Equatorial começa o ano com perspectiva positiva após leilão; analistas estimam upside de 22%

A Equatorial, que já controlava a Companhia Energética do Maranhão (Cemar), a Centrais Elétricas do Pará (Celpa) e a Cepisa, e que tem uma participação no capital da Termoelétrica Geranorte

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – No último dia útil de 2018, a Equatorial (EQTL3) surpreendeu o mercado e fechou com alta de 4,28% após arrematar 89.94% da Ceal, última distribuidora da Eletrobras a ser privatizada.

Para analistas que cobrem o setor, esse movimento dá à distribuidora um fôlego interessante logo no início de 2019. Analistas do Bradesco BBI veem potencial de valorização da ação em 22%.

“Acreditamos que a empresa entregou uma mensagem positiva em termos do apetite de m&a e estratégia de crescimento, já que foram conservadores no leilão de transmissão, não participaram de Amazonas e agora em Alagoas bidaram no valor mínimo, sem pressionar a alavancagem”, disseram analistas do Credit Suisse em relatório desta quarta-feira (2). A previsão deles é potencial de retorno de R$ 326 milhões.

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Já especialistas do Itaú BBA veem NPV (valor presente líquido) potencial de R$ 600 milhões, o que corresponde a 4% do valor de mercado atual. Para a Taxa Interna de Retorno (TIR), o banco vê aumento real de 2 dígitos, em aproximadamente 14%.
A Equatorial foi a única concorrente e levou o ativo sem desconto para a bolha tarifária e comprometeu-se com um aumento de capital de R$ 525 milhões em um período de 3 meses.

Embora também vejam a notícia com bons olhos, analistas da XP Investimentos lembram ser necessário monitorar “a forma que a Equatorial financiará suas expansões neste ano, dado o aumento do endividamento”. Para eles, “a empresa está posicionada para continuar a crescer com retornos atrativos”. 

A Equatorial, que já controlava a Companhia Energética do Maranhão (Cemar), a Centrais Elétricas do Pará (Celpa) e a Cepisa, e que tem uma participação no capital da Termoelétrica Geranorte. Em entrevista, o presidente da empresa, Augusto Miranda, disse que o negócio ajudará a empresa a consolidar sua posição no segmento de distribuição.

“Fizemos o exercício, nos preparamos para esse momento, até para esse leilão e outros possíveis que vão acontecer durante o ano de 2019″, disse Miranda em Coletiva de imprensa com este tema.

Ao longo de 2018, o papel da empresa na bolsa acumulou alta de 15,55%, próxima à do Ibovespa (15,03%). A alta de sexta-feira foi a maior disparada da ação em todo o ano. Após a euforia, nesta quarta o papel abriu  com leve queda de 0,58%. 

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Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney