11 ações que devem ser monitoradas no pregão desta 3ª feira

Novos dados da China podem influenciar Vale e siderúrgicas, enquanto elétricas devem ficar de olho na reunião da Aneel; Credit reduziu recomendação de Ambev

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Depois de uma segunda-feira (10) bastante agitada na esteira de novas pesquisas eleitorais, o Ibovespa Futuro marca uma sessão de leve queda para a bolsa brasileira mas que pode mudar à medida que novas sinalizações sobre a corrida eleitoral forem dadas. Além desse cenário, algumas ações de grande relevância podem roubar a cena neste pregão. 

Vale e siderúrgicas
As ações da Vale (VALE3;VALE5) e de siderúrgicas, como CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5) devem seguir mais uma vez no radar dos mercados após a divulgação de novos dados da China. No gigante asiático, dados mostraram que a inflação ao consumidor subiu 2,5% em maio, ante crescimento de 1,8% no mês anterior, enquanto os preços ao produtor caiu 1,4%, frente queda de 2% em abril, o que impulsionaram as bolsas por lá e podem refletir nas ações das companhias que têm uma dependência com a economia do país. 

Elétricas: hoje tem reunião da Aneel
Nesta data, o mercado deve se atentar à reunião pública da diretoria da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) que discutirá sete propostas de abertura de novas audiências públicas, com temas que afetam os cofres das companhias do setor. Dentre as sugestões, estão o aprimoramento da metodologia de revisão tarifária, custos operacionais e perdas de energias. 

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Conforme ressalta a equipe de análise da XP Investimentos, o mercado deve ficar atento a algum tipo de novidade, ainda que uma definição maior não deverá ser tomada no curto prazo, entenda-se ainda esse ano.

“Após os eventos que afetaram o setor, espera-se uma postura mais branda do regulador”, ressalta a equipe da XP. Além da revisão tarifária em 2015, muitas distribuidoras ainda terão suas tarifas reajustadas neste ano. As próximas serão a Copel (CPLE6), no fim de junho, e a Eletropaulo (ELPL4), no começo de julho. Ontem, a Copel enviou à Aneel pedido de reajuste de 32,45%. Até o momento, as distribuidoras tiveram reajustes de 13% em média. Em junho do ano passado, devido às manifestações, o governo do Paraná não repassou todo o reajuste da Copel.

Credit Suisse reduz recomendação de Ambev
Enquanto isso, a Ambev (ABEV3) pode sofrer na Bolsa nesta sessão após o Credit Suisse rebaixar a recomendação dos papéis de outperform (desempenho acima da média) para neutro e reduzir o preço-alvo de R$ 20 para R$ 18. Conforme aponta a equipe de analistas, o crescimento superior à inflação dos preços dos produtos pode não ser sustentável. 

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Além disso, um cenário macroeconômico mais negativo, a composição demográfica menos atrativa são fatores de maior preocupação. Os analistas destacam preferência pela ABI dentro do setor, com recomendação outperform. 

Petrobras, BB e Eletrobras: de olho em novas pesquisas 
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras (PETR3;PETR4), Paulo Roberto Costa, depõe à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Senado nesta terça-feira, a partir de 10h15. Costa deve prestar informações sobre a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, e as obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

Contudo, o mercado deve seguir mais atento às novas pesquisas eleitorais a serem divulgadas esta semana, ressalta a XP Investimentos, com o Ibope, Sensus e Vox Populi devendo divulgar os levantamentos até o próximo sábado. Os números também devem influenciar as ações do Banco do Brasil (BBAS3) e da Eletrobras (ELET3;ELET6). 

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JBS está procurando outra empresa nos EUA
Após registrar uma forte alta na véspera depois de ter retirado a oferta pela Hillshire Brands, a JBS (JBSS3) segue no radar dos mercados. Após perder a disputa pela Hillshire Brands para a Tyson Foods, a companhia brasileira estaria atrás de outra empresa dos EUA, segundo informações do jornal Folha de S. Paulo.

A JBS busca companhias que possuem alto grau de industrialização e marcas conhecidas do consumidor norte-americano, mas não existem muitas empresas que não estejam no portfólio da Tyson ou da JBS. Hormel Foods e Sanderson Farms seriam as principais com esse perfil. 

Light faz previsão de investimentos
A Light (LIGT3) também deve movimentar o mercado, após prever investimentos de R$ 4,5 bilhões entre 2014 e 2017. Desse total, R$ 1,05 bilhão serão investidos em 2014, aumento de 24,8% sobre 2013, quando foram de R$ 845 milhões. Já a média anual entre 2015 e 2017 será de R$ 1,07 bilhão, disse a Light.

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Estão incluídos nesse montante investimento no combate às perdas, incluindo obrigações especiais e investimentos para a Copa e as Olimpíadas. Além disso, serão investidos R$ 25 milhões na usina de Belo Monte entre 2014 e 2017 e R$ 42 milhões no leilão da usina de Itaocara, acrescentou a companhia.

Para a Light, o mercado cativo de energia vai crescer 2,4% ao ano e alcançar 22.446 GWh em 2017, baseado na continuidade do crescimento econômico em sua área de concessão. A empresa estima Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 2,3 bilhões em 2017, comparado ao indicador de R$ 1,73 bilhão em 2013.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.