Vendas no varejo caem 1,7% em junho frente maio após dois meses de alta, resultado bem pior do que o esperado

Segundo consenso Refinitiv, a expectativa era de alta de 0,7% das vendas em junho na comparação com maio e de 9,1% frente junho de 2020.

Equipe InfoMoney

Shopping Center (Pixabay)

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As vendas do comércio varejista caíram 1,7% em junho na comparação com maio de 2021, informou nesta quarta-feira (11) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Foi a maior retração do setor neste ano e a segunda maior para um mês de junho desde o início da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), em 2000. Com o resultado de junho, o varejo se encontra 2,6% acima do patamar pré-pandemia. No primeiro semestre, o setor acumula 6,7% e, nos últimos 12 meses, 5,9%.

O resultado veio bem pior do que o esperado. Segundo consenso Refinitiv, a expectativa era de alta de 0,7% das vendas em junho na comparação com maio e de 9,1% frente junho de 2020.

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“Com o resultado de junho, há uma quebra de dois meses de crescimento. Apesar dessa queda, o varejo ainda se encontra acima do patamar de fevereiro de 2020, ou seja, de antes da pandemia. Mas, na comparação com o patamar recorde da série, que é de outubro de 2020, o setor está 3,9% abaixo”, afirma o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

Cinco das oito atividades investigadas pela pesquisa recuaram na passagem de maio para junho. Dentre elas, a queda mais intensa foi do setor de tecidos, vestuário e calçados (-3,6%), que havia registrado aumentos em abril (16,3%) e maio (10,2%). “No comércio varejista como um todo, há algumas atividades caindo com mais força porque elas tiveram uma certa recuperação nos meses de abril e maio, elevando a base de comparação. Esse foi o caso de tecidos, vestuário e calçados, que é uma atividade que ainda não teve recuperação frente ao patamar de fevereiro do ano passado”, diz o pesquisador.

Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,6%), combustíveis e lubrificantes (-1,2%), e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,5) também recuaram na passagem de maio para junho.

Já o setor de livros, jornais, revistas e papelaria cresceu 5,0% em junho. É o terceiro resultado positivo consecutivo dessa atividade. Mesmo com esses aumentos recentes, o setor não conseguiu recuperar o que perdeu durante o ano: há queda acumulada de 22,8% entre janeiro e junho. “O setor vem perdendo importância e receita por estar sendo afetado pela substituição das lojas físicas pelas digitais, entre outras mudanças tecnológicas”, analisa Cristiano.

Outras atividades que cresceram nessa comparação foram móveis e eletrodomésticos (1,6%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,4%).

No comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, as atividades de veículos, motos, partes e peças e material de construção, o volume de vendas recuou 2,3% em relação a maio.

A retração desconta parte do aumento de 3,2% registrado no mês anterior. Nessa comparação, veículos, motos, partes e peças variou -0,2% em junho, enquanto material de construção cresceu 1,9%.

Base anual

O comércio varejista cresceu 6,3% em junho na comparação com o mesmo mês do ano anterior. É o quarto crescimento consecutivo nesse indicador. Os resultados positivos foram disseminados por seis das oitos atividades investigadas, com destaque para tecidos, vestuário e calçados (61,8%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (22,6%) e livros, jornais, revistas e papelaria (17,1%).

Nesse indicador, o varejo teve ganhos, principalmente, nas atividades mais afetadas pela pandemia de Covid-19 no país, como tecidos, vestuário e calçados e outros artigos de uso pessoal e doméstico.

No varejo ampliado, houve aumento de 11,5% em junho na base anual, com alta de 33,1% para a atividade de veículos e motos, partes e peças e de 5,3% para material de construção.

“Na comparação interanual, há um ritmo menor de crescimento em junho. Nos meses anteriores, os aumentos foram mais significativos por conta da base de comparação que estava muito baixa. É diferente de comparar, por exemplo, com março ou abril do ano anterior, meses que marcaram o início da pandemia no país”, diz.

(com Agência de notícias do IBGE)

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