Como a franquia Nutty Bavarian está se reinventando para tentar dominar o mundo

A rede de franquias de castanhas oferece um negócio para o empreendedor começar com investimento inicial mais acessível do que muitas franquias disponíveis no mercado  

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – Dado o cenário adverso em 2018, com a economia sinalizando uma leve recuperação, investir no negócio próprio pode ter sido uma estratégia arriscada no ano passado – e a cautela para este ano segue. Mas donos de redes de franquias apostam em nome para atrair investidores. “É melhor fazer parte de uma rede do que empreender sozinho”, afirma Adriana Auriemo, sócia-fundadora da Nutty Bavarian.  

A rede de franquias de castanhas oferece um negócio com investimento inicial mais acessível do que muitas disponíveis no mercado para o empreendedor começar. Com R$ 99 mil o franqueado sai com o ponto de venda pronto para operar, incluindo taxa de franquia e capital de giro. O tempo de retorno médio é de 18 meses com um faturamento médio mensal de R$ 32 mil e lucratividade média de 12% a 15%.

Em 2018, a rede cresceu em relação ao ano anterior, e para este ano prepara um plano de expansão bastante ambicioso: a marca prevê a abertura de mais 30 pontos no Brasil em 2019 e 10 no exterior até 2020.

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Auriemo explica que os momentos difíceis em 2018 fizeram com que a empresa repensasse o modelo de negócio, como empresa, como cliente, além de pensar em como atrair mais franqueados e tornar o produto mais interessante. E essa dedicação para uma novas perspectiva pode fazer uma grande diferença.

“A cada 5 anos, mais ou menos, mudamos a cara do quiosque. É uma maneira de se destacar nos shoppings [principal ponto de venda hoje]”, revela a empreendedora. “Além disso, estamos revendo todo o processo de treinamento das equipes para reforçar o discurso de vendas e atendimento. Também estamos focando em campanhas promocionais”. Recentemente, a marca fechou com a Turma da Mônica, apostando na popularidade dos quadrinhos no Brasil.

Os números mostram que, escolhendo com cuidado, o investimento em franquia de fato pode ser uma opção segura e rentável para o empreendedor.

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Segundo dados preliminares divulgados pela ABF (Associação Brasileira de Franchising), a melhora gradativa do cenário econômico e a definição do quadro político refletiram positivamente no setor de franquias brasileiro. Tanto que as redes devem registrar em 2018 um crescimento nominal de 7% da receita na comparação com o ano anterior.

Além disso, “a estimativa é que o setor gere 8% mais empregos diretos no mesmo período (incluindo contratos intermitentes e temporários), totalizando cerca de 1,3 milhão de trabalhadores contratados. A expansão do número de unidades é de 5% e de novas marcas 1%, após um ano de queda”, disse a associação em relatório. 

Outro fator positivo para a Nutty é que o modelo de quiosques está em alta. As maiores redes de franquias brasileiras continuam investindo na implantação de novos formatos.

De acordo com o levantamento da ABF, entre 2017 e 2018, enquanto o percentual de lojas tradicionais diminuiu de 91% para 88%, outros formatos – como quiosques, unidades móveis e operações home based – passaram de 9% para 12%.

Novos produtos

Outra aposta da rede de franquias são os novos produtos e outros momentos de consumo. Isso porque, à priori, a empresa só oferecia castanhas para consumo imediato. Mudar essa ideia faz parte do novo desenho do negócio.

“Antes era comer na hora, agora estamos oferecendo venda corporativa, venda à granel, vendas para festas e eventos. Queremos aumentar escopo da oferta de produto. Como empresa fomos estudar novos modelos”, explica Auriemo.

Os aluguéis de pontos em aeroportos e shoppings são caros. Então, a rede começa a expandir para outros locais – como metrôs e trens. Além disso, o plano de expansão inclui supermercados e varejistas. A marca fechou parceria o Pão de Açúcar, Extra, Petz e Havan.

“Os novos lugares vão vender menos, mas o franqueado vai ter um custo menor para investir. O que no fim das contas oferece um lucro semelhante ao do shopping – onde vende mais, mas os custos são maiores”, explica Auriemo.

Segundo ela, o modelo padrão de quiosques não se encaixa em todos os pontos de venda possíveis, por isso tiveram também que oferecer outras opções como o sistema de carrinhos que ocupam apenas dois metros quadrados, e estruturas móveis, como trailer, food truck para lugares abertos e/ou temporários.

O próprio quiosque passou por uma reformulação no segundo semestre de 2018 e os novos franqueados da marca já inauguram o ponto com o novo modelo – que  traz a palavra “castanha” na fachada para facilitar a identificação do produto para o consumidor final. 

Novas frentes de negócios

Além da venda de castanhas ao consumidor final, a Nutty Bavarian também tem outras frentes de negócio. Recentemente a marca começou a vender seus produtos prontos locais como cinemas, frigobar de hotéis, lojas de conveniência, redes de drogarias e empórios.

Fornecer as castanhas como brinde em eventos corporativos também é um braço do negócio, operado tanto pelo franqueado quanto pelo franqueador. Nesse caso, os cones entregues aos participantes do evento são customizados com a marca do parceiro. Telecine, Motorola, Bradesco, Igresso.com, HDI Seguros, entre outras empresas, já presentearam clientes e parceiros com as castanhas da Nutty em seus eventos corporativos.

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Dominando o mundo 

Em 2016, a marca inaugurou seus primeiros quiosques nos Estados Unidos, em Orlando, e agora, com o modelo já testado, a Nutty abre o mercado internacional para franqueados. Por enquanto, o modelo de franquia da marca é exclusivo do Brasil – nos EUA não funciona dessa maneira. Em 1996, Auriemo comprou a exclusividade do equipamento e a receita para fazer o produto, mas todo o resto foi criado no Brasil.

“Nos EUA vendemos no formato brasileiro, no modelo de franquia. Além disso, também vendemos as castanhas via Amazon. Estamos explorando diversos canais. Estamos atentos à estratégia omnichannel”, afirma Auriemo. 

De acordo com Daniel Miglorancia, responsável pela expansão internacional da rede, a empresa teve cautela. “Apesar de a Nutty ter mais de 20 anos de história no Brasil, os Estados Unidos são um mercado diferente, então achamos que seria mais prudente entender a fundo uma operação da Nutty no exterior antes de abrir a expansão internacional por franquia. Agora, sabemos que estamos realmente prontos para seguir em frente”, explica. 

O foco neste momento está nos Estados Unidos e na Europa. Até o fim deste ano serão inauguradas as duas primeiras unidades em Portugal.

O objetivo da rede é encontrar franqueados brasileiros que estejam interessados em mudar de país e o candidato a franqueado precisa ter condições de comprar um pacote de cinco unidades, que devem ser abertas em seis meses. “Entendo como uma oportunidade para quem quer conseguir o visto de empreendedor para os Estados Unidos”, diz Miglorancia.

Dos 10 quiosques no exterior até 2020, cinco serão nos Estados Unidos e cinco em Portugal.

Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.