STC e PSO: indicadores que vieram transformar a análise técnica e otimizar seu trade

Estes novos osciladores buscam minimizar os rompimentos falsos e fornecer ao investidor sinais mais rápidos e robustos

Rafael de Souza

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SÃO PAULO – Desde que foram criados, a partir das médias móveis aritméticas, os indicadores e osciladores têm espaço reservado dentro da análise técnica, sendo utilizados para confirmar tendências e sinais de compra e venda de formações gráficas.

Entre a gama existente, muitos como o Trix e o MACD são baseados nas oscilações das médias móveis, enquanto Estocástico e Momentum, por exemplo, variam exclusivamente em função do preço, sem passar por qualquer filtro.

Com o avanço da computação, a possibilidade de criar novos indicadores técnicos multiplicou-se em compasso com o apetite dos analistas técnicos e traders em automatizar suas operações.

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Em 2008, os operadores Lee Leibfarth e Dough Schaff apresentaram uma nova modalidade de indicadores, derivados da mescla de outros osciladores, aparentemente mais rápidos e mais robustos em relação aos movimentos falsos, principais críticas relacionadas aos indicadores técnicos.

Schaff Trend Cycle (STC)
Em fevereiro daquele ano, Dough Schaff surpreendeu o mercado ao apresentar o indicador STC, pois, diferentemente dos osciladores tradicionais, sua proposta não era baseada no fechamento dos preços, mas sim pela combinação entre MACD e Estocástico Lento.

Deste modo, Schaff mesclou um bom indicador de tendência (MACD), bastante utilizado em estratégias de Trend Following, a um dos mais famosos indicadores de momento (Estocástico). Com isso, o trader procurou minimizar os sinais atrasados do MACD e os rompimentos falsos do Estocástico de uma só vez.

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Muito utilizado nos Estados Unidos por scalpers e no Forex (no qual se negocia a relação cambial entre duas moedas), o STC é calculado a partir da seguinte fórmula:

  1. Calcula-se uma MME mais curta e uma mais longa, usualmente de 12 períodos e 26 períodos, respectivamente, do fechamento dos preços;
  2. Calculam-se os valores relativos ao MACD;
  3. Calcula-se o Estocástico dos valores relativos ao MACD com filtro de 10 períodos;
  4. Calcula-se a média móvel de 10 períodos do item 3, conhecida como %D;
  5. Calcula-se o Estocástico de %D;
  6. Calcula-se o %D do item 5, gerando, assim, o Schaff Cycle;

O oscilador gera pontos de compra e venda assim como o Estocástico tradicional, ou seja, pelo cruzamento dos limites de sobrecompra (75 ou 80 pontos) e sobrevenda (25 ou 30 pontos). Recomenda-se também utilizar um parâmetro para acompanhar o oscilador, como uma média móvel.

Premier Stochastic Oscillator (PSO)
Pouco tempo mais tarde, em agosto de 2008, Lee Leibfarth, fundador do site PowerZone Trading – referência na elaboração de Trade System – apresentou em seu livro Technical Analysis of Stocks & Commodities o indicador PSO.

Embalado pelo STC, o PSO também é derivado das variações do Estocástico Lento, mas com uma grande diferença – o indicador suaviza as indicações de compra e venda do Estocástico através do filtro de duas MME.

Segundo Leibfarth, o oscilador fornece ao trader sinais mais confiáveis frente ao Estocástico em função do filtro utilizado, ao mesmo tempo em que é sensível às oscilações dos preços, resultado das características do Estocástico.

Como qualquer oscilador de momento, o PSO trabalha com os níveis sobrecomprado e sobrevendido, além de duas linhas internas, utilizadas para confirmar o processo de aceleração do movimento, assim como utilizado no CCI (Commodity Channel Index).

Comparações rápidas
Utilizando o gráfico diário do Ibovespa entre janeiro de 2009 até 2 de setembro deste ano como base, é possível tirar conclusões interessantes sobre a eficiência dos dois indicadores técnicos. É importante lembrar que não serão feitos testes estatísticos nestes exemplos, sendo eles meramente ilustrativos, a fim de aguçar o interesse do leitor.

STC x PSO

Fonte: Metastock

Utilizando como base o STC descrito acima (MME curta de 12 dias/MME longa de 26 dias/ Schaff Cycle de 10 períodos) e o PSO com Estocástico de 8 períodos e filtro de 25 períodos, percebe-se que o STC tem um comportamento mais estável, sendo pouco afetado por repiques. Do outro lado, o PSO, por ser mais sensível, aproveita com maior eficiência as operações contra tendência.

Em um setup operacional de swing trade, por exemplo, o STC forneceria uma quantia menor de sinais falsos, podendo ser uma alternativa interessante para este tipo de operação.

MACD Histograma x STC

Fonte: Metastock

Utilizando a clássica configuração do MACD Histograma (MME curta de 12 dias/ MME longa de 26 dias/ Linha de Sinal de 9 períodos) e o STC com Schaff Cycle de 9 períodos, a fim de homogeneizar os parâmetros, percebe-se que o MACD fornece sinais de compra e venda mais rápidos, mas, em muitas ocasiões, os sinais falsos podem confundir o trader.

Estocástico x PSO

Fonte: Metastock

Adaptando o PSO para operações de curtíssimo prazo (Estocástico de 3 períodos e filtro de 8 períodos) e a configuração clássica do Estocástico Lento (8,3,3), pode-se perceber que o PSO exerce parte de sua função – suavizar as oscilações do Estocástico e fornecer sinais mais confiáveis. Entretanto, quando o mercado faz repiques corretivos, o PSO reage em certas ocasiões dando sinais falsos de compra, problema corrigido através das adaptações dos parâmetros.

Conclusão
Outras tantas conclusões podem ser feitas por meio destas comparações, mas há necessidade de testes estatísticos para corroborar qualquer afirmação, que serão feitos em uma próxima oportunidade.

Por enquanto fica a dica de mais dois indicadores técnicos, que, aparamente, fornecem sinais de compra e venda pouco mais confiáveis ao trader, ajustados de maneira correta, e são uma das últimas novidades em termos de osciladores nos Estados Unidos.