10 temas-chaves que guiarão os mercados em 2013, na visão do Goldman

China, EUA e zona do euro continuam na pauta dos investidores no próximo calendário

Mariana Mandrote

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SÃO PAULO – Com o ano de 2012 quase acabando, a equipe do Goldman Sachs elaborou uma lista com os 10 principais eventos macroeconômicos que podem mexer com os mercados no próximo calendário.

Para cada tema, os economistas do banco discutem quais serão as implicações para os mercados, os problemas potenciais e as melhores opções de investimento em cada cenário. Confira:

1) Crescimento global: um “obstáculo” para superar e então um caminho claro pela frente – os analistas prevêem um crescimento fraco no início do ano, mas, se esse período for atravessado com sucesso podemos ver uma recuperação sustentada. 2013 pode se tornar mais um ano sólido para o mercado global de ações, se os agentes reconhecerem o potencial futuro de crescimento mundial, no caso de os políticos norte-americanos encontrarem uma resolução para o abismo fiscal. “Mas o principal desafio será a rapidez com a qual o mercado será capaz de olhar além da fraqueza macroeconômica no curto prazo”, diz o Goldman Sachs.

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Para o banco, as bolsas mundiais já estão precificadas para um crescimento de 2% da economia dos EUA e uma expansão global abaixo da tendência. Desta forma, um período de crescimento modestamente mais lento não pode ser muito perturbador, ainda que as bolsas estejam vulneráveis às notícias sobre os EUA no curto prazo.

2) Mais flexibilização não convencional no G4 – No próximo ano é provável que os grandes bancos centrais adotem uma flexibilização menos convencional, sendo que, na opinião do Goldman, o afrouxamento monetário do Federal Reserve permanece mais agressivo do que o precificado pelo mercado.

Na zona do euro, o banco central começará a realizar compras privadas de ativos, enquanto no Japão existe a possibilidade de uma mudança na política monetária, ainda que este não seja o cenário base do banco.

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Na visão do banco, ativos, como o mercado acionário, que há muito tempo está performando abaixo de outros investimentos, podem se beneficiar de qualquer aumento de compromisso de alívio absoluto e não relativo. Eles podem ser uma “opção de compra” melhor num cenário de mudança política em potencial.

3) Busca pelos yields pode ser ofuscada pelo crédito corporativo – Os rendimentos para os bônus do Tesouro dos EUA serão mais altos em 2013, mas não serão muito significativos. Para o Goldman, será possível buscar rentabilidade no crédito corporativo, mas existirá uma deterioração na relação risco-retorno. De fato, o aumento do risco do crédito fácil levará as empresas à realavancagem.

4) Estabilização da moradia e a cura do setor privado nos EUA – O setor imobiliário registrou uma recuperação em 2012, o que pode continuar no próximo ano. Para 2013, o Goldman vê alta de 20% no início de construções e de 2% a 3% nos preços de moradias. Este cenário já pode estar precificado pelos mercados, de acordo o banco. Os analistas também esperam uma redução gradual do superávit financeiro do setor privado e um descongelamento das condições de crédito dos EUA. 

5) Zona do euro: um menor fator de risco global, mas ainda uma fonte de preocupação – Apesar do ritmo fraco de crescimento na zona do euro, o Goldman Sachs acredita que as questões europeias terão menos importância na condução do cenário de risco global em 2013. Isso porque, segundo o banco, as medidas políticas reduziram os profundos riscos sistêmicos que têm sido a fonte mais provável de contágio global.

No caso da Espanha, os riscos econômicos se intensificarão no início do próximo ano e será quando o BCE se verá obrigado a intervir, na opinião do Goldman. Já na Itália, as pressões econômicas vão abrandar, mas haverá uma incerteza política antes da eleição geral. 

6) Contínua divergência entre o centro e a periferia do euro – A diferença de crescimento entre o centro da zona do euro (particularmente a Alemanha) e a periferia (em especial, a Espanha) deve continuar, segundo os analistas. “A fraqueza da periferia já é bem conhecida, mas o potencial de superaquecimento da Alemanha é um tema mais distinto”, alerta o banco.

7) Aceleração do crescimento dos mercados emergentes revista os limites de capacidade – O crescimento das economias emergentes tende a acelerar significativamente entre 2012 e 2013, mas as taxas de expansão em grandes mercados, como a China e Coreia do Sul podem reduzir modestamente a longo prazo. O banco vê uma desaceleração do crescimento moderado da China a partir do quarto trimestre de 2012 e primeiro trimestre de 2013, e crescimento limitado no resto de 2013 e 2014.

8) Diferença entre os mercados emergentes continua – Na visão do banco, os emergentes verão um aumento dos riscos inflacionários no final de 2013 e 2014, mas as respostas a essas pressões de preço podem divergir entre os países. A ortodoxia da reação dos Bancos Centrais em relação à da inflação também deve variar. Em alguns países como o Brasil, apesar do risco inflacionário, o Banco Central não deve subir os juros.

9) Limitações de commodities vão abrandar a médio prazo – O banco acredita que as limitações de oferta estão começando a diminuir, graças ao aumento da produção de xisto nos EUA e à flexibilização de restrições de oleodutos. A expectativa é de que os mercados de petróleo se estabilizem e se situem num intervalo entre US$ 80 e US$ 90 por barril no ano que vem.

10) Estabilidade do crescimento da China, mas não como nos velhos tempos – O ritmo de crescimento da China vai se estabilizar em um nível acima de 8%, de acordo com os analistas. A análise de risco do Goldman para a China sugere que ativos-chave, tais como o mercado de ações do país, tinha refletido a perspectiva de grandes rebaixamento na expansão econômica. “Embora tenha havido uma recuperação significativa da precificação do mercado sobre o risco da China nos últimos três meses, um cenário de estabilidade ainda é necessário para criar um alívio”, avalia o banco.