Vacina Sputinik V apresenta eficácia “acima de 95%” após 2ª dose, diz Rússia

Anteriormente, a vacina havia apresentado eficácia de 91,4%, sete dias após a aplicação da segunda dose e 28 dias após a primeira dose

Giovanna Sutto

(Getty Images)

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SÃO PAULO – A vacina Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya na Rússia, apresentou uma eficácia “acima de 95%” 21 dias após a segunda dose da vacina e 42 dias após a primeira dose, de acordo com os dados preliminares. Os resultados não foram publicados em revista científica.

O estudo clínico da Sputinik conta com 18.794 voluntários. Desses, 14.095 receberam a vacina, em ambas as doses. As outras 4.699 receberam o placebo (substância inativa).

De acordo com o comunicado do Instituto Gamaleya, a eficácia provisória da Sputnik V é calculada em três momentos: ao atingir 20, 39 e depois 78 casos de nova infecção por coronavírus entre voluntários tanto no grupo placebo quanto no grupo que recebeu a vacina.

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Do total de pessoas que participaram do estudo clínico, foram confirmados 39 casos de Covid-19, sendo que oito pessoas haviam sido vacinadas e outras 31 receberam o placebo.

De acordo com o comunicado divulgado pelo Instituto Gamaleya, nenhum evento adverso inesperado havia sido registrado até esta terça-feira (24).

Parte do grupo de vacinados apresentou efeitos adversos menores, como dor no ponto de injeção e sintomas semelhantes aos da gripe, incluindo dor de cabeça, febre, fraqueza e fadiga.

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Atualmente, os ensaios clínicos da fase 3 estão aprovados e em andamento em regiões como Bielo-Rússia, Emirados Árabes Unidos e Venezuela.

A capacidade de produção russa é de 1 bilhão de doses, o que seria suficiente para 500 milhões de pessoas, considerando duas doses para cada um.

A próxima análise de dados provisória será conduzida ao atingir o terceiro ponto de verificação, de 78 casos confirmados de coronavírus entre os participantes do estudo. A última análise dos dados estará disponível no final dos ensaios clínicos de fase 3.

Segundo o comunicado do instituto, “os dados provisórios da pesquisa serão publicados em uma das principais revistas médicas internacionais” – mas o nome da revista não foi revelado. Após a conclusão dos ensaios clínicos de fase 3 da vacina, o Gamaleya fornecerá acesso ao relatório completo.

Em agosto, o governo do Paraná assinou uma parceria com a Rússia para produção da vacina Sputnik V. O acerto prevê o repasse de tecnologia para a fabricação da vacina pelo governo paranaense.

Comparação com outras candidatas

A vacina russa está entre as quatro que apresentaram eficácia. Assim como a vacina de Oxford com a AstraZeneca, a temperatura de armazenamento da Sputnik V é de 2°C a 8°C (condições normais de refrigeração).

“Esse regime permite a distribuição da vacina em mercados internacionais, além de expandir seu uso em regiões de difícil acesso, incluindo áreas de clima tropical”, diz o instituto Gamaleya.

Essa é uma vantagem em relação à candidata da dupla Biontech/Pfizer, que precisa ser armazenada a -70ºC durante o transporte, e da Moderna, que precisa ficar a -20ºC.

Há duas semanas, a vacina havia apresentado eficácia de 91,4%, sete dias após a aplicação da segunda dose e 28 dias após a primeira dose.

Vale lembrar que a Rússia foi o primeiro país a registrar uma vacina no mundo, em agosto.

Diversas entidades questionaram a efetividade, como a própria Organização Mundial da Saúde. Alguns dos motivos foram a rapidez na aprovação e a rapidez no desenvolvimento da vacina, que divergem dos procedimentos verificados em outras vacinas, além da falta de dados e de resultados disponíveis.

Em outubro, a Rússia anunciou que concedeu aprovação regulatória a mais uma vacina contra o coronavírus, chamada “EpiVakCorona”. Essa ainda está em fases iniciais de ensaios clínicos.

Custos

Em outro comunicado, o instituto informou que o custo de uma dose da vacina Sputnik V para os mercados internacionais será de menos de US$ 10 – embora seja preciso tomar duas doses.

“Portanto, o Sputnik V será duas ou mais vezes mais barato do que as vacinas de mRNA com níveis de eficácia semelhantes. E a vacinação com o Sputnik V será gratuita para os cidadãos russos”, diz o texto.

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.