IPO de sucesso, Linx movimenta R$ 251 mi na estreia, 5° maior volume da bolsa

Entrada da Linx na BM&FBovespa dá escoamento para demanda reprimida por bons IPOs no Brasil, aponta analista

Paula Barra

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SÃO PAULO – Após um período de marasmo no mercado de IPOS (Initial Public Offering) no Brasil, a Linx (LINX3), empresa do setor de software para varejo, tem uma estreia de sucesso na BM&FBovespa. A oferta inicial de ações da companhia atrai há pouco mais de uma hora para o fechamento do pregão desta sexta-feira (8), R$ 251 milhões – o quinto maior volume financeiro movimentado na bolsa.

As ações da companhia fecharam com valorização de 18,52%, sendo cotadas a R$ 32,00, enquanto o Ibovespa avançou 0,21%, aos 58.497 pontos. A entrada da companhia na bolsa é marcada por uma combinação instigante: a carência de IPOs somada a uma empresa estruturada e com potencial de expansão, o que explica desse efeito manada, disse o analista Roberto Altenhofen, da casa de research Empiricus. 

A precificação da oferta de ações da Linx saiu a R$ 27,00, bem no topo do intervalo – o que já emitia um sinal de forte interesse do mercado.

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Segundo Altenhofen, a empresa dá sinais de crescimento com margens elevadas, e abre uma boa oportunidade de compra. “A Linx vem mostrando expansão, possui boa diversificação setorial, e agora o mercado está pagando por isso, mas justifica o valuation esticado”, disse. 

O mercado passou quase dez meses sem IPO – o último foi do BTG (BBTG11), em 25 de abril – e estava “carente” de uma boa oferta. Altenhofen mostra confiança no case e aponta que a Linx tem capacidade de entregar bons resultados daqui para frente. O analista estima um potencial de valorização dos papéis de aproximadamente 25%, podendo chegar ao valor de R$ 40,00 no médio prazo. 

Em apresentação na BM&FBovespa hoje, o diretor presidente da Linx, Alberto Menache, reforçou que a empresa se preparou para abertura de capital desde 2008. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aplicou R$ 85 milhões em duas etapas de capitalização, que geraram uma participação de 21,7% até o momento da realização da abertura de capital.

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse que a abertura de capital da Linx é muito relevante, pois o País precisa ter uma empresa que “entenda as peculiaridades” do varejo brasileiro. “Precisamos ter no setor de serviços, sobretudo no varejo, eficiência e capacitação”, comentou.

A empresa movimentou R$ 527,8 milhões no IPO, com a venda da totalidade das ações dos lotes principal e suplementar. As ações são negociadas no Novo Mercado, nível máximo de governança corporativa da BM&FBovespa.

Dois terços dos recursos irão para o caixa da Linx. O restante corresponde à venda de participações de acionistas atuais da empresa, especializada em sistemas de gestão para o varejo.