17 ações caem mais de 6% e só 8 sobem: o cenário da forte queda do Ibovespa nesta 5ª

MRV foi o grande destaque de baixa do dia, com queda superior a 14%

Equipe InfoMoney

(Shutterstock)
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O Ibovespa se curvou à aversão a risco posterior ao pacote fiscal – detalhado em entrevista nesta manhã – que, além do câmbio, que chegou a superar R$ 6 nesta sessão, colocou pressão extra na curva de juros doméstica, conduzindo o índice da B3 ao menor nível de fechamento desde 28 de junho, então aos 123,9 mil. Mesmo parte das ações com correlação positiva ao dólar, como Vale (VALE3; -1,03%) e Petrobras (PETR3, -1,67; PETR4,-1,03%), foram incapazes de segurar a Bolsa nesta quinta-feira de feriado de Ação de Graças nos EUA, sem negócios em Nova York.

Ao fim, o índice mostrava queda de 2,40%, aos 124.610,41 pontos, entre mínima de 124.389,63 (-2,57%) e máxima de 127.667,73, quase idêntica à abertura (127.667,40). O giro foi a R$ 27,7 bilhões, muito consistente para um dia sem a referência de Wall Street – feriados nos EUA costumam reduzir acentuadamente a liquidez na B3. Na semana, o Ibovespa recua 3,50%, e no mês, faltando a sessão de amanhã para o fim de novembro, cai 3,93%. No ano, cede 7,14%. Em porcentual, a perda desta quinta-feira foi a maior desde 2 de maio de 2023 (também -2,40%).

Com o dólar chegando a atingir pela primeira vez R$ 6, e a R$ 5,99 (+1,30%) no encerramento, empresas com receita na moeda americana foram um escape para compras, com destaque para JBS (JBSS3;+3,35%), Suzano (SUZB3;+3,00%) e Klabin (KLBN11;+1,97%), na ponta do Ibovespa, além de SLC Agrícola (SLCE3;+2,64%). Apenas 8 ativos do Ibovespa subiram.

Do lado oposto, MRV (MRVE3;-14,10%), CVC (CVC3;-13,38%) e Lojas Renner (LREN3;-10,16%), sofrendo com cenário de alta na curva de juros futuros, levando a aumento dos temores sobre fraqueza posterior na economia e efeito no endividamento das companhias. 17 ações caíram mais de 6% na sessão.

Empresas como as de frigoríficos e papel e celulose, exportadoras com receitas dolarizadas, contribuíram para que o ajuste do Ibovespa não fosse ainda pior na sessão, na medida em que o governo não conseguiu entregar um plano “condizente” com o que o mercado esperava, diz Thiago Lourenço, operador de renda variável da Manchester Investimentos. “Alguns bancos já estão trabalhando com taxa terminal para a Selic no atual ciclo de elevação do juros de referência acima de 14%”, acrescenta. “As contas que o governo têm feito não são as mesmas do mercado. O cenário é desafiador também para a inflação, e a curva de juros permanece muito estressada”, acrescenta.

Confira as maiores baixas e as altas do Ibovespa na sessão:

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Maiores baixas do Ibovespa

AtivoÚltimo (R$)Var. Dia (%)
MRVE35,3-14,1
CVCB32,32-13,75
LREN314,5-10,16
ALPA46,23-9,58
AZZA335,66-9,49
CSAN39,79-8,93
ASAI36,77-8,64
CYRE318,49-8,1
NTCO313,61-8,04
EZTC312,85-7,49
COGN31,29-7,19
MGLU38,99-6,74
VIVA322,06-6,6
VAMO35,7-6,56
YDUQ39,39-6,38
B3SA39,15-6,25
RENT339-6,14

Maiores altas do Ibovespa

AtivoÚltimo (R$)Var. Dia (%)
JBSS336,283,07
SUZB361,533
SLCE317,522,64
KLBN1121,711,97
WEGE352,661,44
CPFE333,271,12
GOAU411,310,8
GGBR420,250,6

(com Estadão Conteúdo)