5 balanços, renúncia de executivo da BRF que teve prisão decretada, Cielo “rebaixada” e mais destaques

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quinta-feira (3) 

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – O mercado analisa nesta quinta-feira o placar da votação da denúncia contra o presidente Temer, mas também está de olho no radar corporativo, com a divulgação de diversos balanços, como Suzano e Cia. Hering. Confira estes e outros destaques desta quinta-feira (3):

Suzano (SUZB5)
A Suzano Papel e Celulose registrou lucro líquido de R$ 199 milhões no segundo trimestre de 2017, uma queda de 79,2% na comparação com o mesmo período de 2016. No acumulado dos seis primeiros meses de 2017, o lucro totaliza R$ 649 milhões, um recuo de 68,8% ante igual intervalo de 2016.

De abril a junho deste ano, o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 1,157 bilhão, um crescimento de 19,6% ante o mesmo período do ano passado. A margem Ebitda ajustada no intervalo passou de 38,6% para 45,7%. No primeiro semestre de 2017, o Ebitda ajustado totalizou R$ 2,004 bilhões, uma queda de 10,4% ante 2016, e a margem Ebitda recuou de 42,9% para 41,9%.

Ebook Gratuito

Como analisar ações

Cadastre-se e receba um ebook que explica o que todo investidor precisa saber para fazer suas próprias análises

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

A Suzano reportou receita líquida de R$ 2,530 bilhões no segundo trimestre de 2017, um leve incremento de 1,1% ante mesmo período de 2016. No acumulado de janeiro a junho deste ano, a receita foi de R$ 4,784 bilhões, queda de 8,2%. O resultado financeiro ficou negativo em R$ 678 milhões, ante um valor positivo de R$ 773 milhões no segundo trimestre de 2016.

Segundo o Itaú BBA, a performance dos custos fixos surpreendeu mais uma vez e já está próxima à meta do ano que vem de R$ 570 a tonelada. Os analistas apontaram que os resultados foram os melhores da indústria de celulose em
termos de preços realizados e menores custos. Já o Bradesco BBI aponta que a companhia é uma das top picks no setor de celulose da América Latina, mas a recomendação continua como neutra por conta dos preços da celulose e de riscos cambiais. 

Cia. Hering (HGTX3)
A Hering encerrou o segundo trimestre com lucro líquido de R$ 88,02 milhões, uma alta de 42,8% em relação ao lucro de R$ 61,66 milhões um ano antes. A receita líquida, por sua vez, aumentou 7,5%, para R$ 406,36 milhões, com a  margem líquida chegando a 21,7% entre abril e junho.

Continua depois da publicidade

O Ebitda da companhia avançou 19,5% no segundo trimestre, totalizando R$ 73,37 milhões, com a margem Ebitda subindo 1,9 ponto percentual, chegando a 18,1%. Em seu release de resultados, a empresa atribuiu o crescimento do lucro líquido no trimestre à expansão do resultado operacional e à maior receita financeira líquida no período, que totalizou R$ 36,29 milhões.

Após o balanço, a companhia teve a recomendação elevada para neutra pelo JPMorgan. Já o BTG Pactual destacou que os números foram bons, refletindo os esforços da companhia de gerir melhor seus estoques (com um efeito relevante nas margens) assim como uma perspectiva mais benigna para as vendas. “No entanto, apesar de uma avaliação aparentemente atraente, ainda estamos esperando para ver uma recuperação sustentável no canal de franquias”, apontam os analistas do BTG, que mantêm recomendação neutra para os ativos. 

Duratex (DTEX3)
A Duratex registrou lucro líquido de R$ 24,77 milhões no segundo trimestre, ante lucro de R$ 723 mil um ano antes. Segundo a empresa, as principais razões para o aumento foram um crédito do prêmio de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de R$ 22,3 milhões, após o pagamento de tributos, e R$ 3,4 milhões da liquidação antecipada do PSDI (Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial).

A receita líquida, por sua vez, caiu 9,5%, para R$ 916,7 milhões, como consequência da redução de 14,1% dos volumes vendidos, que ficaram em 526,572 mil metros cúbicos. Já o Ebitda cresceu 3,9% no trimestre, para R$ 218,64 milhões, com a margem Ebitda passando de 20,8% para 23,9%.

Segundo o Bradesco BBI, a Duratex reportou Ebitda mais fraco do que o esperado, impulsionado por uma performance mais fraca em Deca. Os principais destaques ficaram com: “(i) os embarques de painéis de madeira, que diminuíram 14% na base de comparação anual, principalmente devido a perdas de participação de mercado, embora a margem Ebitda tenha melhorado na comparação trimestral devido a maiores preços realizados e (ii) o Ebitda de Deca foi 12% menor do que o esperado, Principalmente impulsionado por 8,4% de volumes menores”. 

Além disso, a Duratex anunciou uma subida adicional de preços de 6% no MDF revestido, além do aumento de preços de 15% em fevereiro, mostrando que está comprometido com seu valor em relação à estratégia de volume. “Aderimos a nossa classificação outperform e esperamos que as margens retomem no segundo semestre de 2017, com uma combinação de preços e volumes mais altos”, afirmam os analistas do banco. 

Totvs (TOTS3)

A Totvs teve lucro líquido de R$ 32 milhões no segundo trimestre de 2017, 15,6% menor frente o resultado obtido no mesmo período de 2016, em consequência principalmente do crescimento da despesa de depreciação e amortização no período e da maior representatividade do resultado financeiro (prejuízo de R$ 6,6 milhões) sobre o Ebitda, que caiu 11% no trimestre, para R$ 86,3 milhões.

A margem Ebitda passou de 17,8% para 15,7% ante 17,8%, enquanto a receita da companhia teve alta de 1%, para R$ 550,5 milhões. 

Para alcançar Ebitda previsto para o final de 2017 de R$ 359 milhões, Ebitda da companhia teria que crescer 10% na segunda metade do ano, o que o Santander acredita ser possível, dizem analistas em relatório.

ABC Brasil (ABCB4)

O banco ABC Brasil registrou lucro líquido contábil de R$ 107,1 milhões no segundo trimestre de 2017, um crescimento de 2,9% na comparação com o mesmo período do ano passado. No acumulado do primeiro semestre, o lucro somou R$ 204 milhões, avanço de 4,5% contra 2016.

O ABC Brasil também forneceu o lucro líquido recorrente, em R$ 107,1 milhões, alta de 2,9% ante o segundo trimestre de 2016. No total dos seis primeiros meses do ano, a alta foi de 9,3%, para R$ 218,3 milhões.

O ROAE contábil ficou em 14% ao ano de abril a junho de 2017, ante 13,1% ao ano no mesmo período do ano passado. Já o ROAE recorrente foi de 14% ao ano no segundo trimestre de 2017 ante 15,1% em 2016. A carteira de crédito expandida somou R$ 22,905 bilhões, um avanço de 9% na comparação com o segundo trimestre de 2016.

O ABC Brasil fechou o segundo trimestre deste ano com R$ 26,549 bilhões em ativos totais, um crescimento de 16,8% na comparação com igual intervalo de 2016, e patrimônio líquido de R$ 3,089 bilhões, alta de 14,9% na mesma base de comparação. O índice de Basileia caiu 1,9 ponto porcentual do segundo trimestre do ano passado para este ano, de 18,1% para 16,2%.

De acordo com o Itaú BBA, os resultados foram piores do que o esperado, tendo como destaques negativos a queda da qualidade dos ativos e o aumento das taxas de inadimplência, de 70 pontos-base na comparação trimestral. 

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras anunciou nesta quinta-feira um novo reajuste de preços nos combustíveis. Segundo a estatal, será feito um aumento do preço médio nas refinarias em 0,2% para a gasolina e em 1% para o diesel. Os novos preços entram em vigor a partir da meia-noite desta sexta-feira (4). 

A nova política de revisão de preços foi divulgada pela petroleira no dia 30 de junho. Com o novo modelo, a Petrobras espera acompanhar as condições do mercado e enfrentar a concorrência de importadores. Em vez de esperar um mês para ajustar seus preços, a Petrobras agora avalia todas as condições do mercado para se adaptar, o que pode acontecer diariamente. Além da concorrência, na decisão de revisão de preços, pesam as informações sobre o câmbio e as cotações internacionais. 

BRF (BRFS3)

O executivo José Roberto Pernomian Rodrigues renunciou à vice-presidência da BRF e o cargo fica vago até a nova deliberação do conselho de administração.

Rodrigues teve sua prisão decretada pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em São Paulo. O executivo teve seu nome envolvido em 2007 na Operação Persona, da Polícia Federal, que investigava a Cisco. Seu nome foi ligado ainda à Operação Carne Fraca, em março deste ano, na qual teve um mandado de condução coercitiva expedido em seu nome.

Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a BRF reiterou que o processo trata de situações ocorridas há mais de 10 anos, não tendo qualquer relação com o exercício de suas atividades na BRF. “De acordo com os assessores legais consultados pela companhia, a referida decisão não impede José Roberto de exercer cargo de administrador em sociedades, uma vez que não é definitiva e não se enquadra nos casos previstos no artigo 147, parágrafo 1º, da Lei nº 6.404/1976”, informou a BRF, em comunicado. 

JBS (JBSS3)
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) decidiu referendar decisão da área técnica para aplicar multa de R$ 40 milhões à JBS pelo descumprimento de condições relativas a acordo de 2014, celebrado com o próprio Cade, quando a empresa firmou contrato de arrendamento de unidades de abate da Rodopa Indústria e Comércio de Alimentos e da Forte Empreendimentos e Participações.

Segundo o Cade, em maio deste ano, o JBS desfez a operação com os frigoríficos, mas sem seguir as condições pré-determinadas pelo conselho para o desfazimento do negócio, o que levou à aplicação da multa. Na mesma decisão, Cade aplicou multa de R$ 1,6 milhão, conjunta, à Rodopa e à Forte. 

Ainda sobre a JBS, a companhia contratou Alfred “Al” Almanza como diretor global de segurança alimentar e garantia de qualidade. Ele fará parte do time de gestão global da JBS, se reportando diretamente a Gilberto Tomazoni, presidente global de operações. Antes da JBS, o executivo era do Departamento de Agricultura, Segurança Alimentar e Serviço de Inspeção dos Estados Unidos (Usda, na sigla em inglês). Segundo fato relevante da JBS, enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Almanza será responsável por iniciativas relacionadas à segurança alimentar e de expansão dos mercados globais de exportação. Atualmente, a companhia possui 300 mil clientes em 150 países.

Unipar (UNIP6)

A operação de desinvestimento da participação acionária detida pela Unipar na Tecsis Tecnologia e Sistema Avançados está estruturada em etapas, segundo comunicado. Em um primeiro momento, a Unipar subscreve e integraliza todas as ações emitidas pela Tecsis, mediante aumento de capital de R$ 55 mi
Em seguida, Unipar deverá subscrever e integralizar títulos representativos de dívida conversíveis em ações a serem emitidos pela Tecsis no montante de até R$ 55 mi, baseado no passivo descoberto da Tecsis e na proporção de participação da Unipar em 31 de março de 2017. As ações e títulos de dívida detidos pela Unipar serão, posteriormente, vendidos por R$ 1,00 cada à GI Eólica Participações, controlada da Estáter Gestão de Investimentos. 

Em 28 de julho,a  Unipar disse que conselho aprovou os principais termos e condições para realização de desinvestimento da participação acionária na Tecsis Tecnologia e Sistema Avançados, atual coligada da companhia, representativa de 17,8% do capital social. 

Cielo (CIEL3)

A Cielo teve a recomendação reduzida de outperform para neutra pela Bradesco Corretora, reduzindo o preço-alvo de R$ 30,00 para R$ 28,00. A companhia divulgou seus números do segundo trimestre na noite da última terça-feira, que não agradaram o mercado e fizeram os papéis caírem cerca de 5% na véspera. 

Sabesp (SBSP3)

O governo do Estado de São Paulo encaminhou para a Assembleia Legislativa projeto de lei que dispõe sobre a reorganização societária da Sabesp, disse a companhia em fato relevante.  O Projeto de Lei prevê autorizar o Poder Executivo a constituir sociedade por ações com o propósito de reunir ativos de saneamento básico e outros cuja exploração guarde relação com seu objeto precípuo. 
Também prevê que a Sociedade Controladora vai exercer o controle acionário da Sabesp e auxiliar o Governo do Estado de São Paulo na implementação de políticas públicas na área de saneamento básico. O governo deverá manter a titularidade da maioria do capital votante da Sociedade Controladora, ficando autorizada a participação de outros acionistas em posição minoritária. Os acionistas privados serão admitidos na Sociedade Controladora com o objetivo de fornecer capital, agregar valor aos negócios e fortalecer a governança corporativa desta e da Sabesp.

BTG Pactual (BBTG11)

Ao jornal Valor Econômico, o diretor financeiro e de RI do BTG Pactual, João Dantas, apontou que, até o fim deste ano, o banco pode vender 100% das ações que detém na empresa de commodities Engelhart Commodities Trading Partners (ECTP) para os sócios. Se isso se concretizar, a saída do banco do negócio se dará de forma mais rápida do que o previsto.

Taesa (TAEE11)

A Assembleia Geral Extraordinária ratificou a transferência, para a Taesa, da totalidade das participações acionárias detidas pela Cemig nas concessionárias Transleste, Transudeste e Transirapé, segundo comunicado. A conclusão da restruturação societária está sujeita, ainda, à obtenção das demais aprovações prévias pertinentes, como do Cade, Aneel, credores e bancos financiadores.

Metalfrio (FRIO3)

A AGE da Metalfrio aprovou aumento de capital de R$ 40 milhões a R$ 100 milhões. O aumento de capital será mediante emissão, para subscrição particular, de, no mínimo 1,07 mi de ações ON e máximo de 2,7 mi de ações, ao preço de emissão de R$ 37,50 por ação, segundo comunicado. Caso ocorra subscrição mínima, o capital social da cia. passará a ser de R$ 284 mi, dividido em 5,17 mi de ações ON. Caso haja subscrição máxima, capital passará a R$ 344 mi, dividido em 6,77 mi de ações ON. O aumento de capital tem por objetivo reforçar a estrutura de capital da companhia”, disse a empresa. 

Cesp (CESP6)
O preço mínimo de ações da Cesp em leilão será de R$ 16,80 por ação, segundo consta no edital publicado no website da Secretaria da Fazenda de SP.
O Conselho Diretor do Programa Estadual de Desestatização decidiu, em reunião extraordinária na quarta-feira, recomendar ao governador Geraldo Alckmin aprovação de todos os documentos relativos à desestatização da Companhia Energética de São Paulo, segundo ata da reunião publicada no Diário Oficial de
SP.

O leilão de venda das ações está previsto para 26 de setembro, na B3. Serão ofertadas, em bloco único, 116,5 milhões de ações, sendo 87,5 milhões de ações ON e e 28,9 milhões de PN classe B detidas pelo Estado de SP e Cia. do Metropolitano de São Paulo (Metrô), Dersa, Sabesp, DAEE e Companhia Paulista de Parcerias (CPP). A participação representa 40,6% do capital social da Cesp. O Conselho também recomendou a venda de 16,4 milhões de ações ON a empregados habilitados, correspondendo a aproximadamente 5% do capital social. A oferta será em 2 lotes, sendo 689.520 ações com deságio de 50% sobre o preço mínimo do leilão, e 15,7 mi de ações sem deságio sobre o preço mínimo. A venda do lote de 116,5 milhões de ações deve render pelo menos R$ 1,96 bilhão. A venda do lote com deságio aos empregados deve render pelo menos R$ 5,79 milhões; lote sem deságio deve render pelo menos R$ 263,5 milhões. 

O novo controlador deverá realizar uma Oferta Pública de Aquisição:  de ações com direito a voto de propriedade dos demais acionistas da Cesp, por preço equivalente a, no mínimo, 80% do preço final do leilão, somado ao preço adicional em relação às ações adquiridas no leilão, atualizado, dividido pelo número de ações. De ações preferenciais nominativas classe B dos demais acionistas por preço equivalente a 100% do preço final do leilão somado ao preço adicional em relação às ações adquiridas no leilão, atualizado, dividido pelo número de ações. O novo controlador ficará obrigado a pagar na liquidação do leilão quantia adicional de R$ 5,79 mi “de modo a compensar as ações da oferta aos empregados com deságio”. 

 

(Com Bloomberg e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.