4 bancos possuem compra para novata da Bolsa; Eletrobras desperdiçou R$ 85 bi, 5 notícias de Petrobras e mais destaques

Confira os destaques do noticiário corporativo desta segunda-feira (28)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo é bastante movimentado, com três casas iniciando cobertura para o Carrefour Brasil com recomendação equivalente à compra, a venda mais próxima da Eldorado para a APP, além de três notícias sobre a Petrobras. Confira os destaques desta segunda-feira (28):

Atacadão/Carrefour Brasil (CRFB3)

O Atacadão – ou Carrefour Brasil, que fez o IPO em 18 de julho – teve a recomendação iniciada por quatro bancos, todos com recomendação equivalente à compra. O JPMorgan e o Santander possuem preço-alvo de R$ 19,00 por ação, enquanto o Bradesco BBI possui preço-alvo de R$ 21,00 por papel. O Itaú BBA também possui recomendação outperform para os ativos. 

O Bradesco BBI diz que a companhia oferece crescimento “alto e consistente” a múltiplos atraentes e um desconto de 23% ante seus pares, segundo relatório assinado por Richard Cathcart. O negócio Atacadão “é um dos formatos de varejo de alimentos mais atraentes do mundo, com maior densidade de vendas do que
qualquer outro par de mercados emergentes”, afirma. Já o  Santander diz que sua visão positiva para a cia. é sustentada pelo mix equilibrado de seus formatos, pela equipe de gestão “com extenso expertise em varejo”, pela unidade de financiamento ao consumidor, e por “novos e atraentes drivers de crescimento,
incluindo a plataforma e-commerce e as lojas de conveniência”, segundo relatório assinado por João Mamede.  

Petrobras (PETR3;PETR4)

O Valor traz duas notícias sobre Petrobras. O jornal informa que a Petrobras negocia a obtenção de um novo financiamento por volta de US$ 1 bilhão junto ao China Exim Bank, o banco de exportação e importação chinês, na expectativa de que o contrato seja concluído esta semana, durante visita do presidente Michel Temer a Pequim. 

O Valor também informa que a Petrobras quer fixar em lei prioridade no recebimento dos recursos que forem levantados com o processo de “descotização” de hidrelétricas da Eletrobras. Em ofício enviado ao Ministério de Minas e Energia, a Petrobras alega que tem créditos bilionários a receber e sofre com “inadimplências persistentes” no fornecimento de combustíveis para usinas térmicas. Por conta disso, pede um artigo na medida provisória de reforma do setor elétrico que a coloque na frente de outros objetivos para o uso do dinheiro obtido pela União como bônus de outorga. 

Além disso, a Petrobras anunciou o aumento do preço da gasolina em 1,1% a partir desta terça e do diesel em 0,4% nas refinarias. A nova política de revisão de preços foi divulgada pela petroleira no dia 30 de junho. Com o novo modelo, a Petrobras espera acompanhar as condições do mercado e enfrentar a concorrência de importadores. Em vez de esperar um mês para ajustar seus preços, a Petrobras agora avalia todas as condições do mercado para se adaptar, o que pode acontecer diariamente. Além da concorrência, na decisão de revisão de preços, pesam as informações sobre o câmbio e as cotações internacionais.

A companhia ainda iniciou a divulgação de oportunidades em campos terrestres. Os Teasers divulgados são referentes à cessão da totalidade dos direitos de exploração, desenvolvimento e produção em três conjuntos de campos terrestres localizados nos estados do Rio Grande do Norte e Bahia, disse a Petrobras em
comunicado ao mercado. Os campos totalizam 50 concessões. 

Por fim, o Conselho de Administração da Petrobras Distribuidora (BR), aprovou em 25 de agosto a eleição de Rafael Grisolia para cargo de diretor financeiro até julho de 2019. Grisolia ocupava posição de CFO e IRO na empresa Inbrands antes de se desligar para assumir o cargo na BR. 

Vale (VALE3;VALE5)

A Vale anunciou resgate de todos os títulos em circulação com vencimento em 2019 e cupom de 5,625%, no total de US$ 1 bilhão. A empresa irá recomprar os títulos com vencimento em 2020 e cupom de 4,625%, no total de até US$ 750 mi, segundo
comunicado ao mercado. O resgate dos títulos 2019 será realizado em 28 de setembro e a oferta pelos títulos 2020 expira em 27 de setembro. Os investidores receberão US$ 1.067,50 por US$1.000,00 de valor principal, o que inclui que um prêmio por oferta antecipada de US$ 30,00 por US$ 1.000,00. 

Eletrobras (ELET3;ELET6)

Ainda sobre a Eletrobras, o jornal O Estado de S. Paulo trouxe neste fim de semana um estudo da empresa de investimentos 3G Radar (que tem como sócia a 3G Capital, de Jorge Paulo Lemann) em que destacou que a  estrutura inchada, a perda de função em algumas áreas e o constante uso político provocam uma ineficiência de R$ 4 bilhões por ano na Eletrobras. Esse é o custo extra da estatal comparado aos indicadores de companhias privadas do setor elétrico. Em 15 anos, esse custo acumulou R$ 85 bilhões, diz o chefe de análise da gestora, Pedro Batista. “O montante seria suficiente para manter seis meses de energia de graça para os brasileiros.”

O cálculo da 3G compara os índices da Eletrobras (sem as distribuidoras) com duas empresas de geração privatizadas em 1999 e uma empresa de transmissão, privatizada em 2006: Engie, AES Tietê e Cteep. O resultado mostra que as empresas privadas pagaram mais impostos ao governo e dividendos aos acionistas. E ainda investiram R$ 65 bilhões no setor. A Eletrobras investiu R$ 84 bilhões, mas, nos cálculos da 3G, a empresa perdeu algo em torno de R$ 20 bilhões com a construção de empreendimentos como as hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira, e Belo Monte, no Xingu. Os números são um retrato das reclamações que vêm sendo feitas pelo atual presidente da companhia, Wilson Ferreira Júnior. Para ele, no cenário atual, a Eletrobras não consegue competir com as concorrentes internacionais por causa das ineficiências incrustadas na empresa. Um dos entraves, na avaliação do executivo, são as licitações. Confira a matéria completa clicando aqui. 

J&F

De acordo com o Valor Econômico, a J&F, holding dos irmãos Joesley e Welsley Batista, e a Asia Pulp and Paper (APP), da Indonésia, avançaram, no fim de semana, as negociações para a compra da Eldorado. Os dois grupos assinaram termo de compromisso, fixando as condições de venda do controle acionário da fábrica de celulose, com o início do processo de auditoria (“due diligence”) da companhia e de seu ativos. O termo tem prazo mínimo de 30 dias, mas o negócio pode ser concluído antes, pois, a APP vem há quase um mês conversando com os Batista. A asiática teria oferecido R$ 15 bilhões. 

Por outro lado, em nota, a APP negou plano de comprar a empresa, “Gostaríamos de informar que a Asia Pulp and Paper (APP) não está adquirindo a Eldorado Brasil. Entretanto, o Brasil continua sendo um mercado importante para nós e podemos explorar possibilidades de novos investimentos no futuro”, disse a APP em comunicado. 

Vale destacar que, na sexta-feira, a Bloomberg havia informado que a  Fibria (FIBR3) está discutindo com os bancos os termos de um empréstimo para sua oferta potencial para comprar a Eldorado. A empresa perguntou aos credores em que condições cada um deles poderia emprestar de US$ 200 milhões a US$ 250 milhões, totalizando US$ 1,5 bilhão, disseram três pessoas com conhecimento do assunto, pedindo para não ser identificadas porque as discussões são privadas. A Fibria ainda não fez uma oferta vinculativa e atualmente não está envolvida em negociações com a J&F para a compra da Eldorado, disse a empresa.

Ainda sobre a J&F, a JBS informou que a proposta da BNDESPar de auditoria externa não atende a seus  interesses; a maioria do Conselho da JBS ainda opinou por manter Wesley Batista como presidente. 

Cemig (CMIG4)

A diretoria da Aneel aprovou na sexta que negociará outorgas de concessões das usinas hidrelétricas São Simão (GO/MG), Jaguara (MG/SP), Miranda (MG) e Volta Grande (MG/SP), hoje pertencentes à Cemig, segundo comunicado no website da agência reguladora. O objeto do leilão passou a ser quatro concessões individualizadas, correspondentes aos Lotes A, B, C e D, segundo a Aneel. Já o prazo para pagamento da bonificação pela outorga deixou de ser no ato de assinatura do contrato de concessão e passou para até 20 dias contados da celebração do instrumento contratual, sujeito a cláusula de eficácia. 

A cláusula de eficácia “deverá estabelecer que o vencedor do leilão não fará jus a qualquer receita advinda do ACR ou do livre dispor da energia, no caso de inadimplemento da quitação da obrigação de pagamento da bonificação pelo outorga no prazo previsto”, disse a Aneel. O leilão está previsto para 27 de setembro na B3 em São Paulo.

CCR (CCRO3)

A Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) informa que o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo julgou improcedente a ação movida este ano pela CCR Autoban em que a empresa pleiteava reequilíbrio contratual decorrente de alterações feitas no projeto do Complexo Anhanguera, em obra concluída em 2010.

A Artesp estima que caso o pedido tivesse sido aceito nos termos apresentados pela concessionária, o valor da condenação poderia atingir mais de R$ 500 milhões. Conforme a agência, a CCR Autoban alegou que foram feitas modificações no projeto além do que foi estabelecido em Termos Aditivo assinados e que quantificaram e reconheceram o desequilíbrio até os respectivos momentos, tornando as obras mais caras do que foi aprovado pela Artesp.

 No entanto, de acordo com a Artesp, o juiz Evandro Carlos de Oliveira, da 7ª Vara de Fazenda Pública, entendeu não haver nos autos provas para tal pleito e decidiu manter a decisão de indeferimento do reequilíbrio deliberado pelo Conselho Diretor da agência. Em sua decisão, o juiz também citou que a execução é transferida para empresa privada para que o faça por sua conta e risco, mediante a tarifa paga pelos usuários e/ou outra forma de remuneração relacionada.

Embraer (EMBR3)

Segundo o Valor, a Embraer deve fechar mais negócios na China durante a visita do presidente Michel Temer ao país, a exemplo do que ocorre em praticamente toda visita presidencial ao parceiro chinês. A expectativa do lado brasileiro é de que o governo da China conceda autorizações para a Embraer vender mais 20 jatos regionais – cujos preços de tabela seria da ordem de US$ 1,5 bilhão. Também é esperado o sinal verde do governo para que a fabricante brasileira faça a entrega de 18 aparelhos do modelo E190-E2, a nova geração de aviões comerciais da Embraer, já vendidos mas não faturados, em um negócio da ordem de US$ 1 bilhão a preço de tabela.

Estácio (ESTC3) e Ser (SEER3)

Atenção ainda para o noticiário sobre educacionais. A Estácio informou em comunicado que  “pretende propor aos órgãos competentes a expansão da sua atuação na área de ensino à distância, como parte da estratégia para ampliar a sua rentabilidade”. O comunicado vem em resposta para notícia publicada no jornal Folha de S.Paulo, em 24 de agosto, intitulada “Após venda frustrada, Estácio pretende melhorar números no Brasil”. 

“A reportagem contempla planos meramente preliminares acerca de possíveis tendências a serem seguidas por sua administração no ano de 2018, sem qualquer conclusão ou aprovação dos seus órgãos internos competentes”, diz a empresa, destacando que “trata-se de plano de natureza preliminar, ainda em estudo na Diretoria da Companhia, e pendente da confirmação de uma série de premissas, para posterior submissão ao conselho”. “Não houve qualquer planejamento ou entendimento formal por parte da administração da Companhia sobre o assunto, que justifique sua divulgação como Fato Relevante”. 

Já sobre a Ser, o Valor informa que a empresa negocia a compra da Uniasselvi, instituição de ensino a distância das gestoras de “private equity” Carlyle e Vinci Partners. A transação deve girar entre R$ 900 milhões e R$ 1 bilhão, segundo o jornal apurou. 

Eletropaulo (ELPL4)

A Eletropaulo emite R$ 271 milhões em debêntures a CDI + 295 pontos. A oferta para investidores qualificados. As debêntures têm vencimento em julho de 2022 e o coordenador líder é o Bradesco BBI. 

(Com Bloomberg e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.