União Europeia e Mercosul veem poucas chances de avanço em acordo comercial em cúpula inter-regional

Uma autoridade da UE disse nesta sexta-feira que o bloco não espera nenhum avanço na cúpula

Reuters

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BRUXELAS (Reuters) – É improvável que a cúpula de líderes da União Europeia, América Latina e Caribe, na próxima semana, destrave uma proposta de acordo de livre comércio entre a UE e o Mercosul, disseram autoridades de ambos os lados nesta sexta-feira.

Mais de 50 líderes são esperados na cúpula UE-Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos) em Bruxelas na segunda e terça-feira.

O chefe comercial da UE, Valdis Dombrovskis, disse anteriormente que o encontro poderia dar impulso extra às negociações entre a UE e o bloco do Mercosul, formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, que fecharam um acordo comercial provisório em 2019.

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O pacto foi suspenso por causa das preocupações da UE com o desmatamento na Amazônia.

Uma autoridade da UE disse nesta sexta-feira que o bloco não espera nenhum avanço na cúpula, que deve incluir muitas reuniões bilaterais ou de grupos menores.

O subsecretário argentino para assuntos latino-americanos e caribenhos, Gustavo Martínez Pandiani, disse não esperar resultados concretos do acordo comercial.

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“A Celac-UE não é o lugar apropriado para negociar comércio. É um fórum político”, disse ele a um pequeno grupo de repórteres. “Não estamos falando de números alfandegários e comerciais aqui.”

Ele acrescentou que o Mercosul não quer apenas qualquer acordo com a Europa.

“Queremos um acordo justo e equilibrado em que todas as partes tenham algo a ganhar”, afirmou.

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A Comissão Europeia propôs um adendo sobre desmatamento e sustentabilidade e aguarda uma resposta do Mercosul.

A UE acredita que a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva sobre Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais no ano passado criou uma janela de oportunidade. Lula tem prometido reformular a política climática do Brasil.

No entanto, Lula disse que o Mercosul quer um acordo comercial “ganha-ganha” e criticou o adendo por introduzir possíveis penalidades sobre a política climática.

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Um funcionário da UE disse que esse não era o caso.

“Não propusemos, não estamos propondo sanções… Estamos realmente tentando ‘levantar maré e impulsionar todos os barcos’ com isso, por meio de uma abordagem sólida e sustentável”, disse a autoridade.