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SÃO PAULO – O recuo do dólar ante moedas globais deve persistir nas próximas semanas em meio a dúvidas sobre a governabilidade do presidente dos EUA, Donald Trump, e com os investidores de olho nas decisões do BCE (Banco Central Europeu).
A avaliação é de Dominic Schnider, diretor de câmbio do UBS, que projeta uma queda adicional de cerca de 5% na cotação da moeda norte-americana nos próximos meses. “Não que o dólar vá ser uma moeda fraca, mas vai continuar escorregando comparativamente a divisas internacionais”, avaliou, em entrevista ao portal CNBC.
O Dólar Index, que mede o valor do papel ante uma cesta de moedas, já havia declinado de 103 pontos em janeiro para 101 no início da semana passada, atingindo 100,01 na quinta-feira (13). Para Schnider, a perda de força da moeda dos EUA se deve principalmente a um fortalecimento do euro.
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Segundo ele, além das dúvidas dos investidores a respeito da capacidade de o republicano implementar suas promessas na área econômica, o principal fator que deve determinar os rumos da divisa é o futuro do relaxamento quantitativo conduzido pelo BCE. “Acreditamos que o euro está muito subvalorizado, com a chance de que a autoridade monetária europeia reduza o programa de compra de ativos no segundo semestre, então o euro/dólar deve ver uma recuperação decente”, estimou.
Os cálculos do diretor de câmbio do UBS indicam que a relação euro/dólar deve avançar dos atuais 1,06 da última quinta para 1,20 entre os próximos seis a 12 meses, o que implicaria em um fortalecimento da moeda europeia e em uma desvalorização da divisa norte-americana.
Um fator que poderia reverter a tendência e fortalecer o dólar, alerta Schnider, seria uma surpresa em relação à presidência de Trump, com a aprovação das principais medidas econômicas no Congresso.
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Brasil
Além do cenário internacional, no âmbito doméstico, fatores de curto e médio prazo também contribuíam para uma desvalorização do dólar.
Nesta segunda-feira (17), a oferta pelo Banco Central de 16 mil contratos de swap cambial com vencimento em maio levava a um fortalecimento da moeda brasileira ante a divisa americana.
Às 11h20, os contratos futuros do dólar com vencimento no quinto mês do ano registravam recuo de 1,20%, negociados a R$ 3,116.
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No horizonte mais amplo, analistas apontam o ingresso de recursos com a segunda rodada da repatriação e contam com a aprovação da reforma da Previdência como fatores que podem levar a um fortalecimento ainda maior da divisa brasileira.