De olho na “segunda onda”, Bradesco BBI eleva recomendação para Magalu com preço-alvo de R$ 320

Para analistas, varejista está bem posicionada em dois fatores decisivos para o sucesso de empresas do e-commerce daqui para frente

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em um contexto de crescimento forte do e-commerce e perspectiva de um cenário mais desafiador com a concorrência mais acirrada, o Bradesco BBI apontou que a evolução das companhias do setor deve ficar mais dependentes de dois fatores: i) sucesso em categorias de “second wave”, ou “segunda onda”, (como cosméticos e vestuário)  e ii) eficiência logística.

Tendo como base esse cenário, a equipe de análise apontou o Mercado Livre e o Magazine Luiza (MGLU3) como as empresas mais bem posicionadas.

No caso do Magalu, a recomendação foi elevada de neutro para outperform (desempenho acima da média do mercado), com o preço-alvo passando de R$ 170 para R$ 320, um potencial de valorização de 37% em relação ao fechamento da última terça-feira. Com isso, na sessão desta quarta-feira, as ações saltam, registrando ganhos de 6,22% às 14h19 (horário de Brasília), a R$ 248,55.

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Entre os argumentos para a posição assertiva, além da logística, está na compra da Netshoes. Além disso, no curto prazo, a expansão da empresa deverá ser apoiada ainda pela aceleração dos downloads de aplicativos e do tráfego do site, assim como pela extensão da Logbee, startup de tecnologia de logística para entregas urbanas adquirida pela empresa em dezembro, para 150 cidades.

“As estimativas mais altas para o GMV [volume total de vendas em reais] são o principal responsável pelo aumento do nosso preço-alvo”, acrescentaram os analistas. 

Para B2W e Via Varejo, o Bradesco manteve as recomendações neutras, com preços-alvos, respectivamente, de R$ 43,00 e R$ 8,00.

“Second wave” e logística 

A equipe do Bradesco BBI avalia que, atualmente,  55% dos R$ 78 bilhões do mercado de e-commerce no Brasil vem das duas primeiras categorias do “first wave” – eletrônicos e eletrodomésticos, com a maior parte sendo atendida pelo Mercado Livre. 

A penetração online já está em cerca de 30% para ambas as categorias, limitando crescimento futuro e significando que novas categorias terão que expandir para manter taxas de crescimento no nível de cerca de 20%.

Nos mercados desenvolvidos, essa “second wave” veio com categorias como vestuário e calçados, artigos esportivos e cosméticos.

O Mercado Livre já aparece bem posicionado nesse sentido (com vestuário e calçados representando cerca de R$ 4 bilhões do seu GMV) e Magazine Luiza tem se tornado o maior player nessas categorias depois da aquisição de Netshoes. Por outro lado, apontam, B2W e Via Varejo parecem estar para trás. 

O Bradesco BBI também aponta que nos últimos anos a logística tem se tornado o principal campo de batalha do e-commerce.

O modelo de entrega mais eficiente é 1P (e-commerce tradicional), apenas do esforço de todas as plataformas para expandir 3P (marketplace).

“Como o maior player 1P, o Magazine Luiza tem vantagem competitiva que esperamos que persista no longo prazo”, apontam os analistas. Além disso, a Logbee tem permitido transformar suas lojas em uma rede de mais de 800 hubs de entrega, que significa que ela está mais perto do consumidor com maior capilaridade e densidade que B2W (200 hubs) e Mercado Livre (maior parte da entrega ainda é feita via Correios). Isso significa mais rapidez e menor custo.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.