O setor que todo investidor precisa ter na carteira de ações agora

XP Research estima um dividendo médio de 10% no setor elétrico para o médio prazo  

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – Mais “previsível” da bolsa, o setor elétrico é o porto-seguro a que o investidor deve recorrer se quiser evitar grande exposição ao cenário de volatilidade gerado pelas Eleições em 2018. Essa segurança passa por algumas características inerentes: baixa concorrência para as empresas; uma demanda praticamente inelástica e custos irrisórios com expansão – fatores que garantem uma estabilidade muito acima da média para as ações desta indústria.

Gabriel Fonseca, analista da XP Research, é especialista em empresas do setor elétrico. Ele estima que as empresas desta indústria paguem dividendo médio de 10% aos acionistas nos próximos anos. Ele foi um dos convidados do programa Be-a-Bá da Bolsa desta semana.

Na ocasião, Fonseca lembrou que as elétricas brasileiras, excetuando a frente de distribuição, costumam ter receitas indexadas basicamente à inflação, já que estão com capacidade totalmente contratada. Considerando ainda que têm alto grau de endividamento, são beneficiadas pelo momento atual de mínima histórica da taxa básica de juros (Selic). Por essa soma de fatores, as ações são ideais neste ano para fuga da volatilidade. 

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“A gente andou vendo uma expansão do lucro pela queda da taxa de juros”, comentou o analista. “A queda da Selic ou a desaceleração da inflação, para as empresas que têm dívida atrelada em IPCA, diminuem as despesas financeiras e, por isso, [as elétricas entregam] mais lucro”, raciocina. Como essas empresas, em pleno uso das capacidades, não precisam realizar novos investimentos consideráveis, esse lucro mais relevante vira, majoritariamente, distribuição de dividendos. Por isso, a estimativa de dividendo médio de 10%, já livre de impostos para as empresas que cobram juro sobre capital próprio. 

Entre as companhias do setor, Gabriel destacou a Engie, cuja ação EGIE3 acumula alta de 6,47% em 2018. “Completamente privada e controlada por um grupo Belga, ela está totalmente protegida” das incertezas eleitorais, diz. “A ação está em um momento muito bom e a empresa vem entregando dividendos recordes que a gente só espera que aumentem nos próximos anos”.

Também a Taesa (TAEE11), parte da carteira recomendada de dividendos da XP, é vista pelo analista como uma empresa a ser buscada em momentos de maior receio dos cenários macroeconômico e político. 

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“Pimenta”

Sem toda a proteção do risco-Brasil apresentada pela Engie, as estatais mineira e paranaense Cemig (CMIG4) e Copel (CPLE6) podem ser opções no mesmo setor para o investidor mais arrojado, que busque “apimentar” o portfólio com a oportunidade trazida pela volatilidade das Eleições. No mês, a ação da Cemig apresenta queda de 6,56%, mas a alta acumulada do ano é de 18,97%. Já o papel da Copel cai 2% no mês e 19,5% no ano. 

“Quando a curva de juros fica incerta, ela é um pouco mais penalizada, mas a gente vê grandes oportunidades para Cemig”, declara o analista, desde que o investidor acompanhe com atenção as pesquisas eleitorais para o estado de Minas gerais. “A ação vai ficar mais barata no ano que vem e a empresa tem muita oportunidade de gerar valor com venda de ativos e voltar a ser uma excelente pagadora de dividendos, como era antes”.

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Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney