Vendas no varejo caem 1,3% em setembro, segundo mês seguido de baixa; dado é pior do que o esperado

Segundo consenso Refinitiv, expectativa era de queda de 0,6% das vendas em setembro na comparação com agosto e de baixa de 4,25% frente setembro de 2020

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – As vendas do comércio varejista caíram 1,3% em setembro ante agosto, segunda queda consecutiva, após a maior alta do ano em julho, quando cresceu 3,1%. No ano, o varejo acumula crescimento de 3,8% e nos últimos 12 meses, alta de 3,9%.  Na comparação anual, a queda foi de 5,5%. Os dados foram informados nesta quinta-feira (11) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O dado foi pior do que o esperado. Segundo consenso Refinitiv, a expectativa era de queda de 0,6% das vendas em setembro na comparação com agosto e de baixa de 4,25% frente setembro de 2020.

“Esse segundo mês de queda vem com intensidade razoável, mas em menor amplitude que agosto (-4,3%). Depois da grande queda de abril do ano passado, início da pandemia, veio uma recuperação muito rápida que levou ao patamar recorde de outubro e novembro de 2020. Depois tivemos um primeiro rebatimento com uma nova queda forte em dezembro e dois meses variando muito próximo do mesmo nível pré-pandemia, até março, mês a partir do qual houve nova trajetória de recuperação. Desde fevereiro de 2020, o setor vive muita volatilidade”, analisa o gerente da PMC, Cristiano Santos.

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Santos explica que a volatilidade tem fatores distintos para cada um dos picos. Desde fevereiro de 2020, foram três picos negativos (abril de 2020, março de 2021, e setembro de 2021) e pelo menos dois picos de altas (outubro e novembro de 2020 e julho de 2021).

“Neste último, de setembro de 2021, o fator determinante é a inflação. Isso fica claro quando comparamos a queda de 1,3% no volume e a variação de – 0,2% na receita, estável. O componente que joga o volume para baixo é a inflação. As mercadorias subiram de preço. Em combustíveis e lubrificantes, por exemplo, a receita foi -0,1%, totalmente estável, e o volume caiu 2,6%. O mesmo vale para Hiper e supermercados, que passa de 0,1% de receita para -1,5% em volume. Mas o mesmo fator não se aplica a Tecidos, vestuário e calçados que caiu tanto em volume, (-1,1%), quanto na receita com queda ainda maior, sinalizando deflação gerada pela redução da demanda”, explica Santos.

Ele observa que enquanto as quedas de dezembro 2020 e janeiro 2021 deveram-se ao fim do auxílio emergencial; a recuperação a partir de março é explicada pela flexibilização das medidas de distanciamento social, com a maior abertura do comércio.

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Entre as oito atividades pesquisadas, seis tiveram taxas negativas em setembro. As quedas mais intensas foram Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-3,6%), Móveis e eletrodomésticos (-3,5%), Combustíveis e lubrificantes (-2,6%). Mas a atividade de maior peso na formação da taxa de setembro foi Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,5%).

No comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, veículos e materiais de construção, o volume de vendas caiu 1,1% em setembro, frente a agosto. O impacto negativo veio da queda de 1,7% veículos, motos, partes e peças e de 1,1% em Material de construção, ambos, respectivamente, após variação de 0,3% e queda de 1,2% registrados em agosto.

Queda de 5,5% na base anual

Na comparação com setembro de 2020, o comércio varejista recuou 5,5% com sete taxas negativas das oito atividades pesquisadas: Móveis e eletrodomésticos (-22,6%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-14,8%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-6,9%), Combustíveis e lubrificantes (-4,0%), Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-3,7%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-3,4%) e Tecidos, vestuário e calçados (-0,1%).

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O único setor a registrar taxa no campo positivo foi Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (4,3%).

Na comparação com agosto, o comércio varejista teve variações negativas em 25 das 27 unidades da federação em setembro com destaque para: Mato Grosso do Sul (-3,9%), Santa Catarina (-3,6%) e Rio Grande do Norte (-3,4%).

Já no comércio varejista ampliado, a variação negativa entre agosto e setembro (-1,1%), foi seguida por 23 das 27 Unidades da Federação, com destaque para: Mato Grosso do Sul (-4,7%), Tocantins (-4,0%) e Maranhão (-3,6%).

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Frente a setembro de 2020, as vendas do comércio varejista recuaram em 26 das 27 Unidades da Federação, com destaque para: Maranhão (-12,3%), Sergipe (-11,9%) e Rondônia (-11,8%).

No comércio varejista ampliado, houve predomínio de resultados negativos em 20 das 27 Unidades da Federação, com destaque para: Maranhão (-11,5%), Amazonas (-10,9%) e Amapá (-9,4%). Por outro lado, pressionando positivamente, figuram 7 das 27 Unidades da Federação, com destaque para: Pernambuco (13,9%), Goiás (6,2%) e Mato Grosso do Sul (4,2%).

(com Agência de Notícias do IBGE)

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