3R Petroleum (RRRP3) faz estudo aprofundado do Polo Potiguar, essencial para expansão; ação sobe 4,68% após balanço

Resultado foi visto positivamente pelos analistas de mercado, que destacaram Ebitda recorde, enquanto companhia destacou planos de expansão em tele

Augusto Diniz

(Shutterstock)

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Depois de assinar a aquisição do Polo Potiguar e apresentar ao mercado certificação de reservas do cluster, a 3R Petroleum (RRRP3) informou a analistas de mercado, nesta quarta (4), durante apresentação dos resultados do primeiro trimestre de 2022 (1T22), que prepara, junto com uma consultoria do setor, estudo de avaliação detalhada dos campos de petróleo adquiridos.

Ricardo Savini, CEO da empresa, disse em teleconferência que “quer trazer para o mercado como se fosse uma certificação de reservas, porém de capacidade tanto técnica como avaliação de valor”. Segundo ele, a proposta é “trazer ao mercado nossa visão desse ativo que é algo diferencial de qualquer outro polo”.

Em janeiro desse ano, a empresa concluiu a aquisição do cluster Potiguar junto a Petrobras (PETR3;PETR4). Em abril de 2022, a 3R apresentou ao mercado a certificação de reservas do Polo Potiguar, que apontou um valor presente aproximado de US$ 2,8 bilhões para o volume de 229 milhões de barris óleo equivalente de reservas provadas mais prováveis (2P) do ativo.

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O Polo Potiguar envolve um conjunto de 22 campos e a transferência de toda a infraestrutura, incluindo unidades de processamento de gás natural, refinaria, terminal e estocagem.

“É natural que a infraestrutura desse tamanho traga interesse grande de potenciais parceiros. Todas as trades que atuam no Brasil ou de rota próxima à costa brasileira estão em contato coma 3R buscando parcerias estratégicas ou comercias/equity” disse Savini, ressaltando não ter nenhuma ainda firmada. Mas com o estudo, em fase de conclusão, a empresa pretende buscar parceria.

Os resultados da 3R foram bem recebidos pelos analistas de mercado, com as ações registrando ganhos durante toda a sessão, intensificados após a melhora das Bolsas em geral com as falas de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, afastando as chances de alta mais fortes nos juros por lá. Os ativos RRRP3 avançaram 4,68%, a R$ 45,60.

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O Bradesco BBI ressalta que a companhia reportou um lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) recorde, impulsionado pela alta do barril do brent, crescimento da produção e novos contratos de gás.

Para analistas, a empresa vem apresentando bons resultados em suas operações, apesar de aumentar sua estrutura de gastos antes de operar todas as suas aquisições.

O BBI mantém avaliação outperform (desempenho acima da média do mercado) para 3R e preço-alvo de R$ 111.

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O Morgan Stanley ressaltou que “apoiados pelos preços mais altos do Brent, os resultados vieram fortes e em linha com nossas estimativas”. Os analistas do banco ainda destacaram que a 3R está migrando para execução após intensas fusões e aquisições, e veem muito valor a ser desbloqueado nos próximos anos, à medida que a empresa assume as operações de seus próximos ativos.

Os analistas deixaram claro que a 3R é a principal escolha no setor da América Latina. A classificação é overweight (exposição acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 96.

Empresa prevê crescimento da geração de caixa no 2T22

Rodrigo Pizarro, CFO da 3R Petroleum, disse ainda na teleconferência que a companhia tem foco na geração de caixa no 2T22.

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O executivo comentou que a geração de caixa no segundo trimestre do ano está apoiada no aumento da produção nos Polos Macau e Rio Ventura durante o 2T22 e preços mais altos do Brent projetados para 2022.

A empresa informou que as campanhas de perfuração de poços no Polo Macau, operado pela empresa desde 2020, serão iniciadas após o comissionamento da planta de separação de óleo e água do ativo, estimado para o 2T22. De acordo com a empresa, o Polo possui grande potencial no redesenvolvimento da produção.

Companhia aponta hedge de Brent e dólar como motivo de prejuízo

Rodrigo Pizarro explicou ainda a analistas de mercado o prejuízo de R$ 335,2 milhões no balanço do 1T22.

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Segundo o executivo, “as despesas financeiras foram de R$ 525 milhões, sendo R$ 230 milhões em função do caixa aplicado em dólar e a apreciação do real em relação ao trimestre anterior; R$ 82 milhões de despesas realizadas de hedge (de Brent) e R$ 172 milhões de (efeito negativo) de marcação a mercado de contratos futuros”.

No relato feito no balanço do período, a 3R justificou o resultado no lucro líquido “pelos efeitos negativos de marcação a mercado dos instrumentos derivativos de hedge de Brent e das aplicações financeiras indexadas ao dólar”.

A companhia teve lucro líquido de 19,8 milhões no 4T21 e prejuízo de R$ 44,0 milhões aferido no 1T21.

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