Três doses de CoronaVac não protegem contra ômicron, diz estudo

A pesquisa sugere que as pessoas que receberam a injeção da Sinovac, a CoronaVac, devem procurar uma vacina diferente para a dose de reforço

Bloomberg

(Pexels)

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(Bloomberg) – Duas doses e uma dose de reforço da vacina contra Covid-19 fabricada pela chinesa Sinovac Biotech, uma das mais usadas no mundo, não produzem níveis suficientes de anticorpos neutralizantes para proteger contra a variante ômicron, segundo um estudo científico.

A pesquisa sugere que as pessoas que receberam a injeção da Sinovac, a CoronaVac, devem procurar uma vacina diferente para a dose de reforço: obter o RNA mensageiro da BioNTech, da Alemanha, como dose extra fez com que vacinados com a CoronaVac melhorassem significativamente os níveis de anticorpos contra a ômicron, aponta estudo da Universidade de Hong Kong e da Universidade Chinesa de Hong Kong.

Duas doses da BioNTech, conhecida como Comirnaty, também foram insuficientes, embora uma dose de reforço do mesmo imunizante eleve a proteção a níveis adequados, disseram os pesquisadores em comunicado.

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Embora ainda não se saiba como a vacina da Sinovac lida com a variante ômicron – incluindo como as células T, a arma do sistema imunológico contra as células infectadas pelo vírus, irão responder – os resultados iniciais são um baque para aqueles que foram vacinados com a CoronaVac. Já foram mais de 2,3 bilhões de doses produzidas e enviadas, principalmente na China e nos países em desenvolvimento.

Com a ômicron vista como 70 vezes mais transmissível do que a variante delta, a perspectiva de que serão necessárias doses de reforço ou mesmo revacinar a população com um imunizante mais específico contra a ômicron vai atrasar esforços mundiais que focam no fim da pandemia.

Na semana passada, a Sinovac divulgou estudos dizendo que 94% das pessoas que receberam três doses geraram anticorpos neutralizantes, embora não informe em que nível.

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Os representantes da Sinovac não responderam imediatamente os pedidos de comentário.

A pesquisa, liderada por Malik Peiris e David Hui, examinou a produção de anticorpos neutralizantes de vírus no sangue de pessoas vacinadas com as duas vacinas utilizadas em Hong Kong. Eles confirmam que duas doses de ambas as vacinas não foram suficientes para combater a ômicron.

As descobertas são más notícias para a China, que conseguiu isolar a vasta maioria de seu povo da Covid-19 a partir de fronteiras fechadas e medidas de restrição rígidas, mas agora enfrenta o desafio de manter a ômicron longe.

O governo distribuiu 2,6 bilhões de vacinas produzidas localmente – muitas delas CoronaVac – para sua população de 1,4 bilhão de pessoas, mas provavelmente terá que desenvolver e lançar novas vacinas antes que possa mudar sua postura isolacionista.