3 motivos para o “buy and holder” vender uma ação

"Investir com horizonte de longo prazo não significa comprar um ativo para nunca mais vendê-lo", afirma a Set Investimentos

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – Saber a hora certa de vender a ação é um dos maiores desafios dos investidores. Para quem usa a estratégia de análise de técnica, são as linhas traçadas no gráfico que vão definir o melhor momento de sair de um papel, mas e aquele investidor de longo prazo (conhecido como buy and holder, ou “compra e segura”), que comprou a ação de olho nos fundamentos da empresa e que acredita no seu crescimento? Como saber o melhor momento de se desfazer de um papel?

A Set Investimentos, gestora de recursos focada no value investing (estratégia de valor), lembra que investir com horizonte de longo prazo não significa comprar um ativo para nunca mais vendê-lo. “A postura a ser adotada, especialmente quando se emprega uma gestão ativa, é a de buy and do homework (comprar e fazer a lição de casa). Empresas são organismos evolutivos e, como tal, o investidor deve acompanhar de perto seu desenvolvimento. Parte disso envolve avaliar o momento para se realizar a venda”, aponta a gestora, em carta aos cotistas.

Pensando nisso, a gestora aponta três situações que a fariam se desfazer de papéis que estão na carteira do seu fundo de ações:

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1 – Ação cara
O primeiro motivo apontado pela Set Investimentos para se desfazer de um papel é quando ele atinge um preço igual ou maior que aquele que é considerado justo. “Não são todos os investidores que seguem esse principio. Alguns compram ativos a preços inflados, na esperança de vender a um preço mais inflado no futuro. Geralmente, esse tipo de comportamento leva a perdas intensas e rápidas”, alerta o gestor.

2 – Melhores oportunidades
Muitas vezes, por mais que você tenha uma boa ação na carteira e acredite no seu potencial, pode haver um outro papel com perspectivas ainda melhores e que você enxerga um negócio imperdível. Para o gestor da Set, este é um bom motivo para vender um papel.

“[nos desfazemos da posição] Quando existem oportunidades melhores no mercado e necessitamos desses recursos para poder aproveitá-las”, ressaltam.

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3 – Mudanças de condições
Outro momento que pode ser encarado como hora de vender, na opinião da Set, é quando as condições que justificavam o investimento em algum papel sofrem alguma mudança estrutural – que podem ser mudanças regulatórias, concorrenciais ou de tecnologia.

“Esta é uma situação das mais difíceis para o investidor: exige não só que ele admita um possível erro em sua análise como também mantenha a disciplina na execução de sua estratégia. A experiência ensina que é mais fácil lidar com o abalo psicológico de reconhecer um erro do que a perda financeira futura”, aponta a gestora.

Ações que saíram do fundo
Como exemplo, eles citam duas ações que deixaram o portfólio do fundo recentemente justamente por se enquadrarem em algum desses pontos: Eztec e Valid. A gestora diz que continua a admirando a administração de ambas, mas aponta que o preço das ações subiu muito. “O reconhecimento pelo mercado da qualidade da gestão dessas empresas fez com que vendêssemos essas ações após forte valorização, acreditando que podemos aplicar esses recursos de maneira mais eficiente em outras oportunidades”, dizem.

Em fevereiro, o Set FIA rendeu 1,09%, contra queda de 3,91% do Ibovespa. No ano, o fundo rendeu -0,41% enquanto o Ibovespa rende -5,79%.

Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip