Yellen defende que UE mantenha política fiscal expansionista para apoiar retomada

A secretária também elogiou a resposta da União Europeia (UE) à crise provocada pelo coronavírus, afirmando que ela foi "rápida e vigorosa"

Estadão Conteúdo

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A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, defendeu nesta segunda-feira, 12, a continuação de medidas fiscais que apoiem a economia nos dois lados do Atlântico pelo menos até 2022, em discurso durante cúpula do Eurogrupo, que reúne ministros das finanças da zona do euro.

No evento, Yellen ressaltou os principais pontos da agenda econômica do presidente americano, Joe Biden, e disse que o governo está “comprometido” com políticas para além do pacote de US$ 1,9 trilhão aprovado em março, como investimentos em infraestrutura.

A secretária também elogiou a resposta da União Europeia (UE) à crise econômica provocada pelo coronavírus, tanto a nível do bloco como nacional. “E o BCE respondeu rápida e vigorosamente com uma série de ações que contiveram com sucesso os spreads soberanos e ajudaram a preservar as condições financeiras favoráveis”, destacou.

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Yellen, contudo, admitiu que as “incertezas permanecem altas”, o que justificaria a manutenção de uma política expansionista. “É importante que os Estados membros considerem seriamente medidas fiscais adicionais para garantir uma recuperação doméstica e global robusta”, argumentou.

Nesse contexto, Yellen comentou que o fundo de recuperação da UE de cerca de 800 bilhões de euros ajudará a evitar que a retomada ocorra de maneira desigual no bloco. Para ela, a União deve trabalhar em reformas que permitam maior flexibilidade aos países na resposta a choques como o da covid-19.

“A continuação do progresso na agenda de longo prazo da União Econômica e Monetária, incluindo a União Bancária e a União dos Mercados de Capitais, é boa para a Europa, boa para os Estados Unidos e boa para o mundo”, destacou.

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Imposto global

Apesar da defesa por uma política econômica expansionista, Janet Yellen, afirmou que a sustentabilidade fiscal de longo prazo é “criticamente importante” e justifica a implementação de um imposto mínimo global de pelo menos 15%, em linha com o compromisso firmado pelo G-20 no final de semana.

“Esperamos que todos os Estados-membros da União Europeia adiram ao consenso e que a UE avance nesta questão a nível do bloco”, exortou, em discurso durante reunião do Eurogrupo.

Yellen argumentou ainda que a comunidade internacional deve buscar fontes de financiamento que não dependam da tributação de trabalhadores e acabar com a prática de empresas que procuraram jurisdições onde a taxação é mais vantajosa.

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“Precisamos garantir que a economia globalizada não continue a enganar nossa classe média para que ela permaneça aberta e livre, incentivando assim o crescimento econômico e a segurança nos negócios”, pontuou.

Yellen também convidou os europeus a trabalharem juntos para conter o que ela considera “práticas econômicas injustas, comportamento maligno e abusos dos direitos humanos” da China, além de “abusos” em Belarus e “comportamento maligno” da Rússia. “Precisamos continuar trabalhando juntos para promover a ordem internacional baseada em regras que tem beneficiado nossas economias e sociedades desde a Segunda Guerra Mundial”, comentou.

“Não há dúvidas sobre o empenho dos Estados Unidos em construir uma relação econômica transatlântica mais forte, ou sobre o nosso apoio a uma economia forte da União Europeia e da zona do euro do euro”, afirmou.

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