30% das empresas abertas devem reduzir investimento em 2013, diz Abrasca

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem dito que os investimentos devem crescer 8% em 2013 para garantir uma taxa de crescimento econômico de 4%

Reuters

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RIO DE JANEIRO – As empresas de capital aberto brasileiras estão com menos disposição para investir em 2013, mostrou uma pesquisa nesta terça-feira, num momento em que o governo federal se esforça para estimular o capital destinado à produção e à infraestrutura para acelerar a economia.

Levantamento da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) mostra que 28,3 por cento das empresas esperam um recuo nos investimentos no próximo ano, ante 19,6 por cento na pequisa relativa às expectativas para 2012. O estudo para 2011 mostrava que apenas 10 por cento esperavam queda nos investimentos naquele ano.

Ao mesmo tempo, 39,1 por cento dos entrevistados esperam alta dos investimentos em 2013, ante 46,3 por cento em 2012 e 60 por cento em 2011. As demais projetam estabilidade.

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“O pé no freio nos investimentos aumentou um pouco”, disse o superintendente-geral da Abrasca, Educardo Lucano, em evento com a imprensa no Rio de Janeiro.

O governo tem tomado uma série de ações para fomentar o investimento, entre elas a desoneração da folha de pagamento sobre vários setores industriais, a redução de tributos e o lançamento de pacotes para os setores de rodovias, ferrovias e portos.

No terceiro trimestre, a formação bruta de capital fixo –uma medida de investimentos– recuou 2 por cento no Brasil ante o período imediatamente anterior, na quinta queda trimestral consecutiva e na maior redução desde o início de 2009, quando despencou 11,9 por cento no auge da crise internacional.

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem dito que os investimentos devem crescer 8 por cento no próximo ano para garantir uma taxa de crescimento econômico de 4 por cento.

Segundo a Abrasca, a deterioração das expectativas em 2012 –quando o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer apenas 1 por cento, segundo estimativa do mercado– aumentou a cautela das empresas de capital aberto em relação à economia e sobre seu próprio nível de atividade para 2103.

A pesquisa da Abrasca foi feita antes da divulgação, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de que o PIB cresceu apenas 0,6 por cento no terceiro trimestre, metade do previsto por economistas e muito aquém do estimado pelo próprio governo.

“Este ano o Brasil teve o cenário bastante adverso. As projeções para o PIB no início do ano eram de 4,5 por cento e agora estão em 1 por cento”, disse a jornalistas o presidente da Abrasca, Antonio Castro.

“O PIB do primeiro trimestre não foi o que se esperava, o do segundo também não. Mas o terceiro trimestre realmente assustou”, acrescentou.

Preços e vendas
Pouco mais da metade das empresas consultadas –cerca de 52 por cento– espera estabilidade nos preços no ano que vem, frente a 45,2 por cento na pesquisa do ano passado.

“Se o empresário está com muita cautela com preços, ele está preocupado com o futuro”, afirmou o presidente da Abrasca.

Em relação ao volume de vendas –tanto no mercado interno como externo–, 89 por cento dos entrevistados disseram acreditar em aumento em 2013, acima dos 61,9 por cento no levantamento anterior.

Participaram do levantamento 55 companhias de capital aberto que respondem por 65 por cento do valor de mercado das empresas listadas na Bovespa.