nos mercados emergentes e rebaixamento das notas de risco soberano

• Situação: A inadimplência nas dívidas corporativas começa lentamente, mas logo atinge organizações estatais, o que provoca rebaixamento das classificações de risco de crédito soberano

• Impacto: Bolsas de mercados emergentes caem 30% no segundo trimestre e têm seu pior ano desde 2013

8. Joe Biden renuncia à presidência dos EUA

• Situação: Frustrado por não conseguir fazer a ponte entre republicanos e democratas e pressionado por protestos e agitação social crescentes, Biden renuncia em favor da vice-presidente, Kamala Harris

• Impacto: Correção acentuada nas bolsas dos EUA, ampliação dos spreads de crédito, aceleração da queda do dólar

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