Xi Jinping conquista terceiro mandato como presidente da China em meio a série de desafios

Com isso, Xi leva a China a um caminho mais autoritário desde que assumiu o controle há uma década e estende seu mandato por mais cinco anos

Reuters

(Crédito: Shutterstock)

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PEQUIM – Xi Jinping garantiu um terceiro mandato sem precedentes como presidente da China, nesta sexta-feira, durante uma sessão parlamentar na qual reforçou seu controle sobre a segunda maior economia do mundo, à medida que o país emerge de uma crise da Covid-19 e enfrenta desafios diplomáticos.

Quase 3.000 membros do Parlamento chinês, o Congresso Nacional do Povo (NPC), votaram de maneira unânime em Xi, de 69 anos, no Grande Salão do Povo, em uma eleição na qual não havia outro candidato.

Xi levou a China a um caminho mais autoritário desde que assumiu o controle há uma década e estendeu seu mandato por mais cinco anos em meio a relações cada vez mais adversas com os Estados Unidos e seus aliados sobre Taiwan, o apoio de Pequim à Rússia, comércio e direitos humanos.

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Internamente, a China enfrenta uma recuperação desafiadora de três anos da política de Covid-zero de Xi, confiança frágil entre consumidores e empresas, e demanda fraca pelas exportações chinesas.

A economia cresceu apenas 3% no ano passado, um de seus piores desempenhos em décadas. Durante a sessão do Parlamento, o governo estabeleceu uma modesta meta de crescimento para este ano de cerca de 5%.

“Em seu terceiro mandato, Xi precisará se concentrar na retomada econômica”, disse Willy Lam, membro sênior da Jamestown Foundation, um think tank dos EUA.

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“Mas se ele continuar com o que tem feito – controle mais rígido do partido e do Estado sobre o setor privado e confronto com o Ocidente, suas perspectivas de sucesso não serão animadoras.”

O presidente russo, Vladimir Putin, foi um dos primeiros líderes estrangeiros a parabenizar Xi por seu terceiro mandato. Os dois selaram uma parceria “sem limites” entre a China e a Rússia em fevereiro do ano passado, dias antes de Moscou lançar sua invasão à Ucrânia.

Xi preparou o terreno para outro mandato quando eliminou os limites de mandato presidencial em 2018 e se tornou o líder mais poderoso da China desde Mao Zedong, que fundou a República Popular.

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A presidência é em grande parte cerimonial, e a principal posição de poder de Xi foi estendida em outubro do ano passado, quando ele foi confirmado como secretário-geral do comitê central do Partido Comunista por mais cinco anos .

Durante a votação desta sexta-feira, Xi conversou com o candidato a primeiro-ministro Li Qiang, que deve ser confirmado no sábado para o segundo posto mais alto da China, um cargo que coloca o ex-chefe do partido de Xangai e aliado de Xi no comando da economia.

Outras autoridades aprovadas por Xi devem ser eleitas ou nomeadas para cargos no governo durante este fim de semana, incluindo vice-primeiros-ministros, um presidente do banco central e vários outros ministros e chefes de departamento.