O spread no mercado financeiro significa a diferença entre os preços de compra e de venda de um determinado ativo. Na prática, indica qual seria o ganho ou perda em uma eventual transação envolvendo os valores considerados.

Exemplo: se o melhor valor de compra desse ativo está em R$ 100 e a melhor cotação de venda é a R$ 100,50, há um spread positivo de R$ 0,50.

O spread, no entanto, pode ser negativo, se o preço de venda for menor que o de compra. Entre os especialistas do mercado financeiro, essa diferença é chamada de spread bid-ask.

Como o spread pode ser usado?

O spread pode ser utilizado pelo investidor para posicionar-se de maneira mais estratégica em um ativo desejado, afirma Sharon Halpern, sócia e private banker da Blackbird Investimentos.

“Ao observar o maior valor de venda e o menor valor de compra, o investidor pode escolher a abordagem mais tática para concluir a operação”, comenta a especialista. 

Isso inclui decidir se deve lançar a ordem de compra ou venda “a mercado”, ou seja, pela cotação válida no momento na operação, ou “limitada” – na qual se estabelece um valor para que a transação seja concluída.

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Essa decisão vai depender justamente das condições de mercado e do tamanho do spread desejado ou aceito pelo investidor para realizar a operação. 

Se não estiver satisfeito com as cotações de momento, o cliente pode condicionar o fechamento do negócio a um valor pré-estabelecido, que será indicado na ordem limitada. 

Alan Soares, analista da Toro Investimentos, destaca que o investidor pode utilizar o spread também como indicador de “liquidez”, termo que representa a facilidade com que uma aplicação é concluída e os recursos ficam disponíveis na conta.

Segundo ele, o mais indicado seria o aplicador escolher ativos com spreads menores, ou seja, sem grandes diferenças nos preços de compra e venda, o que facilita a liquidação do negócio. 

Por essa lógica, recomenda-se não montar grandes posições em ativos com spread elevado, justamente pela provável dificuldade em se desfazer do ativo caso seja necessário.

O que é spread na Bolsa?

Nas Bolsas de Valores, o spread refere-se à diferença entre os preços de compra e venda dos ativos disponíveis no pregão – o que inclui ações, determinados fundos de investimento, contratos futuros e recibos de ativos negociados no exterior, por exemplo. 

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Como calcular o spread na Bolsa?

Para calcular o spread, a conta a ser feita é a seguinte:

Spread = Melhor preço de venda – Melhor oferta de compra

Utilizando as mesmas cotações hipotéticas do início deste Guia, o cálculo ficaria assim: R$ 100,50 – R$ 100 = R$ 0,50 de spread. 

Como o spread impacta as operações de trade?

Um spread muito alto pode aumentar os custos da transação, diminuindo a rentabilidade, explica Soares, da Toro.

“Além disso, um spread maior pode dificultar a execução das ordens de compra ou venda, principalmente em ativos com pouca liquidez, alterando o preço de execução planejado inicialmente”, comenta o analista.

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“Portanto, é importante considerar o spread ao planejar as estratégias de entrada e saída em um determinado ativo.”

Qual a importância do spread para o trader?

O spread é fundamental para os traders, pois afeta diretamente os custos e a rentabilidade das transações, dizem os especialistas. 

“O trader deve sempre estar atento ao spread. Se for muito alto, isso pode encarecer a operação, limitando seu ganho”, afirma Sharon, da Blackbird. 

Ela lembra ainda que, no caso de ativos com pouca liquidez, um spread elevado pode até mesmo inviabilizar o negócio. 

Ao contrário, um spread menor reduz os custos envolvidos, permitindo que os traders lucrem mais com suas estratégias. 

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O conceito ganha relevância ainda maior para os chamados “day traders”, investidores que compram e vendem ativos no mesmo dia, portanto, em um único pregão.

Quais os outros tipos de spread?

Entre os mais comuns, existe também o chamado spread bancário, que envolve operações diversas nas quais uma instituição financeira lucra com o diferencial das taxas de juros. 

“Por exemplo, um banco pode captar recursos pagando 5% e emprestá-los a uma taxa de 7% no varejo, obtendo assim 2% de spread”, explica Soares, da Toro.