12 ações do Ibovespa desabam entre 4% e 8%; CCX dispara 100% hoje e MMX salta 362% em 5 pregões

Confira os destaques da Bovespa nesta quinta-feira (3)

Paula Barra

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SÃO PAULO – A volta do feriado foi bastante movimentada na Bovespa. O Ibovespa se ajustou à sessão negativa dos ADRs na última quarta-feira e reagiu hoje à queda dos preços do petróleo, “risco-Trump” e julgamento do STF (Supremo Tribunal Federal). O índice encerrou em queda de 2,49%, na mínima do dia, voltando aos 61.750 pontos. Em dia de “sell off” no mercado, nenhuma das 58 ações do benchmark fecharam em alta, enquanto 12 caíram mais de 4%.

Entre as maiores quedas, Rumo, Braskem e Usiminas afundaram mais de 6% nesta sessão. Os papéis da Rumo caíram após o Brasil Plural rebaixar a recomendação para as ações da companhia para equalweight depois de ver uma alta de 180% dos papéis desde o aumento de capital.

Na sequência, apareceram os papéis da Natura, que caíram 5,3%, após sua concorrente Avon divulgou mais uma vez resultados superiores aos da companhia. Chamou atenção hoje também a queda das ações da Petrobras, que encerraram a sessão no pior patamar do dia, pressionadas pela virada para queda dos preços do petróleo nesta tarde no mercado internacional.

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Confira abaixo os destaques desta quinta-feira (3):

Petrobras (PETR3, R$ 17,17, -4,24%;PETR4, R$ 16,13, -4,33%)
As ações da Petrobras aceleraram perdas nesta tarde e fecharam na mínima do dia, em meio à queda dos preços do petróleo e acompanhando o dia de aversão ao risco no mercado doméstico, que se ajustou às perdas de Nova York no pregão anterior, quando a Bovespa esteve fechado. Na véspera, os ADRs da estatal despencaram cerca de 3%, em meio à forte baixa do preço de petróleo ontem com os estoques nos EUA bem acima do esperado. Nesta sessão, o petróleo Brent recuou 1%, a US$ 46,39 o barril, enquanto o WTI caiu 1,5%, a US$ 44,66 o barril.

No radar da Petrobras, o Tribunal Federal de Apelações de Nova York para o Segundo Circuito não deu um prazo determinado para decidir sobre os rumos de uma bilionária ação coletiva aberta por investidores dos Estados Unidos contra a Petrobras. Ontem foi realizada a primeira audiência do caso, e a empresa brasileira argumentou que é difícil determinar o tamanho do grupo de aplicadores em papéis e bônus da companhia no mercado norte-americano.

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A audiência durou 50 minutos e foi realizada em uma sala lotada, com vários presentes tendo de ser acomodados em outra sala, acompanhando por um vídeo. A Petrobras foi a última de seis audiências marcadas para a manhã de ontem na Corte. Três juízes ouviram os advogados da Petrobrás, dos bancos que cuidaram da emissão de papéis da empresa no mercado internacional e do representante dos fundos que processam a empresa brasileira, acusada de divulgar informações “falsas e enganosas” sobre a corrupção na empresa investigada pela Operação Lava Jato.

Ainda no radar da estatal, uma decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) determinou a suspensão da rescisão do contrato de afretamemento da sonda Vitória 10.000, entre a Schahin e a Petrobras.

Vale (VALE3, R$ 21,96, -1,52%; VALE5, R$ 20,45, -1,54%)
As ações da Vale tiveram pregão volátil: a mineradora iniciou a sessão em queda digerindo os ADRs, virou para alta na primeira hora do pregão, mas encerrou em queda. Hoje, o minério de ferro negociado em Qingdao fechou em leve alta de 0,23%, a US$ 65,46 a tonelada métrica.

No radar da empresa, o presidente-executivo Murilo Ferreira, disse na quarta-feira que a mineradora está tentando reduzir sua dívida para entre 15 bilhões e 17 bilhões de dólares até o final de 2017, uma pequena revisão da previsão anterior.

Assim como o resto da indústria de mineração, a Vale foi duramente atingida por um colapso dos preços das commodities no ano passado, mas o impacto foi ampliado pelo rompimento de uma barragem no Brasil, parte do empreendimento Samarco que opera em conjunto com a BHP Billiton.

Em outubro, a Vale informou um lucro no terceiro trimestre e queda da sua dívida líquida em 1,5 bilhão ante o segundo trimestre, para 25,97 bilhões de dólares, enquanto a projeção da companhia apontava uma redução da dívida líquida para 15 bilhões de dólares em meados de 2017, principalmente por meio de vendas de ativos. Falando em uma conferência da Bloomberg ontem, Ferreira também disse que estava mudando o foco para aumentar as margens de lucro, em vez de maior produção.

As siderúrgicas seguem a queda, caso da CSN (CSNA3, R$ 10,12, -1,17%), Gerdau (GGBR4, R$ 10,51, -0,47%), enquanto Usiminas (USIM5, R$ 4,29, +0,47%) registra leves ganhos.

Bancos
Os bancos voltaram a intensificar perdas nesta tarde, dando continuidade ao movimento dos ADRs registrados na véspera, quando caíram cerca de 1%. Os papéis do Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 36,45, -2,15%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 26,61, -4,76%), e Bradesco (BBDC4, R$ 31,67, -2,39%) caíram forte hoje.

No radar do Itaú, o Santander rebaixou a recomendação para as ações do banco de compra para manutenção, introduzindo um novo preço-alvo para 2017 de R$ 44,00, ante R$ 30,00 em 2016. “Nós atualizamos nossos números após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre e, dado o forte desempenho das ações no último ano (26% de desempenho acima do Ibovespa), vemos uma valorização limitada dos níveis atuais e, portanto, estamos reduzindo nossa recomendação. Acreditamos que o potencial do banco em implementar iniciativas para reduzir o capital (maior pagamento de dividendos, recompra de ações agressivas, fusões e aquisições) são fundamentais e precisam ser cuidadosamente monitorados, já que podem impulsionar uma alta adicional caso se concretizem”, afirmam os analistas.

Além disso, a Itaúsa (ITSA4, R$ 9,05, -1,95%), holding que controla o Itaú Unibanco, ingressou formalmente na terça-feira em processo competitivo de aquisição de participação societária na BR Distribuidora, subsidiária de postos de combustíveis da Petrobras, segundo comunicado enviado esta noite à CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

A empresa se une à Brasil Warrant e Cambuhy pela BR Distribuidora. Até o momento, não houve oferta ou celebração de contrato com a Petrobras no que diz respeito à aquisição, informou a holding.

Em meados de outubro, a Petrobras informou que havia distribuído até aquele momento mais de 90 prospectos de venda de participação na BR Distribuidora para potenciais parceiros, após iniciar a oferta do ativo a investidores com a nova modelagem, que permite o compartilhamento de controle na subsidiária de combustíveis. No atual modelo de venda da BR, formalmente conhecida como Petrobras Distribuidora, haverá uma estrutura societária que envolverá as classes de ações ordinárias e preferenciais, de forma que a Petrobras permaneça majoritária no capital total, mas com uma participação de 49 por cento no capital votante. A Petrobras prevê desinvestimentos de 34,6 bilhões de dólares entre 2015 e 2018, como forma de reduzir seu endividamento. A BR é um dos principais ativos nesse processo.

Além da Itaúsa, outros grupos como a rede varejista Lojas Americanas também manifestaram interesse em participar do processo de aquisição de participação societária na BR Distribuidora.

BRF (BRFS3, R$ 51,96, -0,52%)
Segundo a Bloomberg, a BRF está buscando uma injeção de capital pré-IPO da Sadia Halal na casa de US$ 500 milhões. Para o BTG Pactual, essa injeção de capital faria todo sentido, uma vez que permitiria a empresa a buscar um prêmio no futuro. A visão dos analistas do banco é de que esse IPO vai destravar valor para a companhia (considerando os múltiplos que estão sendo em torno de 13 vezes o Ebitda), podendo adicionar cerca de R$ 7,00 no preço-alvo do papel. O banco reiterou recomendação de compra para a ação.

Fleury (FLRY3, R$ 41,15, -0,53%)
As ações da Fleury viraram para queda, em dia de forte aversão ao risco dos investidores. O Santander elevou a recomendação para as ações da Fleury de neutra para compra, elevando o preço-alvo para 2017 de R$ 37,00 para R$ 49,00. “Estamos com uma visão mais bullish com Fleury, pois acreditamos que a melhora no desempenho operacional da empresa, mais uma vez demonstrada por seus últimos resultados trimestrais, é sustentável e que o guidance ainda a ser divulgado pode levar a ainda mais revisões para cima. Apesar do desempenho robusto da ação no acumulado do ano, temos expectativa de uma valorização adicional”, afirmaram os analistas.

TIM Participações (TIMP3, R$ 8,63, -0,92%)
As ações da TIM também viraram para o negativo, puxadas pelo movimento do mercado, após marcarem alta de 2,18%, a R$ 8,90, na máxima do dia. Na última terça-feira, os papéis chegaram a liderar os ganhos do Ibovespa ao saltar 7% depois da divulgação do bom resultado, mas diminuiu fortemente os ganhos em meio ao cenário de aversão ao risco com pesquisas de opinião mostrando Donald Trump um ponto à frente de Hillary Clinton.

Natura (NATU3, R$ 27,93, -5,35%)
As ações da Natura caíram forte em poucos dias com nova notícia negativa após a saída do CEO e o balanço negativo do terceiro trimestre de 2016. Desta vez,  a fabricante de cosméticos Avon divulgar nesta quinta-feira que a sua receita no Brasil cresceu 14 por cento no terceiro trimestre ante o mesmo período do ano passado, ou 6 por cento quando ajustado pela inflação e pelo câmbio. De acordo com a companhia norte-americana, o desempenho foi apoiado em aumentos em sua base de consultoras e média de pedidos, enquanto o dado ajustado foi negativamente afetado em 3 pontos em razão de tributos.

Na semana passada, a Natura reportou queda de 7,1 por cento na receita líquida de suas operações no Brasil, com contração de sua base de consultoras.

“Este é o terceiro trimestre seguido que a Avon apresenta um desempenho superior ao da Natura no segmento de vendas diretas, no entanto, a diferença no desempenho das vendas no terceiro trimestre de 13 por cento é uma das maiores da história”, destacaram analistas do UBS em nota a clientes. A equipe do UBS liderada pelo analista Gustavo Oliveira avalia que a Natura possa precisar acelerar – ou reconfigurar – sua estratégia de revitalização das vendas diretas para “pelo menos conter perdas para Avon e O Boticário”.

Rumo (RUMO3, R$ 6,36, -7,83%)
A Rumo caiu após o Brasil Plural rebaixar a recomendação para as ações da Rumo para equalweight após a alta de 180% dos papéis desde o aumento de capital. O preço-alvo para 2017 é de R$ 6,50 por ação.

Lojas Marisa (AMAR3, R$ 6,85, -9,87%)
As ações da Lojas Marisa desabaram 11,5% em dois pregões, seguindo a aversão ao risco do mercado. A varejista divulgou balanço na noite de 27 de outubro. A empresa registrou prejuízo de R$ 46,4 milhões no terceiro trimestre, aumento de 72% em relação ao mesmo período de 2015. A piora no resultado se deu, principalmente, pelo desempenho negativo no varejo.

MMX Mineração (MMXM3, R$ 15,00, +50,00%)
Enquanto os mercados teve um dia nervoso, as ações da MMX seguiram a disparada dos últimos quatro pregões e acumulou ganhos de 362% nas últimas 5 sessões. Chamou atenção também o volume financeiro movimentado hoje com o papel de R$ 15,8 milhões, contra média diária de R$ 1,5 milhão nos últimos 21 pregões.

Na semana passada, a empresa anunciou que a MMX Sudeste deu um passo importante para avançar em seu plano de recuperação judicial. A empresa oficializou a venda de duas minas de minério de ferro. O valor total estimado é de R$ 207 milhões, dos quais R$ 70 milhões serão pagos à vista.

Outros papéis do mundo “X”, que inclui as empresas fundadas por Eike Batista, subiram forte nesta sessão, como CCX Carvão (CCXC3, R$ 3,00, +89,87%), OGX Petróleo (OGXP3, R$ 6,50, +27,45%) e OSX Brasil (OSXB3, R$ 19,99, +26,20%). O volume financeiro movimentado com CCX também chamou atenção, atingindo R$ 7,2 milhões, contra média diária de R$ 515,9 mil dos últimos 21 pregões.

TecToy (TOYB4, R$ 5,20, +42,47%)
As ações da TecToy tiveram mais um dia de forte alta, saltando 112% em três dias. Vale destacar que, na última segunda, a Tectoy anunciou a volta do Mega Drive, o primeiro videogame de 16 bits, que trouxe para o mercado uma melhoria nos gráficos de jogos de console. Ele será relançado no Brasil em junho de 2017. A pré-venda do relançamento foi aberta na segunda-feira no site da Tectoy por R$ 400. O site informa que o preço é promocional e limitado e que, a partir do lançamento do console em 2017, ele será reajustado para R$ 450.

Sucesso na década de 1990, o produto retorna em edição limitada com o clássico controle de três botões e o mesmo design do original, incluindo a entrada para cartuchos e 22 jogos na memória. “O novo Mega Drive vem com uma série de jogos clássicos da plataforma e vai fazer uma viagem no tempo com os jogadores, passando por alguns dos maiores clássicos da geração 16 bits”, conta Tomás Diettrich, CEO da empresa.