Vacinação gera queda nas internações em menos de duas semanas, diz Goldman Sachs

Estudo feito nos Estados Unidos mostra que a vacinação focada em idosos que moram em casas de repouso reverteu tendência de alta nas hospitalizações

Mariana Fonseca

(Getty Images)

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SÃO PAULO – A vacinação contra a Covid-19 iniciada no final de dezembro pelos Estados Unidos já está apresentando resultados no país, segundo o Goldman Sachs.

Em relatório publicado nesta terça-feira (19), o banco de investimentos mostrou um ponto de inflexão nas hospitalizações americanas após as vacinações realizadas no último mês de 2020.

Segundo o Goldman Sachs, as internações por Covid-19 nos Estados Unidos cresciam num ritmo de 1% por dia entre setembro e o começo de janeiro. Entre 7 e 19 de janeiro, portanto, era esperado que as hospitalizações subissem 12%. Porém, o banco de investimentos apurou que houve uma queda de 7% no período.

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O gráfico abaixo evidencia a mudança no curso das internações. A linha em azul escuro mostra o número efetivo de hospitalizações. Já a linha azul clara mostra qual seria a tendência de hospitalizações em um cenário sem imunizações.

Gráfico do Goldman Sachs compara vacinação e queda nas internações por Covid-19 (19/01/2021)

Foco na população idosa

“Essa reversão representa uma mudança estatística significativa na tendência de hospitalização, evidenciando o impacto das vacinações no mês de dezembro, focadas na população idosa em casas de repouso”, escreve o Goldman Sachs no relatório. Em 24 de dezembro, 1,3 milhão de vacinas tinham sido administradas – boa parte para essa parcela de americanos.

Por ser um grupo de risco, os idosos em casas de repouso representam uma porcentagem desproporcional em internações e mortes por Covid-19. Assim, o Goldman Sachs estimou que o número de internações deveria cair 14 dias após 30% dos residentes em casas de repouso receberem a vacina contra o novo coronavírus.

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A queda começou justamente duas semanas depois, em 7 de janeiro. Entre 7 e 19 de janeiro, o banco de investimentos já informou que “tendências de hospitalização recentes mostram que as vacinações iniciais foram suficientes para impactar de forma relevante as internações”.

Impacto nas ações americanas

Os investidores devem precificar uma reabertura rápida da economia americana daqui em diante, de acordo com o banco de investimento. O Goldman Sachs elencou 13 ações cujos fundamentos devem ser “desproporcionalmente beneficiados”:

Ticker Nome Preço (US$) Preço-alvo (US$) Recomendação
FUN Cedar Fair LP 41,5 47 Compra
XOM Exxon Mobil Corp. 47,89 54 Compra
FLT FleetCor Technologies Inc. 265,23 319 Compra
GE General Electric Co. 11,33 14 Compra
HCA HCA Healthcare Inc. 168,77 191 Compra
HGV Hilton Grand Vacations Inc. 32,64 37 Compra
HPP Hudson Pacific Properties Inc. 25,29 33 Compra
KRC Kilroy Realty Corp. 60,46 76 Compra
RL Ralph Lauren Corp. 110,07 141 Compra
SLG SL Green Realty Corp. 62,16 71 Compra
SBUX Starbucks Corp. 102,33 115 Compra
ULTA Ulta Beauty Inc. 301,85 345 Compra
ZBH Zimmer Biomet Holdings 160,12 193 Compra

O banco de investimentos já havia elencado 11 dessas ações em um estudo de 17 de dezembro. As novidades da lista são General Electric e Starbucks.

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Segundo o Goldman Sachs, a GE deve se beneficiar da volta das viagens, provendo equipamentos para aeronaves. Sua divisão de diagnósticos farmacêuticos também deve ganhar com a volta de exames não obrigatórios.

Já o Starbucks deve se beneficiar com a volta ao trabalho presencial, o que gera demanda pelo café comprado nas ruas. Ao mesmo tempo, o Starbucks investe em iniciativas digitais e de fidelidade que acompanham os consumidores que adotaram as transações virtuais.

Mariana Fonseca

Subeditora do InfoMoney, escreve e edita matérias sobre empreendedorismo, gestão e inovação. Coapresentadora do podcast e dos vídeos da marca Do Zero Ao Topo.