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O Tesouro Nacional captou nesta quinta-feira (20) US$ 2 bilhões com sua segunda emissão de títulos sustentáveis em dólares no mercado internacional, informou uma fonte à Reuters, em iniciativa que busca reafirmar o compromisso do governo com políticas sustentáveis e capitalizar o crescente interesse de investidores estrangeiros.
De acordo com a fonte, o rendimento do título ficou em 6,375%, valor abaixo da referência inicial e também inferior ao da primeira emissão de títulos sustentáveis do país, de 6,50%, no ano passado.
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O Tesouro disse, em comunicado mais cedo, que a emissão do título com duração de sete anos, vencendo em 2032, seria liderada por Bank of America, Goldman Sachs e HSBC e que os resultados da operação seriam detalhados ao fim do dia.
“A emissão reforça o papel importante da dívida externa em termos de alongamento de prazo, diversificação de indexadores e da base de investidores”, disse o Tesouro.
O “initial price talk“, referência inicial de preços para sentir o interesse dos investidores, foi de 6,625%, de acordo com a fonte, informação que foi confirmada por uma segunda fonte familiarizada com o assunto. Ambas pediram anonimato para discutir a transação.
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Os ativos brasileiros sofreram nas últimas semanas, mas o Credit Default Swap de cinco anos, que mede o nível de risco do país, não reagiu tão intensamente e está sendo negociado um pouco abaixo do nível observado na estreia do Brasil nas emissões de títulos soberanos sustentáveis, em novembro de 2023.
A primeira fonte disse que, apesar de o Brasil não ter uma nota de crédito com grau de investimento, o país emitiu títulos soberanos desde o ano passado com rendimentos semelhantes aos do México, um mercado emergente com recomendação de grau de investimento. O mesmo é esperado nesta quinta-feira, acrescentou a fonte.
Uma segunda autoridade disse que “ruídos internos” agitaram os mercados domésticos, mas ressaltou que os investidores estrangeiros estão mais concentrados nos fundamentos econômicos, que não sofreram nenhum grande retrocesso desde o ano passado.
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Temores sobre interferência política no Banco Central e as dificuldades do governo para equilibrar as contas públicas azedaram os mercados financeiros neste mês, enfraquecendo a moeda brasileira e elevando os juros futuros.
Depois que o BC decidiu, por unanimidade, manter a taxa básica de juros inalterada em 10,50% ao ano na quarta-feira, os ativos brasileiros abriram a sessão desta quinta em alta, mas o índice de ações da Bovespa perdia fôlego no início da tarde e o dólar passou a subir frente ao real.
No final de maio, o Tesouro indicou que 50% a 60% dos recursos de seus próximos títulos sustentáveis seriam destinados a despesas ambientais e 40% a 50% a despesas sociais, semelhante à alocação de seus primeiros títulos soberanos sustentáveis, que levantaram 2 bilhões de dólares em novembro.
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Ao anunciar seu plano de financiamento anual, o governo já havia previsto uma presença maior no mercado de dívida internacional este ano.
O governo disse que a meta era emitir títulos tradicionais e sustentáveis em 2024 principalmente para desenvolver a curva da taxa de juros soberana, que serviria de referência para o setor corporativo brasileiro.
A primeira operação com emissão de títulos sustentáveis, de novembro, captou US$ 2 bilhões, com remuneração dos papéis ficando em 6,50% ao ano. O lançamento foi considerado um sucesso pelo governo.
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Desde então, membros do Ministério da Fazenda vinham afirmando que uma nova emissão poderia ser feita neste ano, a depender da abertura de uma janela adequada de mercado.
O prazo médio da dívida externa do Brasil está atualmente em 7,07 anos, segundo dados de abril do Tesouro, acima dos 6,78 anos observados no fim de 2023.
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