“Trump não consegue parar a China”, diz Landau, da Vista Capital

Gestor vê “explosão de produtividade" na economia chinesa, que deve ter novo ciclo de crescimento puxado por investimentos em tecnologia

Leonardo Guimarães

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Os Estados Unidos não têm outra alternativa a não ser “acomodar a China”, que é “vencedora em todos os casos” no embate comercial com o país norte-americano. A afirmação é de João Landau, sócio-fundador da Vista Capital, que participou de painel na Expert XP 2025 nesta sexta-feira (25). 

“Trump está tentando parar a China, mas acho que não consegue”, disse o gestor, em painel mediado por Gustavo Pires, sócio-diretor executivo da XP. A “explosão de produtividade” da economia chinesa é o que dá vantagem para a potência asiática, segundo Landau. Ele pontua que o país tem energia barata, investimento em infraestrutura e em tecnologia. 

“A China teve um ciclo de crescimento muito forte entre 2002 com manufatura simples; depois, mercado achou que viraria uma economia de consumo, o que não aconteceu”, argumenta. Agora, o gestor da Vista Capital vê o país asiático entrando em um segundo ciclo de crescimento, puxado pelo investimento em tecnologia. 

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Dois fatores foram essenciais para o sucesso chinês até aqui, segundo Landau. O primeiro foi “não cair na armadilha da classe média” após aumento do PIB per capita. O segundo, é a ausência de lobby, diz o gestor: “Os negócios de propriedades começaram a cair, em um setor que emprega 20 milhões de pessoas; se fosse no Brasil, teria um programa para não cair, o que a China não fez”. 

Agora, portanto, o país consegue se concentrar na aceleração em tecnologia, o que vai trazer o segundo boom de crescimento do PIB per capita no país, espera Landau. “Se isso for verdade, será muito relevante para o mundo”. Com isto, “a China está ganhando o primeiro round por estar mais preparada” do que os Estados Unidos. 

A guerra comercial imposta por Trump pode “acalmar” a China, mas o melhor caminho para competir com Pequim é “estabelecer uma agenda de produtividade, seja com energia nuclear, regulamentações” ou outros temas, diz Landau.