7 revisões de ações do Santander, “dia D” da Sanepar, prejuízo de R$ 299 mi da Cemig e mais destaques

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quarta-feira (12)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Além do cenário geopolítico conturbado no exterior e a repercussão da lista de Fachin no Brasil, o noticiário corporativo é bastante movimentado, com destaque para as diversas revisões de recomendações do Santander. O mercado também espera pelo desfecho da “novela da Sanepar”, com a Agepar deliberando a revisão tarifária. Confira os destaques desta quarta-feira (12):

Aéreas

O governo federal formalizou na terça-feira que enviará ao Congresso Nacional projeto de lei com urgência que determina fim do limite para participação de capital estrangeiro nas companhias aéreas do país, informou o governo federal.

A decisão surpreendeu técnicos do governo, que até poucas horas atrás acreditavam que o texto seguiria como Medida Provisória. Na prática, isso significa que a medida só entrará em vigor após tramitar no Congresso, em vez de imediatamente, que seria o caso se fosse por meio de MP.

“O governo quer debate aberto e ágil sobre esse tema. Por isso, encaminhará projeto de lei a ser analisado o mais rápido possível. Solicitará, para tanto, que os líderes da base aliada requeiram tramitação em regime de urgência da matéria”, diz nota conjunta o ministérios do Turismo, dos Transportes e Casa Civil.

O comunicado apontou que a mudança se deu porque o presidente Michel Temer preferiu honrar compromisso assumido no ano passado com senadores, quando vetou um item de um projeto que tinha sido aprovado no Congresso, que tratava justamente da liberação total do capital estrangeiro em áreas. Na véspera, as ações da Gol (GOLL4) subiram forte em meio à expectativa pela publicação da Medida Provisória. 

Alimentos e Bebidas

O Santander realizou um corte de estimativa para o setor de alimentos e bebidas, refletindo os resultados
piores que o esperado no quarto trimestre de 2016 após os setores enfrentarem um ambiente desafiador no consumo doméstico. 

A redução média no preço-alvo por ação foi de aproximadamente 15% para cada empresa. A JBS (JBSS3) teve o preço-alvo reduzido de R$ 16,00 para R$ 15,00 devido a perspectivas de vendas mais fracas para a Seara/Mercosul após operação “Carne Fraca”. Já a Minerva (BEEF3) teve o preço-alvo reduzido de R$ 18,00 para R$ 14,00, devido ao cancelamento da aquisição da Frisa. A BRF (BRFS3) teve o preço-alvo por ação reduzido de R$ 64,00 para R$ 49,00, enquanto o Marfrig (MRFG3) teve o preço-alvo por ação reduzido de R$ 9,00 para R$ 7,50. A Ambev (ABEV3) teve o preço-alvo reduzido de R$ 20,00 para R$ 19,00, devido a perspectivas de crescimento mais lento em todas as regiões. 

Segundo os analistas, as expectativas de longo prazo para produtoras de carne permanecem positivas e não houve nenhuma alteração de recomendação. A JBS e Minerva são top picks. O banco vê potencial positivo atraente para BRF, “mas nossa convicção foi reduzida após consecutivas perdas”.

Saneamento

O Santander também revisou as estimativas para duas ações do setor de saneamento. O Santander vê Sabesp (SBSP3) e Copasa (CSMG3) com revisões “razoáveis” de tarifas e elevou o preço-alvo da empresa paulista de R$ 37,52 para R$ 38,13, enquanto a Copasa teve o preço-alvo no fim de 2017 elevado de R$ 43,35 para R$ 56,97.

Ainda em destaque no setor, está o “dia D” para a Sanepar. (SAPR4) Após mais de um mês de um turbulento processo, a Agepar se reúne nesta 4ª feira a partir das 11h para discutir a revisão tarifária da companhia paranaense (veja mais clicando aqui). 

Fleury (FLRY3)

O Credit Suisse reiniciou a cobertura para as ações da Fleury com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 50,00. “As nossas novas estimativas consideram que a Fleury deve entregar um crescimento sólido de 23% de CAGR (Taxa composta anual de crescimento real) de lucros no período de 2016-2018”. Os analistas aproveitaram a revisão para baixo do custo de capital de 12,8% para refletir um menor diferencial de inflação entre o Brasil e os EUA. 

CSN (CSNA3)

O mercado também ficará de olho na CSN, após ser revelado que, em delação premiada, Marcelo Odebrecht afirmou que, a pedido do empresário Benjamin Steinbruch, da companhia siderúrgica, repassou R$ 14 milhões ao ex-ministro Antonio Palocci e outros R$ 2,5 milhões para Paulo Skaf, atual presidente da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo). Segundo Odebrecht, os pagamentos foram feitos em razão de compromisso assumido por Steinbruch com o Partido dos Trabalhadores (PT).  As informações constam em pedido analisado por Edson Fachin.

Petrobras (PETR3;PETR4)

O Santander prevê para maio ou junho a conclusão das negociações sobre a cessão onerosa, considerado como o mais importante catalisador potencial de curto prazo da Petrobras. Os analistas mantêm recomendação de compra para os papéis da estatal, com preço-alvo de US$ 12,60 para cada ADR. 

Cemig (CMIG4)

A elétrica mineira Cemig apresentou prejuízo líquido de 299 milhões de reais no quatro trimestre de 2016, revertendo lucro de 566 milhões de reais no mesmo período do ano anterior, após ajustes contábeis pela desvalorização de seus investimentos na Renova Energia, empresa de geração renovável. No acumulado do ano, a Cemig obteve lucro líquido atribuído aos controladores de 335 milhões de reais, com retração de 86 por cento ante o resultado de 2,5 bilhões de reais em 2015.

A geração de caixa da companhia medida pelo lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) somou 127 milhões de reais no último trimestre de 2016, ante 1 bilhão de reais mesmo período de 2015. No consolidado de 2016, o Ebitda somou 2,6 bilhões, recuo de 52 por cento na comparação anual. A Cemig disse que registrou em 2016 um ajuste de 763 milhões de reais devido a perdas pela desvalorização de seus investimentos na Renova, companhia em que Cemig e sua controlada Light fazem parte do bloco de controle e que vem sofrendo com seguidos prejuízos e aumento do endividamento. A receita líquida da Cemig no quarto trimestre somou 4,67 bilhões de reais, queda de 20 por cento na comparação anual. No ano, foram 18,8 bilhões de reais em receita líquida, recuo de 14 por cento ante 2015.

Já as despesas operacionais caíram em 28 por cento no quarto trimestre, para 3,7 bilhões de reais. No ano, o recuo foi de 13 por cento, para 15,9 bilhões de reais. A dívida líquida da Cemig fechou 2016 em 13,14 bilhões de reais, valor 12 por cento superior ao saldo no final de 2015. O cronograma de amortização da dívida prevê pagamentos de 4,84 bilhões de reais em 2017 e de 3,9 bilhões de reais em 2018. A energia comercializada pela Cemig em 2016 recuou 2,3 por cento em relação ao volume de 2015, em meio à queda na demanda com a recessão brasileira. As vendas de energia para consumidores finais e consumo próprio caíram 6,5 por cento frente ao ano anterior.

Oi (OIBR4)

O Société Mondiale Fundo de Investimento em Ações, segundo maior acionista da Oi que tem o empresário Nelson Tanure como um dos sócios, busca potenciais parceiros para investir US$ 2 bilhões após a companhia emergir do processo de recuperação judicial, de acordo com uma fonte ouvida pela Bloomberg. 

A Société Mondiale busca reuniões em Nova York nesta semana com a PointState Capital, quarto maior acionista da Oi, e outros fundos de investimento como a Solus Alternative Asset Management, Discovery Capital e Centerbridge Partners, disse a pessoa, que pediu anonimato porque não está autorizada a
falar publicamente sobre o assunto. A Société Mondiale, PointState e Discovery não quiseram comentar.  Centerbridge e Solus não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.

A Société Mondiale tem 6,3% do capital da Oi. A injeção de capital deve ser feita se o plano de recuperação
da Oi for aprovado pelos acionistas e se a nova Lei de Telecomunicações conseguir aprovação final do Senado e sanção presidencial, disse a pessoa. 

Rodobens (RDNI3)

As vendas líquidas da Rodobens Negócios Imobiliários somaram R$ 58 milhões no primeiro trimestre de 2017, queda de 22,7% em relação a igual período de 2016 e baixa de 17,1% em relação ao quarto trimestre.

(Com Reuters, Bloomberg e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.