Você doa só para as causas que conhece?

O episódio 30 do podcast Aqui Se Faz, Aqui Se Doa aborda o desafio de buscar doações para projetos específicos – e, às vezes, pouco conhecidos

Instituto MOL

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O episódio 30 do podcast Aqui Se Faz, Aqui Se Doa aborda o desafio de buscar doações para projetos específicos – e, às vezes, pouco conhecidos

Em 2014, muitas pessoas, de diferentes países, começaram a postar vídeos jogando um balde de água gelada na própria cabeça: era o desafio do balde de gelo.

O que parecia ser só mais uma ação viral nas redes sociais tinha também outro objetivo: incentivar as pessoas a doar para associações de pacientes com ELA — esclerose lateral amiotrófica.

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A doença é rara, a causa, específica e pouca gente a conhecia; portanto, era difícil engajar as pessoas para doar.

Mas difícil não é impossível: no período da campanha do balde de gelo, a Associação Americana de ELA conseguiu multiplicar em 41 vezes sua arrecadação, chegando a US$115 milhões.

Mas será apenas por meio de campanhas enormes que se consegue conscientizar para causas com menor visibilidade?

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Verônica Stasiak, fundadora e diretora executiva do Instituto Unidos pela Vida, acredita que não. “A gente sempre fica tentando achar a genialidade do balde de gelo e, às vezes, um mini balde de gelo está próximo da gente e fugimos por achar muito básico”, disse em entrevista ao podcast Aqui se Faz, Aqui se Doa, produzido pelo Instituto MOL e pelo Movimento Bem Maior, com o apoio do InfoMoney (ouça aqui).

O Instituto Unidos Pela Vida é uma organização da sociedade civil que desenvolve projetos de comunicação, educação, pesquisa e advocacy sobre a fibrose cística, também conhecida como “doença do beijo salgado”, condição que acomete pelo menos 6 mil brasileiros e 90 mil pessoas no mundo — considerando a possibilidade de subnotificação.

Como forma de gerar mais conhecimento para essa causa tão específica, Verônica recomenda uma boa dose de transparência, tanto na hora de comunicar sua causa, quanto no momento de prestar contas do seu trabalho.

“Se você tem uma causa muito bem definida, com uma proposta muito bem estruturada, além de transparência no que faz, seu apoiador vai entender a importância do seu trabalho”, afirma.

Mas antes de colocar uma grande campanha no ar, é preciso tornar a doação o mais simples possível. “Quanto mais cliques você colocar para a pessoa, menos ela vai querer te ajudar”, diz Verônica.

É preciso também pensar na operacionalização da transferência dos recursos: será via PIX? Cartão de crédito? Por plataforma de crowdfunding recorrente? Tudo isso deve ser definido antes de buscar doadores.

Ela conta que uma boa estratégia é conectar a doação a uma ação cotidiana, mais próxima do doador. Como exemplo, cita uma ação do Unidos pela Vida que pedia para que os doadores deixassem de comer um hambúrguer no mês e doassem o valor correspondente para a organização. Em pouco tempo, e com um chamado simples, conseguiu cobrir boa parte dos custos fixos da instituição.

“O ato de pedir muda toda a história: o pedir faz diferença, o pedido subliminar às vezes não dá retorno. Com uma lista simples, enviada para o seu círculo mais próximo, apoiado por uma boa estrutura de conversão operacional da doação, você já tem uma boa campanha”, conclui.