101 anos de sonhos realizados: a história de vida de Irene Bergman, a dama de Wall Street

"A carreira de Bergman foi uma realização de aspirações que tinha quando era adolescente na Alemanha"

Lara Rizério

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Nascida em 2 de agosto de 1915, em Berlim, e falecida em 29 de setembro de 2016, aos 101 anos, Irene Bergman foi assessora financeira da Stralem & Co. e a mulher que mais tempo trabalhou em Wall Street

Ela começou a sua carreira em 1942, depois de chegar aos EUA da Europa como refugiada. Como secretária de um banqueiro, seu salário inicial era de US$ 35 por semana. “Naquele ano, isso era uma fortuna. Eu nunca estive em um escritório antes. Tudo que eu sei sobre investimentos, aprendi lá”, afirmou Bergman, em biografia que consta no site da Stralem. 

Como vice-presidente sênior da Stralem, Bergman supervisionou cerca de US$ 1 bilhão em gestão. Ela ingressou na empresa em 1973 vinda da Loeb, Rhoades & Co., onde havia trabalhado por seis anos como gerente de investimento na área internacional.

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Antes disso, havia passado uma década como assistente da gerência no departamento estrangeiro da Hallgarten & Co., trabalhando em arbitragem sobre fusões e escrevendo uma carta semanal. 

“A carreira de Bergman foi uma realização de aspirações que tinha quando era adolescente na Alemanha”, diz a Bloomberg em seu perfil sobre ela. Bergman cresceu no meio do luxo, filha de um proeminente banqueiro que trabalhava na Bolsa de Berlim. Seu sonho era se tornar a primeira mulher banqueira da Bolsa, mas a chegada ao poder dos nazistas interrompeu o desejo.

Mas ela não desistiu. A sua família, judia, foi primeiro para os Países Baixos, depois para Portugal e, finalmente, para os EUA com a ajuda de um amigo em Nova York. 

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Depois, ela teve que trabalhar muito duro para chegar ao topo em Wall Street, em uma época em que “as mulheres não eram muito populares”. Ela não foi popular até chegar a Stralem, que “a tratou como uma igual”.

Bergman deixou de ir ao escritório em dezembro de 2014 e passou a trabalhar de casa. Ela continuou exercendo as suas funções até o dia de sua morte. 

Conselhos de Bergman
Em 2015, quando estava perto de completar 100 anos, Bergman concedeu uma entrevista para a Bloomberg e deu um conselho para quem quer desfrutar de uma carreira longa em Wall Street: “não faça bobagens”.

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Analise os retornos dos investimentos e espere pelo menos três anos, ou melhor ainda, muitos anos mais, antes de avaliar o patrimônio. Mas não tenha medo de revisar sua tese, disse ela. Se uma pesquisa aprofundada favorecer uma mudança de portfólio, tenha coragem e faça mudanças. 

Durante a entrevista, ela ainda havia lembrado de um investimento que deixou escapar. “Eu perdi completamente a Apple”, disse ela. “A Apple era demais para mim”. Isso a fez recordar de outra dica: tome suas próprias decisões. “Eu gosto de fazer sempre o que eu quero, por isso a culpa é minha”, disse ela. “Eu não posso culpar mais ninguém”. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.