Trump anuncia acordo dos EUA com Reino Unido; detalhes se darão nas próximas semanas

Mais cedo, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump havia anunciado certame em suas redes sociais

Lara Rizério Agências de notícias

Presidente dos EUA, Donald Trump, durante encontro com premiê do Reino Unido, Keir Starmer, na Casa Branca
27/02/2025 REUTERS/Kevin Lamarque
Presidente dos EUA, Donald Trump, durante encontro com premiê do Reino Unido, Keir Starmer, na Casa Branca 27/02/2025 REUTERS/Kevin Lamarque

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O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou um acordo comercial com o Reino Unido, saudando-o como um “avanço” que eliminará barreiras e ampliará o acesso ao mercado para as importações americanas. O acordo comercial mantém uma tarifa de 10% sobre os produtos importados britânicos, enquanto Londres concordou em reduzir suas tarifas de 5,1% para 1,8% e oferecer maior acesso aos produtos norte-americanos.

“Estou muito feliz em anunciar que chegamos a um acordo comercial inovador com o Reino Unido”, disse Trump nesta quinta-feira no Salão Oval.

Trump disse que os detalhes completos do pacto ainda seriam negociados nas próximas semanas. Mas, segundo o acordo, o Reino Unido aceleraria o processo alfandegário de produtos americanos e reduziria as barreiras às exportações agrícolas, químicas, energéticas e industriais.

“O acordo inclui bilhões de dólares em maior acesso ao mercado para as exportações americanas, especialmente na agricultura, aumentando drasticamente o acesso à carne bovina americana, ao etanol e a praticamente todos os produtos produzidos por nossos grandes agricultores”, disse Trump.

O anúncio é o primeiro feito por Trump desde a imposição de altas tarifas a dezenas de parceiros comerciais dos EUA. Posteriormente, o presidente suspendeu temporariamente essas tarifas para permitir que as nações chegassem a acordos com os EUA.

“Isso impulsionará o comércio entre nossos países e entre eles, não apenas protegerá empregos, mas também os criará, abrindo o acesso ao mercado”, disse o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer.

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Starmer disse que um novo acordo comercial com os Estados Unidos impulsionará o comércio e criará empregos, acrescentando que o momento não poderia ser melhor.

“Um acordo realmente importante. Isso vai impulsionar o comércio entre nossos países. Ele não apenas protegerá empregos, mas também criará empregos, abrindo o acesso ao mercado”, disse Starmer por telefone ao presidente dos EUA, Donald Trump, em um evento em Washington em que o acordo foi anunciado. “O momento não poderia ser mais adequado”, disse Starmer.

O pacto britânico pode fornecer pistas sobre o formato de potenciais acordos futuros com outras economias. O acordo tem escopo limitado e mantém uma tarifa básica de 10%, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto, que falaram sob condição de anonimato para discutir os termos.

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Com as pesquisas mostrando os americanos descontentes com sua gestão econômica, o acordo de quinta-feira é um sinal de que Trump está buscando uma saída para seu plano de aumentar as tarifas americanas para o nível mais alto em um século. Trump tem tentado pressionar outros países a chegarem a acordos rápidos com os EUA em meio à suspensão de 90 dias. As tarifas do Reino Unido foram originalmente fixadas em 10%, o que significa que o país não se beneficiou diretamente dessa flexibilização temporária.

O presidente também está em um impasse com a China, o terceiro maior parceiro comercial dos EUA, à qual impôs tarifas de 145%. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, estão iniciando conversas formais esta semana com seu homólogo chinês, mas Trump descartou reduzir preventivamente suas tarifas para acelerar um acordo.

“Abrangente”

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Mais cedo, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump havia anunciado certame em suas redes sociais. “É uma honra que o Reino Unido seja o primeiro. Muitos outros estão por vir”, disse o republicano nas redes sociais. Ele apontou que acordo é abrangente e completo e fortalecerá a relação dos dois países por anos.

“Por nossa longa história e aliança, é uma honra que o Reino Unido seja o nosso PRIMEIRO anúncio. Muitos outros acordos, que estão em estágios sérios de negociação, estão por vir!”, escreveu, acrescentando que este é um “grande e animador dia” para ambos os países.

(com Bloomberg, Reuters e Estadão Conteúdo)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.