3 criptomoedas para surfar a próxima “temporada de altcoins”

Comportamento do Bitcoin nos próximos dias pode abrir caminho para alta em criptos menores; veja os ativos bem posicionados

Paulo Barros

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O Bitcoin deve fechar janeiro com o melhor desempenho para este mês desde 2013, deixando analistas confiantes de que o fundo do poço deve mesmo ter sido alcançado em novembro, no auge da crise desencadeada pelo colapso da corretora FTX . Àquela altura, a criptomoeda chegou a ser negociada a cerca de US$ 15.500, e abriria 2023 a US$ 16.500 – na tarde deste dia 31, opera a US$ 22.800.

A valorização repentina deixa especialistas esperando por um mês de fevereiro menos volátil, na esperança de que o recuo no Bitcoin não será profundo. Se isso acontecer, o BTC poderá abrir caminho para um movimento de alta nas criptos menores chamadas de altcoins, segmento de ativos ainda mais voláteis e, por isso, com maior potencial de retornos.

Para confirmar a tese, analistas técnicos estão de olho no gráfico de dominância do Bitcoin, que mede o market share da criptomoeda em relação ao valor de mercado total do setor. Quando essa participação cai, traders começam a apostar as fichas nas altcoins na expectativa de uma disparada nessas moedas.

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Segundo o analista Vinícius Terranova, o mercado mostrou na semana passada uma amostra do que pode acontecer em uma “alt season” (temporada de altcoins): quando a dominância do Bitcoin caiu durante três dias, várias criptos menores dispararam.

“Uma pequena queda [da dominância do Bitcoin nesse período] foi o suficiente para vermos altcoins subindo 20% ou 15% em questão de minutos”, afirma Terranova em participação no Cripto+, programa do InfoMoney dedicado ao universo dos ativos digitais (confira a íntegra no player acima).

“Quando o Bitcoin começa a descansar mas o mercado ainda não dá sinal de que precisa corrigir, [e em vez disso] dá sinal de consolidação e fica andando de lado, é aí que todo mundo para e pensa que não tem mais dinheiro para ser feito [no Bitcoin] e vai para as altcoins, porque elas ainda não subiram igual ao Bitcoin – e aí elas começam a acompanhar aquele movimento”.

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Para o BTC, andar de lado nesse momento significaria a manutenção do nível de US$ 22 mil a US$ 23 mil, o que vem acontecendo até aqui. O analista técnico, no entanto, prevê volatilidade nesta semana, marcada por anúncio de novo reajuste nos juros dos Estados Unidos na quarta-feira (1º), além da divulgação de mais dados econômicos na sexta-feira (3).

Considerando que o Bitcoin se estabilize na sequência, mantendo boa parte dos ganhos de janeiro, Terranova recomenda a compra de três criptomoedas para aproveitar uma possível temporada de altcoins.

Curve e Aave: criptos que dão dividendos

Duas delas são Curve (CRV) e Aave (AAVE), do segmento de finanças descentralizadas (DeFi). “São moedas de projetos DeFi altamente utilizados, com muita credibilidade no mercado, e que distribuem lucros constantemente” explica o especialista.

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A distribuição de lucros funciona como uma espécie de dividendo em criptomoedas: quem mantém os ativos é remunerado por isso por meio do repasse dos lucros obtido pelo protocolo a partir das taxas cobradas por transações. Essa remuneração é concedida para quem deixa as criptos travadas em um contrato inteligente (uma espécie de staking).

Só na semana de 18 a 25 de janeiro, por exemplo, a Curve distribuiu US$ 652 mil para quem tem CRV em staking.

Pela solidez dos projetos, avalia Terranova, os tokens ainda podem passar por mais valorização apesar de já virem de um começo de 2023 muito positivo – a CRV disparou 90% até agora em 2023, e a Aave, 56%. “DCA (preço médio) continua sendo a melhor estratégia”, diz.

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Spool: cripto de cesta de investimento

Para quem topa assumir ainda mais risco em troca de um retorno mais pomposo, Terranova aposta em uma alocação pequena na criptomoeda Spool DAO (SPOOL), que acumula queda de 97% desde seu topo histórico e tem baixo valor de mercado, na expectativa de que novidades ainda a serem anunciadas gerem uma disparada de preço.

A Spool é a criptomoeda de um protocolo que permite colocar capital em estratégias de rendimento automatizadas, uma espécie de cesta dinâmica de DeFi que escolhe as melhores maneiras para maximizar retornos em diferentes protocolos.

“Ele permite criar cestas de estratégias de compound (juros compostos), [a equipe] está fazendo interessantes parcerias com outras stablecoins, e existe uma versão nova a ser lançada”, explica Terranova. “Acredito que, por conta dessa utilidade, ele tem os fundamentos necessários para subir de valor em níveis muito altos”.

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O especialista, no entanto, recomenda alocar um pequeno percentual da parcela da carteira dedicada a criptos – que geralmente já fica em um dígito. “Se você for direcionar capital para moedas pequenas, tenha noção do risco que você corre, porque ela também pode ir para zero”, pondera.

Menções honrosas

Além de Curve, Aave e Spool, Terranova recomenda ao investidor ficar de olho nas criptomoedas MUX Protocol (MCB) e na Lido DAO (LIDO), que se beneficia da maior adoção do staking no Ethereum, e pode ver mais adesão a seu serviço de intermediação após atualização do Ethereum aguardada para março.

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Paulo Barros

Editor de Investimentos