A oportunidade dos desdobramentos: veja por que operação é um bom sinal para o Magazine Luiza

Companhia irá dividir suas ações na proporção de uma para oito com o objetivo de tornar o lote mais acessível aos investidores pessoas físicas

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – O investidor brasileiro está bastante familiarizado com a chamada “cilada dos grupamentos“, mas nem tanto assim com a oportunidade dos desdobramentos. O Magazine Luiza (MGLU3) anunciou nesta sexta-feira (12) que fará sua segunda operação deste tipo desde 4 de setembro de 2017, e isso é ótima notícia. 

Quando a empresa realiza um desdobramento, o objetivo geralmente é aumentar a liquidez das suas ações quando o preço de cada papel na Bolsa está muito alto.

No caso da Magalu, o valor de uma ação está em R$ 238,11, conforme cotação no intraday da tarde desta sexta. Isso significa que o investidor que quiser comprar um único lote de ações MGLU3 terá que desembolsar R$ 23.811,00. 

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Com o desdobramento, o lote de 100 ações do Magazine Luiza passará a custar R$ 2.976,38 se o papel continuar no patamar atual. Isso ocorre porque as 190.591.464 ações ordinárias que a companhia possui em circulação no mercado serão divididas na proporção de 1 para 8, “sem modificação do capital social”.

Essa mudança de preço não significa que haverá qualquer perda para o acionista da empresa, uma vez que ele terá um número oito vezes maior de ações, de maneira a manter o mesmo capital investido que possuía antes da operação. 

Ou seja, ficará muito mais acessível para o investidor pessoa física comprar ações da empresa ao mesmo tempo em que quem já é acionista terá mais facilidade de encontrar compradores para os seus papéis. 

É importante lembrar, contudo, que com maior liquidez os ativos ganham maior facilidade de negociação tanto para compra quanto para venda. O resultado disso é um aumento da volatilidade, que sua vez possibilita tanto maiores ganhos como maiores perdas ao investidor. 

O desdobramento das ações do Magazine Luiza já foi aprovado pelo Conselho de Administração da varejista, mas ainda precisará ser votado em Assembleia Geral Extraordinária de acionistas para ser efetuado.

Segundo o fato relevante enviado pela empresa, haverá novas comunicações ao mercado sobre a proposta de desdobramento de ações, bem como a data na qual as ações passarão a ser negociadas desdobradas. 

Vale destacar que, desde 14 de dezembro de 2015, quando a companhia enfrentou uma série de dificuldades pela combinação de um ambiente econômico bastante ruim e alto endividamento, até a sessão desta sexta, os papéis já dispararam 24.703% na bolsa.

A virada da companhia ocorreu justamente entre o fim de 2015 e o começo de 2016, quando Frederico Trajano passa a acumular os papéis de Diretor Executivo (CEO) e presidente do grupo, aumentando seu nível de influência nos negócios da empresa. Dentre as mudanças, foram cortados gastos desnecessários e houve um maior foco nas operações digitais, resultando em uma melhor posição de caixa e aumento das vendas da empresa. 

Assim, atualmente, a varejista enfrenta uma situação bem diferente da observada 4 anos atrás. Por sinal, em setembro de 2015, a companhia realizou um grupamento de ações da ordem de oito para um e, agora, a situação é inversa. 

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.